quinta-feira, junho 26, 2025

Descubra Como o Sealba Transformou a Vida dos Produtores e Revolucionou o Mercado


Divulgação

Sebastião Freire, produtor do Sealba, gerencia a Granja Mulungu na Bahia e duas propriedades em Sergipe.

O Emergir do Sealba: Uma Nova Era no Agronegócio Brasileiro

Sebastião Freire do Nascimento Júnior, um produtor baiano de 58 anos, tem muito a contar sobre sua trajetória no agronegócio. Nascido em Ribeira do Pombal, a 330 quilômetros de Salvador, ele se recorda de um tempo em que a área onde hoje se destaca o Sealba era quase desconhecida. “No meu tempo, isso aqui não era nada”, reflete, ao lembrar do potencial agrícola que começou a brotar naquela região.

O Sealba, um polo agrícola inovador que abrange 171 municípios nas regiões de Sergipe, Alagoas e Bahia, só ganhou vida na cabeça de muitos produtores nos últimos anos. Enquanto o Matopiba, uma vasta área agrícola que engloba parte do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, já florescia desde os anos 80, o Sealba se tornou uma referência mais recente.

Um Berço de Oportunidades

A região foi oficialmente reconhecida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em 2019 e possuí aproximadamente 5 milhões de hectares com potencial para cultivo. Nascimento Jr. destaca a importância das novas ideias que emergiram, enfatizando como isso alterou sua visão sobre a agricultura na área.

Filho de uma família que dependia da agricultura de subsistência, Nascimento Jr. enfrentou desafios desde cedo. Apesar de ter interrompido os estudos para ajudar na roça, ele perseverou e conseguiu concluir o ensino médio aos 25 anos. Em Paripiranga, onde se transferiu, ele trabalhava como chefe de cartório, mas viu que o futuro do campo era promissor e decidiu mudar de rumo.

Transformação e Crescimento

Arrendando 30 hectares para o cultivo de milho, olhou para frente mesmo sem dominar as tecnologias agrícolas. “Aqui era tudo muito atrasado”, comenta. Em 2000, com dedicação e visão, ele adquiriu seu primeiro trator, ampliando suas lavouras e, em pouco tempo, expandiu sua propriedade para 2 mil hectares, sendo 1.200 dedicados ao milho e o restante à pecuária.

Atualmente, sua produção anual gira em torno de 120 mil sacas de milho, com parte destinada a exportações. Esse crescimento, apesar de ser considerado médio em comparação a outras regiões, destaca a singularidade do trabalho de Nascimento Jr. em uma área onde a agricultura familiar é predominante.

Retornando a Ribeira do Pombal em 2010, juntamente com dois irmãos, ele fundou a Granja Mulungu, que começou com apenas 200 galinhas e cresceu para 340 mil. Parte do milho produzido é utilizada na alimentação das aves. A ambição de Nascimento Jr. é contagiante: “Faço isso para ajudar o Sealba a crescer, gerar empregos e mostrar aos vizinhos que é possível viver bem da agropecuária”, afirma, com um brilho esperançoso nos olhos.

O Potencial do Sealba

O Sealba não é apenas um novo capítulo para a agricultura brasileira; é um sonho que se torna realidade. A proximidade de portos, como os de Maceió e Aracaju, impulsiona o interesse de diversos empreendedores. O clima e a pluviosidade favoráveis, que variam de 450 mm entre abril e setembro, colocam a região em destaque para o cultivo.

Outro aspecto que favorece a agricultura local é a qualidade do solo, principalmente o argissolo vermelho-amarelo, propício para a cultura de grãos. A pecuária também encontra um espaço significativo na região, cobrindo cerca de 1,5 milhão de hectares. A semeadura, que acontece entre o final de abril e o início de junho, é um diferencial em relação a outras áreas agrícolas do Brasil.

Crescimento Acelerado e Oportunidades Financeiras

O crescimento do agronegócio na região é notável, refletido no aumento significativo dos financiamentos. Dados do Banco do Nordeste mostram que, entre 2018 e 2024, o valor dos financiamentos triplicou, passando de R$ 480 milhões para R$ 1,4 bilhão. “Isso demonstra a evolução do agronegócio no Sealba”, destaca Luis Abel Amorim, diretor de Negócios do banco.

Além disso, o aumento do orçamento do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) demonstra o comprometimento com o desenvolvimento da região. O incremento de 18% para o próximo ano mostra a crescente confiança nas possibilidades que o Sealba oferece.

Sergipe: O Pioneiro do Sealba

Embora frequentemente associada à beleza de suas praias, Sergipe também é uma potência agrícola. Dos 75 municípios do estado, 69 pertencem ao Sealba, e a agricultura do milho tem se destacado. Em 2024, a região alcançou uma produtividade surpreendente, colhendo 1 milhão de toneladas de milho, um feito dignamente reconhecido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Além do milho, o feijão e a produção de laranja em Sergipe também são notáveis. A citricultura é uma das principais atividades, com o sul do estado destacando-se na produção de laranja, consolidando Sergipe como o quinto maior produtor dessa fruta no Brasil.

Bahia: Ouro Verde e Diversidade

Na Bahia, 28 dos 417 municípios integram o Sealba, com a cidade de Inhambupe emergindo como uma força na agricultura de citros e grãos. Verônica Oliveira, agricultora local, destaca-se por suas inovações. Com duas terras arrendadas, ela planta milho, laranja e abóbora, sempre buscando aumentar a produtividade através do uso de tecnologia. Recentemente, ela obteve financiamento para adquirir equipamentos que prometem otimizar ainda mais sua produção.

Alagoas: Tradição e Inovação

Alagoas, com seus 102 municípios, também desempenha um papel crucial no Sealba, especialmente em Coruripe, onde a tradição da cana-de-açúcar se destaca. Com um histórico agrícola datando do século 16, a cana ocupa uma vasta área plantada, com expectativas de colheita de 20 milhões de toneladas para a safra 2024/25.

A diversificação agrícola está crescendo no estado, com um aumento na área de cultivo de citros e grãos, impulsionado pela proximidade com Sergipe. Nos últimos cinco anos, Alagoas viu um crescimento de 50% nos financiamentos para atividades rurais, consolidando a confiança em seu agronegócio em ascensão.

Um Futuro Promissor

O Sealba representa uma nova fronteira agrícola no Brasil, com potencial ainda inexplorado. Os avanços na tecnologia, a melhoria das infraestruturas e a crescente adesão ao financiamento são os pilares que sustentam esse crescimento. Agricultores como Sebastião Freire e Verônica Oliveira provam que a união de tradição, inovação, e compromisso com a qualidade podem transformar a realidade rural.

Agora, mais do que nunca, é hora de olhar para o futuro com esperança e determinação. O que vem a seguir para o Sealba? Os próximos anos podem determinar se essa região se tornará um dos principais centros agrícolas do país. E você, que acompanhou essa história, o que espera do futuro do agronegócio brasileiro? Quais desafios e oportunidades você vê pela frente?

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