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Estudo Revela a Importância do Carbono no Pantanal
A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), em colaboração com a Embrapa Gado de Corte e a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), acaba de divulgar um estudo fascinante sobre o estoque de carbono nas formações vegetais da Bacia do Alto Paraguai. Intitulado Carbopan, o Atlas se destaca por evidenciar o valor ambiental crítico que esse bioma representa para o Brasil.
Sob a coordenação do professor Fábio Ayres, do Centro de Estudos de Fronteira (Cefront), o estudo contou com a presença de vários especialistas, incluindo o reitor da UEMS, Laércio de Carvalho, e os pesquisadores da Embrapa, Luiz Orcírio e Rodiney Mauro, além do presidente da Acrimat, Oswaldo Pereira Ribeiro Jr. A apresentação teve como foco a análise de 59 localidades na parte norte da Bacia do Alto Paraguai, abrangendo áreas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Metodologia Inovadora Utilizada no Estudo
Os pesquisadores utilizaram imagens de satélite Landsat e técnicas de sensoriamento remoto em conjunto com dados de campo para caracterizar as fitofisionomias do Pantanal. Para a determinação da cobertura vegetal e uso do solo, foi aplicada uma abordagem híbrida, que incluiu métodos automatizados e manuais.
Os resultados destacaram que as áreas nativas e as manejadas de forma sustentável apresentam altíssimos volumes de carbono por hectare. Municípios como Poconé, com 33,42 toneladas por hectare, e Barão de Melgaço, com 28,78 toneladas por hectare, figuram entre os de maior estoque de carbono.
O Que Isso Representa Para o Brasil?
O aumento do estoque de carbono é considerado estratégico, pois não apenas retém o carbono na vegetação e no solo, mas também reduz as emissões de gases de efeito estufa. Ayres afirma: “Isso abre espaço para o mercado de carbono.”
“A conservação do Pantanal assegura resiliência ecológica, segurança hídrica e fortalece a economia local, preservando a biodiversidade.”
A Pecuária como Aliada
Um aspecto interessante da pesquisa é que o manejo tradicional da pecuária extensiva, praticado nas pastagens nativas, se mostra compatível com a manutenção dos estoques naturais de carbono. “Conservar o Pantanal é garantir uso sustentável e equilíbrio ecológico”, declara Ayres. A integração ambiental entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul é vital, já que a Bacia do Alto Paraguai transcende as fronteiras.
Planejamento Territorial e Políticas Públicas
O Atlas serve como uma importante base científica para o planejamento territorial sustentável, a valorização de ativos ambientais e a formulação de políticas públicas que visem mitigar as mudanças climáticas. “O Pantanal se consolidou como um ativo ambiental relevante nas discussões globais sobre carbono, reforçando o papel do Brasil nas metas da COP30”, enfatiza o pesquisador.
Novos Mercados em Perspectiva
Rodiney Mauro, da Embrapa, destaca que essa pesquisa traz um conhecimento detalhado sobre os estoques de biomassa e carbono. Isso é crucial para a inserção do Pantanal nos mecanismos de compensação climática internacionais. “Projetos de créditos de carbono e de desenvolvimento limpo requerem dados concretos” sobre a capacidade de sequestro de carbono, informação que agora está disponível para direcionar políticas e investimentos.
Oswaldo Pereira Ribeiro Jr., presidente da Acrimat, reforça que o estudo confirma a vocação produtiva e sustentável da pecuária pantaneira. “Os produtores sempre buscaram um equilíbrio entre a criação de gado e a conservação ambiental. Essa pesquisa reforça que o manejo extensivo com vegetação nativa é parte essencial das soluções climáticas do Brasil.”
Uma Metodologia que Transcende Fronteiras
Os pesquisadores acreditam que o modelo de levantamento adotado pode ser replicado em outras regiões da Amazônia Legal e no Cerrado, possibilitando a criação de uma base de dados integrada para a mensuração de carbono em diferentes biomas. Essa metodologia estabelece parâmetros técnicos para a estimativa do potencial de fixação de carbono em sistemas agropecuários tropicais, ajudando os produtores rurais a acessar novos instrumentos financeiros.
“O Pantanal demonstra que conservar e produzir não são ações opostas, mas complementares”, resume Ayres. “O carbono fixado na vegetação é o que garante água, biodiversidade e renda no campo.”
Reflexões Finais
Neste panorama, o Pantanal se revela não apenas como um bioma rico em biodiversidade, mas também como um aliado estratégico no enfrentamento das mudanças climáticas. Ao entendermos a relação entre conservação e produção, podemos vislumbrar um futuro em que ambos coexistem de maneira harmônica.
Portanto, que possamos continuar a apoiar iniciativas que promovem o uso sustentável da terra e a proteção de nossos ecossistemas. O que você acha sobre a importância do Pantanal na luta contra mudanças climáticas? Vamos discutir!
Tags: Pantanal, Carbono, Embrapa, UEMS, Acrimat, Bacia do Alto Paraguai, Pecuária Sustentável, Biodiversidade, Geoprocessamento, Sensoriamento Remoto, Clima, COP30, Mercado de Carbono, Produção Agropecuária, Mato Grosso.




