segunda-feira, junho 9, 2025

Reviravolta no Mercado: Goldman Sachs Desce Bradesco e Eleva Santander – O Que Esperar da Agitação das Ações?


A Visão do Goldman Sachs sobre Bradesco e Santander: Oportunidades e Desafios no Mercado Financeiro Brasileiro

Recentemente, o Goldman Sachs atualizou suas recomendações sobre as ações do Bradesco (BBDC4) e Santander Brasil (SANB11), trazendo à tona questões importantes sobre o futuro destas instituições no competitivo cenário financeiro do Brasil. Enquanto o Bradesco enfrenta um momento desafiador, o Santander parece ter encontrado um caminho mais estável.

Bradesco: Um Desafio Sustentado

O Bradesco continua operando em níveis próximos às suas mínimas históricas, com um preço que apresenta um grande desconto em comparação aos seus concorrentes nacionais. A recente mudança de recomendação do Goldman Sachs para venda, acompanhada de um preço-alvo de R$ 11,40, evidencia preocupações quanto à recuperação da lucratividade do banco, que deve levar mais tempo do que o inicialmente previsto.

Na manhã desta quarta-feira (12), por volta das 10h15 (horário de Brasília), as ações BBDC4 registraram uma queda de 3,26%, sendo negociadas a R$ 11,88. Em contraste, as ações do Santander exibiram ganhos modestos de 0,65%, alcançando R$ 26,42.

O Goldman Sachs aponta que desafios estruturais devem manter o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do Bradesco aquém do custo do capital próprio (COE) por pelo menos mais dois anos. A equipe de analistas acredita que o ambiente macroeconômico desafiador — marcado por inflação e taxas de juros elevadas, além de um crescimento do PIB abaixo do ideal — tornará a recuperação ainda mais difícil. Para um banco que precisa aumentar sua carteira de crédito para melhorar sua lucratividade, essa situação é particularmente crítica, especialmente considerando que o Bradesco opera com um índice de capital abaixo da média do setor.

Perspectivas para o Crédito e Valuation

Embora o Bradesco possa apresentar um crescimento médio na carteira de crédito de cerca de dois dígitos em 2025, a slow down prevista pode acabar impactando negativamente a margem financeira a partir de 2026. Em termos de valuation, as ações estão atualmente avaliadas em apenas 6,3 vezes o Preço/Lucro (P/L) e 0,8 vez o Preço/Valor Patrimonial (P/BV) para 2025. Esses números, mesmo abaixo da média dos seus pares brasileiros (6,7 vezes e 1,3 vez, respectivamente), são considerados justificados pelo Goldman, dada a expectativa de ROE de apenas 12,4% em 2025 e 13,4% em 2026.

Santander Brasil: Um Cenário de Recuperação

Por outro lado, o Santander Brasil recebeu uma notícia mais positiva: o Goldman Sachs elevou sua recomendação de venda para neutra, com um preço-alvo estabelecido em R$ 28. Essa atualização se deve ao desempenho consistente do banco, que conseguiu manter o ROE acima de seu custo de capital próprio nos últimos três trimestres. Analistas acreditam que essa tendência é promissora para o futuro.

Um dos pontos fortes do Santander é sua exposição ao financiamento de veículos, representando 17% de sua carteira, em comparação a apenas 5% da média do setor. Essa estratégia mais cautelosa na concessão de crédito, aliada a um foco maior no atendimento a clientes de alta renda, proporciona uma vantagem competitiva. Além disso, a presença geográfica do Santander em regiões como Sudeste e Sul — que exibem índices menores de inadimplência — se assemelha mais ao perfil do Itaú do que ao do Bradesco.

Performance e Potencial

A avaliação de mercado do Santander aponta para um P/L de 6,1 e um P/BV de 1,0, com previsão de ROE em 17,1% e 17,2% nos próximos anos. Esses números fazem do Santander uma alternativa atraente em um ambiente financeiro desafiador.

Comparativo com o Itaú: Estratégias e Riscos

Além das atualizações sobre Bradesco e Santander, o Goldman Sachs reiterou sua recomendação de compra para o Itaú, estabelecendo um preço-alvo de R$ 39. Esse cálculo é baseado em um modelo de fluxo de dividendos em três etapas, que considera um custo de capital próprio de 14,5%, um crescimento no segundo estágio de 7% e uma taxa de crescimento terminal de 5%. Atualmente, a ação do Itaú está sendo negociada a 7,4 vezes seu P/L estimado para 2025, o que sugere que o potencial de valorização é considerável.

Fatores de Risco e Desafios

No entanto, os analistas apontam algumas armadilhas que podem afetar o desempenho do Itaú. Os principais riscos de queda incluem:

  • ROEs persistentemente baixos nas operações na Colômbia e no Chile.
  • Crescimento de receita mais fraco do que esperado.
  • Maior concorrência na conquista de clientes de alta renda, onde o Itaú detém uma posição de liderança.

Projeções para 2025: Desafios e Oportunidades

Ao examinar as projeções de 2025, o Goldman Sachs espera que o Itaú registre o maior crescimento na carteira de crédito, com uma expectativa de 8%, enquanto o Bradesco e Santander devem crescer aproximadamente 6%. Contudo, a alta nas taxas Selic pode impactar a qualidade dos ativos, especialmente no segundo semestre, o que é um ponto de atenção na análise dos níveis de provisão.

Apesar desses desafios, há uma expectativa positiva: a margem financeira com clientes deve crescer em um ritmo superior ao dos empréstimos, o que pode indicar um fortalecimento na performance financeira a longo prazo. As tarifas e seguros também devem apresentar um crescimento significativo, variando de um um dígito médio a alto.

Reflexões Finais: O Que Esperar do Setor Financeiro?

O cenário apresentado pelo Goldman Sachs para Bradesco e Santander reflete a complexidade do atual ambiente econômico brasileiro, marcado por incertezas e oportunidades. Enquanto o desafio de recuperar a lucratividade parece mais prolongado para o Bradesco, o Santander se beneficia de uma gestão mais prudente e uma base sólida. O Itaú, por sua vez, continua a se destacar, mas não sem suas próprias advertências.

Essas análises nos fazem refletir: como as instituições financeiras se adaptarão aos desafios impostos pelo mercado? A diversificação das carteiras e a cautela na concessão de crédito serão fundamentais para navegar em tempos incertos. E você, leitor, como enxerga as perspectivas para esses bancos no futuro? Compartilhe suas opiniões!

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