O Dia de Alta Volatilidade do Ibovespa
Na última quarta-feira (30), o Ibovespa viveu um dos seus dias mais movimentados do ano, alcançando uma alta de 0,95%, fechando em 133.989 pontos. O mercado se comportou de forma errática, oscilando entre perdas de quase 0,6% e momentos de euforia até o final da sessão. Essa volatilidade foi impulsionada por uma série de eventos, tanto internacionais, como o terremoto e o tsunami na região do Pacífico, quanto domésticos, incluindo a divulgação de dados surpreendentes sobre o PIB da Europa e dos EUA.
Cenário Internacional e Doméstico
O mercado americano fechou de forma mista após o Federal Reserve decidir manter os juros, o que esfriou as expectativas de um corte em setembro. Em solo brasileiro, o clima também foi de agitação, marcado por tensões políticas e comerciais, como a sanção aplicada pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes. Apesar disso, o dia terminou em um tom mais leve, após a ordem executiva de Donald Trump, que confirmou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, trazer exceções importantes. Entre elas, estão celulose, energia e suco de laranja, o que aliviou a pressão sobre o mercado.
Os operadores de mini-índice enfrentaram um pregão desafiador, repleto de altos e baixos que testaram tanto a leitura técnica quanto as emoções do mercado. Com a revelação das exceções no pacote tarifário no final da tarde, ocorreu uma rápida virada de percepção. A aversão ao risco foi substituída por um rali de alívio, impulsionando ações de grandes empresas como Embraer (+10,93%), Petrobras (+1,02%) e Bradesco (+1,62%).
As expectativas para os próximos dias continuam em alta, principalmente devido à recente decisão do Copom e à divulgação do PCE nos EUA. Os dados de emprego no Brasil também serão observados de perto. Em meio a esse cenário tumultuado, o índice futuro tende a refletir sensibilidade ao noticiário político e econômico, além de possíveis novos desdobramentos nas relações comerciais.
Análise de Desempenho do Mini-índice
Na última sessão, os contratos do mini-índice (WINQ25), com vencimento em agosto, encerraram o dia com uma alta de 0,94%, atingindo 134.560 pontos. Essa movimentação foi analisada em gráficos de períodos menores e maiores, revelando cues sobre sua performance futura.
Análise do Gráfico de 15 Minutos
A análise do gráfico de 15 minutos demonstra um cenário promissor de recuperação. Com o mini-índice fechando em alta, ele se posicionou acima das médias de 9 e 21 períodos, indicando uma possível continuidade do movimento ascendente a curto prazo. Para que essa tendência de alta se fortaleça, o índice precisará romper a resistência estabelecida entre 134.885 e 135.195.
Caso este patamar seja ultrapassado, as próximas regiões de resistência situam-se em 135.420 a 135.870, com um objetivo mais longo podendo ser alcançado entre 136.170 e 136.425.
Entretanto, se houver a entrada de pressão vendedora, o primeiro ponto de vigilância será a faixa de suporte em 134.470 a 134.035. Se esse nível for perdido, é provável que a queda acelere em direção ao suporte intermediário em 132.620 a 133.225, com um alvo mais distante em 132.635 a 132.335.
Perspectivas no Gráfico Diário
No gráfico diário, o mini-índice também apresentou uma movimentação positiva, formando um candle que ilustra a disputa entre compradores e vendedores. Mesmo com a valorização, o cenário ainda é de cautela, visto que o índice opera abaixo das médias móveis, com o IFR (14) em 40,06, na zona neutra.
Para que o movimento de alta se consolide, é necessário romper a resistência entre 134.815 e 135.870, o que abriria caminho para uma possível extensão até 136.600 a 138.290. No entanto, se houver um recuo e o índice romper a faixa de 132.335 a 130.900, poderá buscar um suporte mais robusto em 129.820 pontos.
Análise do Gráfico de 60 Minutos
A análise do gráfico de 60 minutos mostra que o índice valorizou, operando acima das médias móveis de 9 e 21 períodos, um sinal claro de recuperação do ímpeto comprador. Para continuar nesse movimento, será preciso romper a resistência em 135.000 a 135.870. Se essa resistência for quebrada, os próximos alvos estarão nas faixas de 136.170 a 136.800 e 137.065 a 137.535 pontos.
Por outro lado, uma possível perda de força compradora pode levar o índice a testar novamente o suporte em 134.100 a 133.520. Se esse patamar for rompido, novos alvos descendentes poderão ser ativados, com suporte adicional em 132.635 a 132.335 e, em uma queda mais acentuada, em 131.675 a 130.900 pontos.
Fonte: Nelogica. Gráfico de 15 minutos. Elaboração Rodrigo Paz.
Fonte: Nelogica. Gráfico de 60 minutos. Elaboração Rodrigo Paz.
O Que Esperar?
As movimentações recentes no Ibovespa e nos mini-índices reforçam a importância de uma vigilância constante sobre o mercado. Com os dados econômicos se desenrolando e as ações reagindo a novas informações, os investidores devem estar preparados para a volatilidade, que parece ser o novo normal.
Dicas para o Investidor
- Monitorar notícias: Esteja sempre atento às atualizações políticas e econômicas que podem impactar o mercado.
- Análise técnica: Utilize gráficos para identificar pontos de soporte e resistência, ajudando na tomada de decisão.
- Disciplina emocional: Mantenha o controle emocional frente às oscilações do mercado, evitando decisões impulsivas.
Ao final, o que realmente importa é a capacidade de adaptação do investidor às novas informações e condições do mercado. A volatilidade pode ser desafiadora, mas também oferece oportunidades valiosas.
Vamos Conversar?
Quais são as suas opiniões sobre o estado atual do mercado? Você acha que a volatilidade vai continuar? Deixe seus comentários abaixo e compartilhe suas experiências!
Rodrigo Paz é analysta técnico e está sempre em busca de novas formas de interpretar o mercado e ajudar investidores a navegá-lo.