Ibovespa alcança novo patamar e navega em meio a volatilidades

Nesta terça-feira, o Ibovespa, índice que é referência do mercado acionário brasileiro, registrou um leve crescimento, superando pela primeira vez os 123 mil pontos desde dezembro do ano passado. O fechamento se deu a 123.338,34 pontos, marcando um aumento de 0,39%. Durante o dia, o índice variou entre 123.461,68 pontos na máxima e 122.289,95 pontos na mínima, com um volume financeiro expressivo de 16,6 bilhões de reais.

O impacto das informações internacionais

Os analistas do Itaú BBA destacaram que o patamar acima de 123 mil pontos é significativo, sinalizando um possível afastamento da tendência de baixa do índice. No entanto, eles alertaram para a necessidade de cautela, sugerindo que é um momento de vigilância para verificar se há melhorias que justifiquem a adição de riscos ao portfólio.

Vale lembrar que o último fechamento acima desse patamar havia sido em 17 de dezembro, quando alcançou 124.698,04 pontos. Essa terceira alta consecutiva do Ibovespa se deu, em grande parte, pela influência positiva de Wall Street. O S&P 500 fechou com alta de 0,88%, impulsionado pela repercussão da posse de Donald Trump para um segundo mandato como presidente dos EUA.

As consequências políticas nos mercados

Trump assinou uma série de decretos em sua nova gestão, mas ainda não anunciou decisões concretas em relação a tarifas sobre produtos de parceiros comerciais, embora tenha manifestado intenção de taxar produtos do Canadá e do México a partir de 1º de fevereiro. Essa incerteza trouxe um alívio temporário aos mercados, mas a expectativa é de que a volatilidade persista, principalmente devido às mudanças na política econômica da maior economia mundial.

William Queiroz, sócio da Blue3, ressalta que os investidores brasileiros seguem atentos aos movimentos de Trump, em especial aqueles que podem impactar mercados emergentes, incluindo o Brasil. As ameaças tarifárias permanecem apenas no discurso, mas a tensão continua, pois Trump deixou claro que deseja evitar problemas com os países emergentes enquanto se precave contra possíveis impactos dos mesmos na economia americana.

Destaques do Ibovespa

O dia foi marcado por algumas ações que se destacaram positivamente e negativamente. Vamos conferir:

Performance positiva

• EMBRAER ON: Com um crescimento de 2,87%, a empresa renovou seus máximos históricos, fechando a 62,46 reais. Analistas projetam um bom desempenho futuro para a fabricante, apoiados em um contexto favorável do setor de aviação.
• BRASKEM PNA: O ativo avançou 3,57%, em meio a expectativas positivas geradas pelo Regime Especial da Indústria Química (REIQ), que prevê incentivos fiscais. A empresa anunciou um investimento de 614 milhões de reais em novas capacidades no Brasil.
• USIMINAS PNA: Com um aumento de 5,36%, a companhia teve um desempenho destacado no setor de siderurgia, seguida por GERDAU PN, que subiu 2,17%. CSN ON também apresentou crescimento de 1,38%.
• BRAVA ENERGIA ON: Este papel ganhou 4,26% após a especulação de que a Fluxus, do grupo J&F, fez uma oferta pelos ativos onshore da companhia.

Desempenho negativo

• BRF ON: As ações da empresa de proteínas recuaram 6,61%, acompanhadas por MARFRIG ON, que caiu 4,04%. Os investidores estão atentos ao aumento dos preços de grãos, especialmente milho, e a um caso detectado de gripe aviária nos EUA.
• RAÍZEN PN: Com uma queda de 3,11%, a companhia renovou suas mínimas históricas, enquanto analistas avaliam a prévia operacional do terceiro trimestre do ano safra 2024/2025. A queda nos futuros do açúcar também pressionou as ações.
• PETROBRAS PN: A ação reverteu uma baixa inicial e terminou em leve alta de 0,03%, mas as dificuldades com a queda dos preços do petróleo e possíveis mudanças nas políticas de produção nos EUA continuam a pesar sobre o papel.

Banrisul e Aquisições no Setor Financeiro

• ITAÚ UNIBANCO PN e BANCO DO BRASIL ON também foram destaques, apresentando altas de 0,21% e 0,9%, respectivamente, em um cenário positivo para o setor bancário. Embora analistas prevejam resultados favoráveis para o quarto trimestre, o que se espera para 2025 pode ser um desafio.

O que esperar para o futuro?

Os investidores devem se preparar para um ambiente de incertezas no mercado financeiro, especialmente em relação às movimentações políticas e econômicas. A volatilidade parece ter vindo para ficar, com os olhos voltados tanto para a movimentação do Ibovespa quanto para as repercussões das ações de Trump nos mercados emergentes.

É fundamental que os investidores sigam roundas e informes sobre a política fiscal dos EUA, os impactos das tarifas comerciais e os potenciais reflexos no ambiente doméstico. Essa atenção deverá se traduzir em estratégias bem fundamentadas, considerando os riscos e as oportunidades que este cenário apresenta.

Reflexão final

Diante de tantas mudanças e oscilações, é essencial que os investidores mantenham a calma e analisem as informações disponíveis com cautela, sempre buscando a melhor estratégia para navegar por esse mar de incertezas. O que você acha que pode acontecer com o mercado brasileiro nos próximos meses? Que estratégias você pretende adotar para lidar com essas flutuações? Compartilhe suas opiniões e vamos discutir!