segunda-feira, dezembro 23, 2024

Alerta na Europa: Varíola M avança com 100 casos diários e OMS clama por ação global!


### A Varíola M e sua Ameaça Crescente na Europa

A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta preocupante: a Europa está registrando, em média, 100 novos casos diários de varíola M, também conhecida como mpox. Esse dado alarmante foi apresentado pelo diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, em uma coletiva de imprensa realizada em Genebra. Ele enfatizou a necessidade urgente de uma “ação internacional” para frear a propagação desta infecção, que já foi classificada como uma emergência de saúde global.

### O Desafio de Combater a Varíola M

Kluge ressaltou que a batalha contra o vírus deve ser enfrentada em conjunto, tanto em âmbito regional quanto europeu. Ele levantou uma questão crucial: será que o mundo vai optar por implementar medidas eficazes para controlar e extinguir a doença ou cairá novamente em um ciclo de pânico e negligência? O cenário atual na África é preocupante, com mais de 15 mil casos de varíola M e 461 mortes registradas só este ano. Isso representa um aumento alarmante de 160% em comparação ao mesmo período do ano passado, além de um crescimento de 19% no número de mortes.

Recentemente, um novo caso da variante clado 1b foi identificado na Suécia, intensificando ainda mais as preocupações globais. Para Kluge, a forma como o surto será enfrentado agora e nos próximos anos será um teste decisivo para a Europa e para o mundo.

### A Situação na África: Uma Urgência Humanitária

Na África, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) está mobilizando esforços para apoiar a OMS e outros parceiros no combate à varíola M. A doença se mostrou particularmente perigosa para as crianças, com a maioria dos casos infantis ocorrendo na República Democrática do Congo. Casos também foram relatados em países vizinhos, como Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda.

A agência da ONU confirmou que a quantidade de pacientes vem crescendo em nações como República Centro-Africana, Camarões, Chade, Nigéria, Libéria e Costa do Marfim. As equipes do Unicef estão em estado de alerta nas regiões da África Ocidental, Central, Oriental e Meridional, prontas para agir diante da crise atual.

### A Emergência de Saúde e as Crianças

A OMS declarou o surto de varíola M uma emergência de saúde pública de interesse internacional no dia 14 de agosto, seguindo uma declaração similar dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças da África. A RD Congo é o epicentro da crise, com 56% dos casos reportados afetando crianças menores de 15 anos. Até agora, estima-se que cerca de 8.772 crianças foram afetadas, resultando em 463 mortes.

Gilles Fagninou, diretor regional do Unicef para a África Ocidental e Central, destaca que o surto agrava ainda mais a situação de crianças e famílias que já enfrentam conflitos, deslocamentos, epidemias de cólera e poliomielite, além de graves índices de desnutrição. A combinação de todos esses fatores torna a situação ainda mais crítica.

### A Prioridade na Proteção das Crianças

De acordo com especialistas, é evidente que as crianças, especialmente aquelas que já sofrem de desnutrição ou outras doenças, estão em risco elevado de contaminação e morte devido à variante em circulação. Por isso, a proteção dessas populações vulneráveis deve ser uma prioridade máxima nas ações de resposta ao surto.

Historicamente, a varíola M, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, é uma infecção viral transmitida de animais para humanos. A OMS alerta sobre a alta incidência de casos em áreas de floresta tropical na África Central e Ocidental, de onde o vírus se espalha para outras regiões. Os sintomas dessa doença, embora semelhantes aos da varíola, tendem a ser menos graves.

### Intervenções do Unicef na RD Congo

No esforço para conter o surto, o Unicef está colaborando com o governo da RD Congo para desenvolver um plano abrangente de preparação e resposta à varíola M. Este plano tem como objetivo salvar vidas e proteger as crianças nas províncias de Kivu do Sul, Ubangi do Sul e Sankuru.

As ações incluem:

– **Comunicação de risco**: Informar e envolver a comunidade para que estejam cientes sobre as infecções.
– **Capacitação**: Treinar líderes e trabalhadores locais no gerenciamento da situação.
– **Promoção de medidas de proteção**: Espalhar informações vitais sobre prevenção e segurança.

Além disso, o Unicef está focado em reforçar as capacidades de higiene, auxiliando na descontaminação de residências e fornecendo suprimentos de higiene para unidades de saúde.

### Necessidades Urgentes e Financiamentos

A resposta à varíola M na RD Congo requer um investimento significativo. O Unicef estima que cerca de US$ 4,5 milhões são essenciais para expandir as intervenções no país, que já enfrenta desafios financeiros relacionados a surtos de doenças e conflitos em andamento.

Esses recursos são destinados a:

– Cuidados médicos e nutricionais, incluindo kits de saúde de emergência para os atendimentos.
– Instalação de tendas para aumentar a capacidade de tratamento.
– Apoio alimentar para as famílias afetadas.

Além disso, a equipe do Unicef está promovendo apoio psicossocial, combatendo o estigma e a discriminação associados à situação. Eles também estão analisando dados sobre os surtos e colaborando para o compartilhamento de informações entre parceiros de saúde e no desenvolvimento de planos estratégicos baseados em evidências.

### O Caminho a Seguir

O surto de varíola M representa um desafio formidável, não apenas para a África, mas também para o mundo inteiro. À medida que os casos aumentam, a urgência de uma resposta eficaz torna-se ainda mais evidente. A proteção das populações mais vulneráveis, especialmente as crianças, deve ser uma prioridade em qualquer estratégia de intervenção.

O engajamento de todos os setores — governos, organizações não governamentais, comunidades e famílias — é fundamental para enfrentar essa crise de saúde. A situação exige um esforço coletivo, onde a solidariedade e a ação proativa caminhem lado a lado. Como cidadãos globais, todos nós podemos e devemos nos perguntar: O que estamos fazendo e como podemos contribuir para proteger nossas crianças e comunidades diante desta ameaça?

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