Perspectivas da Safra de Café no Brasil: Expectativas para 2026

Crédito: Reuters/Khaled Abdullah

O Cenário Atual da Café no Brasil

A safra de café do Brasil em 2026 promete ser promissora, ao que tudo indica, com a possibilidade de um aumento em relação à produção do ano anterior. A análise do Rabobank, feita por Guilherme Morya, evidencia que, embora o clima tenha provocado uma certa queda no otimismo, há esperanças de recuperação na produção.

Desafios Climáticos e Suas Implicações

O último ano trouxe desafios significativos. Em 2025, a produção brasileira totalizou 62,8 milhões de sacas de 60 kg, com uma queda notável de 14% na safra do café arábica, que somou apenas 38,1 milhões de sacas. Entretanto, a produção de canéforas, como o robusta e conilon, viu um leve crescimento, alcançando 24,7 milhões de sacas, um aumento de 10% comparado a 2024.

O Impacto do Clima nas Culturas

O que está por trás da diminuição na produção? O cenário climático tem sido incerto, especialmente para o arábica. Geadas em 2025 e chuvas de granizo em áreas produtivas impactaram diretamente as floradas, interferindo na pegada dos frutos. Esses fatores, segundo Morya, levantam dúvidas sobre o potencial produtivo do arábica para a próxima colheita.

Mas quais são as expectativas para 2026?

Expectativas de Crescimento para 2026

Apesar das incertezas, a previsão é otimista. A expectativa é de um ligeiro aumento na produção de arábica, dependendo de fatores climáticos nas semanas que antecedem a colheita, que ocorre entre abril e maio. Morya ressalta que a preocupação com o arábica aumentou, especialmente por conta das irregularidades climáticas observadas nos meses anteriores.

Projeções para o Café Canéfora

Para as cafeeiras de canéfora, a previsão é um leve crescimento. Isso pode ser atribuído ao aumento na área plantada, que poderá compensar os danos causados por podas em lavouras mais antigas.

O Impacto no Mercado Global de Café

Se as expectativas se concretizarem, o Brasil poderá contribuir para um superávit no mercado global de café, aumentando a oferta em 3,3 milhões de sacas para o ano de 2025/26, em comparação a 1,7 milhão em 2024/25. Esse aumento pode, por sua vez, afetar o preço do café arábica na bolsa de Nova York, que poderia variar entre US$3,10 e US$3,55 por libra-peso, uma queda em relação aos atuais US$3,80.

Como o Mercado Tem se Comportado

“Muitos ainda veem o superávit como apertado. O mercado passou por anos de déficits e agora enxergamos um leve alívio, mas continua sendo uma situação delicada”, observa Morya. Ele destaca que as projeções para 2025/26 estão longe dos superávits de mais de 10 milhões de sacas vistos no início da década, quando o Brasil registrou uma safra recorde em 2020.

Saídas de Outros Países

Além disso, a expectativa de safras melhores em outros países como Colômbia e Indonésia também contribui para essa perspectiva otimista no mercado global.

Exportações Brasileiras: O Que Esperar?

O Rabobank antecipa que as exportações de café do Brasil em 2025/26 (julho/junho) devem variar entre 39 e 41 milhões de sacas, uma redução em comparação às 45,6 milhões do ciclo anterior. Esse ajuste é resultado de colheitas frustradas nos últimos anos e estoques de passagem reduzidos, após exportações recordes de 47,5 milhões de sacas em 2023/24.

Desafios Futuros

O caminho a percorrer ainda é repleto de desafios. A agricultura enfrenta uma pressão crescente para adaptar-se às mudanças climáticas e aos padrões de mercado que estão em constante evolução. E, nesse cenário, é fundamental que os produtores se mantenham informados e preparados para as flutuações.

Considerações Finais

A produção de café no Brasil para 2026 apresenta um cenário repleto de possibilidades, mas não sem suas incertezas. A interação entre clima, mercado e técnicas de cultivo será determinante para que os produtores possam tirar o máximo proveito da próxima safra.

A recuperação das lavouras e o alivio das tensões no mercado global podem trazer um novo ânimo ao setor cafeeiro.

• E você, o que espera da próxima colheita?
• Como as mudanças climáticas influenciam seu entendimento sobre o futuro do café?

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