sábado, junho 7, 2025

Como Metas ESG Estão Transformando os Salários de Executivos nas Empresas Brasileiras


ESG Metas como diversidade na equipe e redução de emissões influenciam o bônus de executivos

Getty Images

Diversidade e redução de emissões: fatores que impactam o bônus dos executivos

Um estudo recente da KPMG revelou que 78% das empresas de capital aberto já vinculam as metas de sustentabilidade aos salários dos executivos. A pesquisa, que abrange 375 organizações em 15 países, destaca uma tendência crescente de associar metas de diversidade e iniciativas climáticas aos bônus e lucros das lideranças.

O Que Dizem os Números?

Dentre as empresas que incorporam objetivos sustentáveis em sua administração, 37% utilizam esses critérios tanto para bônus de curto quanto de longo prazo. Já 23% aplicam apenas no longo prazo, e 40% no curto prazo.

O estudo também mostrou que 88% das empresas com esse tipo de abordagem alinham suas metas a questões ESG (ambientais, sociais e de governança). Essa estratégia não é apenas uma resposta à pressão do mercado ou da sociedade; ela reflete esforços concretos para minimizar riscos e garantir valor a longo prazo. Como explica a especialista em ESG da KPMG, Nelmara Arbex: “Se a empresa não cumpre a meta de, por exemplo, reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a remuneração variável do executivo é impactada.” Esse raciocínio também se aplica à diversidade nas lideranças.

A Integração do ESG na Remuneração

Para que essas metas não fiquem apenas no papel, as empresas precisam definir critérios claros e eficazes de medição. A chave está na elaboração de relatórios de sustentabilidade que possam acompanhar o desempenho de forma precisa. Esses critérios podem variar, incluindo indicadores quantitativos (como níveis de emissões) e qualitativos (como avaliações de impacto social).

Em geral, todos os membros do comitê executivo são impactados pelas metas, independentemente do setor em que atuam. Assim, cria-se um ambiente colaborativo em que o esforço coletivo é incentivado.

Sustentabilidade como Pilar Estratégico

Embora o Brasil não tenha sido incluído na análise da KPMG, diversas empresas brasileiras já têm adotado esse modelo por alguns anos. A Natureza, por exemplo, foi uma das pioneiras a integrar bônus ao cumprimento de metas ambientais e sociais, alinhando essas práticas à sua estratégia de longo prazo desde 2022.

De acordo com Arbex, o que se observa no Brasil é um crescente movimento em direção à incorporação de metas sociais e ambientais nas práticas de remuneração. Isso significa que objetivos como redução de emissões, aumento da diversidade na gestão e o uso de matérias-primas sustentáveis estão cada vez mais presentes nas políticas de bônus e participação nos lucros.

Exemplos Inspiradores

  • Klabin: Implementa um “Índice ESG” que afeta diretamente os bônus de curto prazo dos executivos. Este índice inclui indicadores de corte de emissões de CO₂, uso sustentável da água e diversidade de gênero na liderança.
  • Volkswagen: O desempenho em áreas como descarbonização e diversidade funciona como um multiplicador no bônus anual de seus líderes.
  • Ambev: A gigante vinculou metas ESG a todas as suas diretorias executivas, passando esse compromisso adiante para níveis inferiores de liderança.
  • Grupo Boticário: Desde 2022, indicadores de diversidade e inclusão fazem parte da remuneração variável da alta gestão.
  • Vivo: 20% do bônus anual e 10% da remuneração de longo prazo dos executivos estão associados a metas socioambientais, que são monitoradas por um plano com mais de cem indicadores.

Perspectivas Futuras para o ESG

Apesar dos debates em torno da relevância das iniciativas ESG, a pressão dos investidores se torna cada vez mais evidente e tende a aumentar. Arbex destaca dois fatores que impulsionam essa tendência: risco e oportunidade.

Por um lado, ignorar questões como mudanças climáticas pode gerar prejuízos concretos, como interrupções na cadeia de suprimentos, escassez de recursos e desvalorização de ativos. Arbex enfatiza que “as mudanças climáticas afetam todos os setores da economia.” Portanto, é vital que as empresas invistam de forma consciente, pensando em como estão se preparando para enfrentar tais riscos.

Por outro lado, empresas que integram as transformações sociais e ambientais em seus modelos de negócios estão mais preparadas para explorar novas oportunidades de receita, conquistar novos mercados e atrair investidores comprometidos com o valor a longo prazo. “Toda mudança de contexto proporciona novas oportunidades para negócios. As empresas que reconhecem e aproveitam essas oportunidades têm mais chances de prosperar no futuro.”

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