IPCA de Maio: Inflação Desacelera e Ganha Novos Rumos
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o indicador oficial da inflação do Brasil, apresentou uma desaceleração significativa em maio, marcando 0,26% em comparação com 0,43% em abril. Esse resultado indica uma mudança nas dinâmicas econômicas, com destaque para o setor de Habitação, que teve um aumento de 1,19%, impactando diretamente o cálculo da inflação.

No ano, a inflação acumulada já chega a 2,75%, e, nos últimos 12 meses, soma 5,32%. Esses números foram divulgados pelo IBGE na última terça-feira (10).
O que está por trás da variação do IPCA?
O grupo de Habitação foi o principal responsável por essa variação, passando de 0,14% em abril para 1,19% em maio. O aumento nos preços da energia elétrica residencial, que subiu de -0,08% em abril para 3,62% em maio, devido à alteração na bandeira tarifária, também teve um grande impacto, contribuindo com 0,14 p.p. para o índice.
Além disso, cabe destacar outros fatores que também influenciaram os resultados:
- Aumento nas alíquotas de PIS/Cofins em alguns estados;
- Implementação da bandeira tarifária amarela, que cobra um adicional de R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
Quais produtos contribuíram para a variação?
Quando analisamos o grupo de Alimentação e Bebidas, podemos observar uma variação de 0,17% em maio, uma queda considerável se comparado ao 0,82% registrado em abril, o que representa a menor variação mensal desde agosto de 2024, quando houve uma recuo de 0,44%. Essa diminuição se deve principalmente à queda nos preços de produtos importantes, como:
- Tomate: -13,52%;
- Arroz: -4,00%;
- Ovo de galinha: -3,98%;
- Frutas: -1,67%.
Em contrapartida, alguns produtos observaram um aumento de preço significativo, como:
- Batata-inglesa: 10,34%;
- Cebola: 10,28%;
- Café moído: 4,59%;
- Carnes: 0,97%.
Impactos dos Transportes e Outras Categorias
A redução de 0,37% nos Transportes também contribuiu para a desaceleração global do IPCA de maio. Este segmento, que teve um impacto negativo de -0,08 p.p. no índice, se destacou principalmente pela queda acentuada nos preços das passagens aéreas (-11,31%) e nos combustíveis, que apresentaram recuos de:
- Óleo diesel: -1,30%;
- Etanol: -0,91%;
- Gás veicular: -0,83%;
- Gasolina: -0,66%.
As demais categorias trouxe resultados variados:
- Saúde e cuidados pessoais: 0,54% (0,07 p.p.);
- Vestuário: 0,41% (0,02 p.p.);
- Despesas pessoais: 0,35% (0,04 p.p.);
- Comunicação: 0,07% (0,00 p.p.);
- Educação: 0,05% (0,00 p.p.);
- Artigos de residência: -0,27% (-0,01 p.p.).
Os índices regionais também variaram consideravelmente. A maior alta de inflação (0,82%) foi registrada em Brasília, impulsionada pelos aumentos na energia elétrica (9,43%) e gasolina (2,60%). Por outro lado, Rio Branco teve a menor variação (0,00%), devido à queda nos preços do ovo de galinha (-9,09%) e do arroz (-6,26%).
INPC: O que os números revelam?
Além do IPCA, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) também apresentou uma alta, atingindo 0,35% em maio. O acumulado do ano é de 2,85%, enquanto nos últimos 12 meses, a inflação se mantém em 5,20%, um percentual inferior aos 5,32% registrados anteriormente.
Os produtos alimentícios mostraram uma desaceleração, passando de 0,76% em abril para 0,26% em maio, enquanto os não alimentícios variaram de 0,39% para 0,38%. Regionalmente, o INPC também apresentou variações, com Brasília liderando com 1,24%, devido ao aumento da energia elétrica e do transporte urbano. Em contraste, a menor variação foi observada em Rio Branco, novamente destacando-se pela queda nos preços de alimentos.
Diferença entre IPCA e INPC
Muitos leitores podem se perguntar sobre a diferença entre esses dois índices. O IPCA abrange famílias com rendimentos que vão de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC é focado em famílias de baixa renda, com renda de até 5 salários mínimos. Essa distinção é fundamental para entender como diferentes segmentos da população são afetados pela inflação.
Com os dados apresentados, fica claro que o cenário econômico continua dinâmico, e as flutuações nos preços de diversos produtos têm um impacto direto na vida cotidiana das pessoas. À medida que nos atualizamos sobre essas informações, é essencial que continuemos a observar esses índices e como eles refletem as mudanças nas nossas realidades.
Quais são suas opiniões sobre os últimos resultados do IPCA e do INPC? Você já sentiu essas variações no seu dia a dia? Compartilhe suas experiências e reflexões nos comentários!