terça-feira, abril 29, 2025

Como a China se Preparou para a Guerra Comercial: Estrategicamente Armando-se para o Conflito


A Guerra Comercial entre EUA e China: Um Caminho sem Saída?

Como as duas maiores economias do mundo chegaram a uma guerra comercial indesejada, que nem os próprios países querem, mas que o resto do mundo não pode ignorar? Desde a cerimônia de "Dia da Libertação" do presidente Donald Trump, em 2 de abril, onde anunciou tarifas sobre diversos parceiros comerciais, os Estados Unidos e a China estão em um ciclo de escalada de tarifas que parece nunca ter fim. Em apenas algumas semanas, as tarifas sobre produtos chineses nos EUA chegaram a impressionantes 145%, enquanto as tarifas sobre bens americanos que entram na China atingiram 125%. Sem um acordo que crie exceções amplas, o comércio bilionário entre essas nações pode encolher até 80% nos próximos anos.

O Que Está Acontecendo?

Os mercados estão em estado de alerta diante das incertezas que a guerra comercial trouxe. Economistas ainda tentam entender os objetivos da administração Trump, enquanto o cenário atual parece mais uma teia de erros e suposições mal feitas.

Falhas de Avaliação

Os conselheiros de Trump subestimaram a resistência da economia chinesa e acreditaram que o líder Xi Jinping seria rápido em negociar um acordo para evitar descontentamento interno. No entanto, a resposta chinesa às tarifas foi firme e implacável.

Do lado chinês, a diplomacia deixou a desejar. Em vez de tentar moldar resultados, Beijing parece mais focada em emitir sinais de desafiamento. Durante uma declaração marcante em março, a embaixada chinesa em Washington afirmou que estava “pronta para lutar até o fim” em uma guerra comercial. Esse tipo de retórica não contribui em nada para conquistar apoio internacional e apenas retrata o desejo do governo chinês de evitar conflitos externos.

A Resposta da Administração Trump

Agora, a administração dos EUA enfrenta uma situação de caos econômico global, em grande parte não planejada. Com o objetivo de mudar a dinâmica econômica mundial, está passando a uma abordagem mais focada em atacar diretamente a economia chinesa. Xi e os líderes chineses não têm ilusão de que possam vencer uma guerra comercial, mas estão dispostos a arriscar uma situação em que Trump poderia sair derrotado.

A Percepção Errada sobre a China

A crença de que o governo chinês está desesperado por um acordo, visando evitar dor econômica que poderia desestabilizar a sociedade, é comum entre críticos da China nos EUA. Essa análise possui partes corretas, mas resultou em conclusões erradas.

Embora o crescimento econômico da China esteja em seu ponto mais fraco em décadas, não se trata de uma “recessão severa”, como muitos afirmam. A desaceleração foi gradual: de taxas de dois dígitos até cerca de 5% atualmente. Contudo, isso não garante vantagem para os EUA, já que muitos economistas projetam um crescimento negativo na economia americana no futuro próximo.

China: Resiliência e Auto-Suficiência

A frase “estamos prontos para nos desvincular dos EUA” mostra a disposição da China em se adaptar à nova realidade econômica. Desde 2018, quando começou uma guerra comercial de baixo nível, Beijing se preparou para enfrentar os desafios, investindo em resiliência de cadeias de suprimento e diversificando mercados.

Os esforços da China incluem:

  • Aumento da demanda interna como chave para o crescimento futuro.
  • Medidas financeiras para apoiar pequenas empresas.
  • Promoção de sistemas de pagamento baseados em yuan para reduzir a dependência do dólar.

A Longa Estratégia de Xi Jinping

A trajetória política de Xi é marcada pela resistência a pressões externas e por dominar lutas internas de poder. A narrativa que ele constrói sobre a superação de um século de humilhação não é apenas discurso; é o alicerce de sua legitimidade.

As políticas de Trump, embora pensadas para enfraquecer a China, paradoxalmente reforçam essa narrativa. A proposta de maior autossuficiência econômica permite que Xi desvie críticas internas e culpe fatores externos por problemas internos, como a recuperação de figuras como Jack Ma, que passaram a ser mais aceitas após períodos de ostracismo.

Xi reitera que o que importa não é o PIB, mas sim o desenvolvimento científico e tecnológico.

Desafios e Incertezas

Um dos maiores problemas que se apresentam é a dúvida sobre a estabilidade econômica dos EUA. Essa insegurança não passou despercebida por Beijing, que rapidamente se posicionou como uma alternativa mais estável. No entanto, a China também enfrenta suas próprias questões estruturais que dificultam a sua ascensão como uma opção viável a longo prazo.

O crescimento econômico da China pode não ser suficiente para evitar o que se chama de “armadilha da renda média”. A geração mais jovem, acostumada a prosperidade, agora teme por seu futuro em um ambiente de tensões crescentes.

O Caminho a Seguir

A abordagem “America First” de Trump não precisa resultar em mais pressão. Em vez de culminar em um embate, uma solução mais estratégica envolve apresentar a Beijing um dilema em vez de um ultimato.

Pontos-chave que podem ser considerados:

  • Aceitar que os EUA sempre terão um déficit comercial com a China, dada a resistência a retomar empregos de baixa qualificação.
  • Estruturar esse déficit de maneira que beneficie ambos os lados, promovendo setores estratégicos como inteligência artificial e energia limpa.

Uma estratégia comercial eficaz deve permitir tanto que a China mantenha sua força industrial quanto que os EUA fortaleçam suas indústrias críticas. A ideia é que ambos os países possam sair ganhando, sem sacrificar interesses fundamentais.

Um Futuro Incerto, Mas Esperançoso

Chegamos a um momento em que a existência de tarifas elevadas não é certeza de que a expansão comercial da China será contida. A realidade econômica exige uma adaptação mútua, e, com um olhar mais dedicado a um diálogo mais cooperativo, talvez seja possível evitar um choque irreversível entre as duas potências.

Reflexão Final: O que você acha que deve ser feito para que EUA e China encontrem um caminho de cooperação em vez de confronto?

A discussão está em aberto, e suas opiniões são bem-vindas!

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