Expectativas para a Temporada de Resultados dos Bancos Brasileiros – 2º Trimestre de 2025
A temporada de resultados referente ao segundo trimestre de 2025 terá início nesta quarta-feira, dia 30, trazendo ao mercado informações cruciais sobre a saúde financeira dos principais bancos brasileiros. As atenções estarão voltadas para as divulgações do Bradesco e do Santander, enquanto os números do Banco do Brasil ainda pecam pela sombra do primeiro trimestre, que deixou expectativas divididas. Por outro lado, os analistas mantêm uma visão otimista em relação ao Itaú e ao Santander.
O que esperar dos principais bancos brasileiros
Vamos aprofundar nas expectativas para cada um dos grandes bancos, com base nas análises mais recentes.
Banco do Brasil
- Expectativas Negativas: A maioria dos analistas antecipa que o Banco do Brasil enfrentará um desempenho inferior no relatório previsto para 14 de agosto. Instituições como Goldman Sachs, JPMorgan e XP realizaram revisões negativas nos lucros esperados, levando a uma percepção cautelosa em relação aos resultados.
- Pressão no Crédito Rural: Este segmento, que representa cerca de 30% da carteira de crédito do banco, é visto como um risco significativo, pois pode trazer a necessidade de provisões mais altas. O Goldman estima um lucro de R$ 4,9 bilhões, que está 15% abaixo do consenso do mercado.
- Possível Redução de Dividendos: Em análises preliminares, a Genial sugere que o payout, ou a fração do lucro destinada a dividendos, pode ser cortado para menos de 40%, a fim de preservar capital ante os desafios que o banco enfrenta.
Itaú
- Lucros Robustas: O JPMorgan projetou que o Itaú deverá registrar um lucro de R$ 11,5 bilhões, com um Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) em torno de 23%. O Goldman Sachs também prevê um lucro líquido de R$ 11,3 bilhões, com um crescimento de 2% no trimestre e 12% ao longo do ano.
- Crescimento da Carteira: A XP espera um crescimento na carteira de crédito em 11,4%, destacando melhorias na margem financeira. Pequenos e médios empresários, entretanto, podem enfrentar pressão na qualidade do crédito, especialmente entre os inadimplentes.
Bradesco
- Resultados Positivos Antecipados: De acordo com a análise do JP Morgan, o Bradesco deverá apresentar um bom desempenho, com um lucro estimado em R$ 6 bilhões e um ROE de 14,5%. O Goldman também está otimista, prevendo um crescimento na receita de 3% no trimestre e 28% comparado ao ano anterior.
- Desaceleração da Carteira de Crédito: A XP espera uma leve desaceleração no crescimento da carteira, que deve passar de 12,9% para 12%. Além disso, a margem financeira com clientes deve crescer significativamente, porém a margem financeira de mercado pode apresentar desafios, caindo possivelmente para zero.
Santander
- Resultados Mistos: As previsões para o Santander indicam um cenário de lucros entre R$ 3,8 e R$ 3,9 bilhões, representando uma leve queda de 2% no lucro trimestral, mas um crescimento anual substancial próximo a 13%.
- Cenário Desfavorável no Crédito: A XP observou uma leve contração na carteira de crédito de 0,6% no primeiro trimestre, e o cenário macroeconômico desfavorável poderá continuar a pressionar a originação de novos créditos.
O Impacto da Situação Econômica nos Resultados
As pressões macroeconômicas, combinadas com as dinâmicas do mercado de crédito e a saúde geral das carteiras, podem influenciar fortemente o desempenho financeiro desses bancos. Questões como taxas de juros elevadas e as expectativas futuras do setor agrícola, especialmente para o Banco do Brasil, estarão em foco.
Projeções de Resultados
Aqui estão algumas das principais projeções que os analistas fizeram para cada banco no 2º trimestre de 2025:
- Banco do Brasil: Lucro líquido estimado em R$ 5,279 bilhões; Receita de R$ 12,424 bilhões; Dividendos por ação: R$ 0,25.
- Itaú: Lucro líquido de R$ 11,322 bilhões; Receita total chegando a R$ 44,631 bilhões; Dividendo por ação: R$ 0,37.
- Bradesco: Lucro líquido projetado em R$ 5,945 bilhões; Receita esperada de R$ 32 bilhões; Dividendos por ação: R$ 0,31.
- Santander: Lucro líquido podendo atingir R$ 3,734 bilhões; Receita de R$ 21,4 bilhões; Dividendos por ação calculados em R$ 0,46.
Reflexões Finais
Nesta temporada de resultados, os bancos enfrentarão não apenas a avaliação de seus números, mas também um escrutínio considerável sobre suas estratégias e a maneira como abordarão os desafios econômicos. Enquanto o Itaú e o Bradesco se mostram mais resilientes, o Banco do Brasil e o Santander terão de navegar por águas mais turbulentas, com particular atenção à gestão de risco de crédito e provisões.
O que você acha dessas expectativas? Como essas informações podem impactar suas decisões financeiras? Sinta-se à vontade para compartilhar sua opinião e vamos envolver-nos em um debate produtivo sobre o futuro dos bancos no Brasil.