As contas públicas brasileiras enfrentam desafios significativos, com dívida elevada, juros altos e despesas inflexíveis. O início do atual governo, marcado pela aprovação da PEC da Transição, ampliou gastos acima do necessário, agravando a trajetória fiscal. Isso impactou diretamente as taxas de juros futuras e o custo da dívida, elevando a incerteza econômica.
Embora medidas fiscais tenham sido anunciadas, como a busca por receitas e um novo arcabouço fiscal, o sucesso dependerá de uma abordagem crível e bem estruturada. Propostas de substituir o teto de gastos por uma meta de dívida pública demandam uma gestão complexa e envolvem disputas políticas em relação a gastos e benefícios fiscais.
A solução exige um equilíbrio: limitar o crescimento das despesas totais à inflação e promover ajustes que estabilizem a dívida. Um arcabouço crível pode abrir espaço para a queda de juros e melhorar a trajetória fiscal. Porém, o alinhamento entre políticas fiscal e monetária é essencial para evitar maiores incertezas e pressões inflacionárias no futuro.