Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times
Na sexta-feira (1.º), o cenário comercial global foi agitado pela nova rodada de tarifas anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A medida abrange vários países e foi recebida de maneiras distintas: alguns viram a oportunidade como positiva, enquanto outros expressaram descontentamento com o aumento nas taxas.
Trump tomou essa decisão na quinta-feira (31), véspera do prazo que recém expirou para que os parceiros comerciais chegassem a acordos com os Estados Unidos, e as tarifas propostas variam entre 10% e 41%. Essas taxas estarão ativas a partir de 7 de agosto, e sua intensidade dependerá do tipo de acordo que cada país tenha conseguido.
Um dos pilares fundamentais da política comercial do governo Trump tem sido a redução do déficit comercial dos EUA em relação aos seus parceiros internacionais. O governo inicialmente anunciou que as tarifas deveriam entrar em vigor em 9 de abril, mas esse prazo foi estendido para agosto para dar mais tempo às negociações. Durante esse período, o governo americano selou acordos comerciais temporários com nations como a União Europeia, Japão e Reino Unido.
Malásia comemora conquistas em tarifas
O Ministério de Investimento, Comércio e Indústria da Malásia destacou que a redução das tarifas de 25% para 19% representa uma “conquista significativa”. Esse acordo foi considerado um triunfo, já que as negociações ocorreram sem comprometer os interesses essenciais do país.
- A taxa agora está alinhada com os padrões de outros países do Sudeste Asiático.
- A Malásia preservou seus “itens de linha vermelha”, garantindo o direito soberano de implementar políticas que sustentem a estabilidade socioeconômica.
Na quinta-feira, Taiwan também recebeu notícias positivas: o governo Trump informou que a taxa inicial de 32% foi reduzida para 20%. Embora Taipei ainda não tenha iniciado as negociações finais com Washington, o presidente taiwanês, Lai Ching-te, expressou esperança de que a alíquota possa ser ainda mais reduzida. Ele comentou: “Vinte por cento não era nossa meta inicial; queremos uma taxa mais favorável nas futuras negociações”.
O vice-primeiro-ministro do Camboja, Sun Chanthol, agradeceu à decisão de Trump de fixar a tarifa em 19%, uma diminuição notável em relação aos 49%. Ele declarou que o país adotaria tarifas zero sobre todos os produtos dos Estados Unidos.
A Tailândia também se beneficiou com uma redução significativa, passando de 36% para 19%. O porta-voz do governo tailandês, Jirayu Houngsub, celebrou o resultado, afirmando que isso é uma grande conquista para a economia do país.
Impacto negativo nas tarifas da Suíça
A Suíça, famosa por suas indústrias de bancos, farmacêuticos e relojoaria, não teve a mesma sorte. No mesmo dia, uma nova tarifa de 39% foi imposta, superior à taxa inicialmente proposta de 31%. O governo suíço expressou seu descontentamento em uma publicação no X, lamentando que, apesar dos avanços nas negociações bilaterais, os Estados Unidos optaram por tarifas unilaterais adicionais.
As autoridades suíças afirmaram que continuarão suas negociações com os representantes dos Estados Unidos em busca de um consenso.
A Noruega, por sua vez, enfrentará uma tarifa de 15%, conforme anunciado anteriormente em abril. O primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store, comentou que o país esperava tarifas zero e expressou a importância das negociações em andamento com os EUA. “Os Estados Unidos são um parceiro comercial significativo para nós. Embora não tenhamos concluído as negociações, já alcançamos um bom progresso”, disse ele.
Desapontamento canadense
O Canadá, por sua vez, não recebeu boas notícias. O decreto assinado por Trump elevou as tarifas sobre seus produtos de 25% para 35%. A Casa Branca, em um comunicado de 31 de julho, justificou a medida alegando que o Canadá “não colaborou para conter a crise do fentanil e outras drogas ilícitas” e retaliou com ações contra os EUA.
- Diferente dos outros países, as tarifas canadenses foram aplicadas imediatamente.
- Os produtos cobertos pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) estão isentos de tarifas.
O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, mostrou-se “decepcionado” com essa decisão, mas reafirmou o compromisso do país com o USMCA. Ele enfatizou que o Canadá continuará batalhando para solucionar a questão do fentanil e manter uma relação comercial saudável com os EUA.
A Associated Press, Joseph Lord e Omid Ghoreishi contribuíram para esta reportagem.
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