A Crise no Oriente Médio: Israel Sob Tensão
Um Cenário de Conflito
O Oriente Médio vive um período de intensas crises, com Israel no epicentro desse turbilhão. Desde o ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de cerca de 1.200 israelenses, o país intensificou suas operações militares. O exército israelense não apenas ocupou grandes partes da Faixa de Gaza, mas também lançou ações no Cisjordânia, atacou alvos no Iémen e no Líbano, e até mesmo atingiu instalações nucleares e militares no Irã.
Esses adversários, cujas raízes estão ligadas a organizações terroristas, têm uma longa história de hostilidades contra Israel. Ao longo das décadas que precederam esse ataque, tanto o Hamas quanto o Hezbollah empregaram o terrorismo, resultando em milhares de mortes, tanto de civis quanto de soldados. A situação é ainda mais complexa com a presença do Irã, que, por meio de seus aliados e de forma independente, mirou em alvos israelenses ao redor do mundo.
Sinais de Alerta
Diante desse contexto de guerra, Israel pode estar provocando uma nova onda de ataques terroristas e mesmo uma revolta mais ampla. A guerra em Gaza trouxe um sofrimento inenarrável para os civis. Ao mesmo tempo, as operações israelenses no Cisjordânia resultaram em aproximadamente 1.000 mortes e na deslocação de dezenas de milhares de palestinos. A expansão de assentamentos e diversas ações de colonos israelenses geraram um clima de revolta entre os palestinos e cidadãos árabes de Israel.
Curiosamente, apesar de toda essa turbulência e da raiva acumulada, o número de ataques terroristas dentro de Israel desde 7 de outubro tem sido surpreendentemente baixo. Não houve um aumento significativo de ataques com alta taxa de mortalidade, nem uma série incessante de incidentes de menor escala. Um novo intifada, como as que ocorreram entre 1987 a 1993 e 2000 a 2005, parece distante, em grande parte devido ao sucesso das campanhas militares de Israel e ao estado de desorganização de seus inimigos.
No entanto, esse sucesso tem um custo elevado. A abordagem militar agressiva de Israel tem levado à perda significativa de vidas civis e pode dificultar soluções políticas para os conflitos que enfrenta, colocando o país em uma trajetória de guerra permanente.
Israel e a Ameaça Constante
Os civis israelenses continuam sob ameaça. Nos últimos dois anos, grupos como o Hamas e o Hezbollah, apoiados pelo Irã, utilizaram mísseis e drones contra Israel. No entanto, essas situações se assemelham mais às guerra convencional que presenciamos na Ucrânia do que aos ataques suicidas que foram um padrão nos últimos anos. O episódio mais trágico nesse novo contexto ocorreu em outubro de 2024, quando militantes ligados ao Hamas mataram sete pessoas em uma ação violenta em um trem leve em Jaffa.
Desde outubro de 2023, estima-se que aproximadamente 20 civis israelenses foram mortos por ataques terroristas em Israel, além de outros 14 no Cisjordânia. O exército de Israel também perdeu cerca de 17 soldados em ações em Israel e na Cisjordânia, com os números de ataques caindo significativamente no início de 2025.
O Impacto das Campanhas Militares
Considerando o estado contínuo de guerra, a quantidade de mortos por terrorismo parece relativamente baixa. Israel não sofreu perdas comparáveis às de épocas anteriores, como na década de 1990, quando atentados com carros-bomba e sequestros tinham um impacto devastador. Durante a segunda intifada, Israel enfrentou 138 atentados suicidas, resultando na morte de mais de mil israelenses.
Além disso, a colaboração entre grupos subestatais, como o Hamas e a Jihad Islâmica Palestina, frequentemente tinha o apoio do Irã e do Hezbollah. Exemplo disso foram os atentados em Buenos Aires e Bulgária, que tinham como alvo instituições israelenses e judaicas.
No entanto, a situação atual é diferente. Apesar das ofensivas agressivas de Israel e do clima de tensão, a ameaça imediata aos cidadãos israelenses não é tão intensa quanto nos anos anteriores, mesmo com a motivação destacada de seus adversários.
O Mote para a Ação
Vários fatores explicam essa aparente redução nos ataques. A sistemática destruição das lideranças do Hamas e do Hezbollah, juntamente com as ações do Irã, têm dificultado a execução de operações mais complexas. A eliminação rápida de líderes cria confusão e ineficiência nas organizações terroristas. Além disso, a constante vigilância israelense exige que esses líderes se mantenham longe de comunicações normais, o que impacta suas decisões.
As operações militares em áreas como o Cisjordânia têm imposto ainda mais restrições aos militantes palestinos, resultando em um número menor de planos terroristas originários da região. A Operação Muro de Ferro, realizada logo após um cessar-fogo em Gaza, envolveu umaquilo que muitos chamariam de uma ofensiva rápida, com resultados significativos para as forças de segurança israelenses.
Barreiras e Limitações
Israel também aumentou suas barreiras e controles internos, dificultando a movimentação de palestinos entre o Cisjordânia e o território israelense. O bloqueio de Gaza e a suspensão de cerca de 150 mil permissões de trabalho para palestinos são exemplos de como as restrições físicas tornaram mais difícil para os militantes palestinos planejarem e executarem ataques.
Por outro lado, a radicalização em algumas partes da população árabe israelense é um fator preocupante. A resposta desproporcional de Israel em Gaza e na Cisjordânia pode criar ressentimentos que fomentem novas ondas de violência.
A Paciente Busca pela Solução
Embora os atuais esforços de Israel tenham trazido uma pausa temporária nas operações terroristas, o que muitas vezes são chamados de “ciclos de violência” têm mostrado que a solução militar é somente uma parte do problema. Uma abordagem militarizada é insuficiente para resolver as raízes dos conflitos.
Com a ausência de um avanço político viável, Israel pode continuar sua estratégia de “cortar a grama” na Faixa de Gaza e em outras regiões. Essa tática se concentra em enfraquecer as capacidades dos inimigos, mas parece claro que isso não elimina as causas profundas dos conflitos.
O Que Esperar?
À medida que a situação se desenrola, é essencial refletir sobre o futuro no Oriente Médio. O atual foco em estratégias militares pode estar protegendo temporariamente Israel de terríveis ataques, mas à custa de significativas vidas civis e do aprofundamento do isolamento internacional.
Israel enfrenta um dilema. Continuar nesse caminho militar pode resultar em uma paz superficial, mas também pode levar a um ciclo interminável de conflitos. Se as vozes da razão e da diplomacia não forem ouvidas, o país pode se ver preso em um labirinto sem saída.
Reflexão Final
A crise no Oriente Médio não é apenas uma questão de segurança, mas também de moralidade e política. Em um cenário onde a violência se tornou uma norma, a busca por soluções pacíficas parece cada vez mais essencial. Que caminhos serão traçados para a convivência pacífica entre israelenses e palestinos? A esperança reside na capacidade de dialogar e encontrar soluções que respeitem a dignidade de todos os envolvidos, criando assim um futuro mais harmonioso na região.
O que você pensa sobre a situação em Israel e no Oriente Médio? Compartilhe suas reflexões nos comentários e participe dessa conversa importante sobre paz e segurança!