A Falência da Oi e Seus Reflexos: O Futuro dos Trabalhadores em Suspenso
Na última segunda-feira, dia 10, a Justiça decretou a falência da Oi, um dos maiores emaranhados da infraestrutura de telecomunicações do Brasil. Essa decisão trouxe à tona um mar de incertezas e preocupações entre os empregados da companhia. A Oi, que já enfrentou um processo de recuperação judicial anteriormente, viu sua situação se agravar, deixando cerca de 13 mil trabalhadores em um limbo de expectativa e apreensão.
O Impacto Direto nos Funcionários
Luis Antonio Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações do Rio de Janeiro (Sinttel-RJ), expressou a angustiante realidade enfrentada pelos funcionários. “É desesperador! Muitos não entendem o que significa falência e como seus direitos serão garantidos”, explica. Esse sentimento de traição e insegurança permeia os corredores da empresa.
Com a Oi operando em 7.500 localidades e mantendo 4.600 contratos com o setor público, o cenário é alarmante. Aproximadamente 10,8 mil trabalhadores estão vinculados diretamente às atividades de manutenção de rede e call centers, e agora se veem em um cenário incerto.
Categorização de Créditos
Um ponto de destaque é a divisão dos créditos a receber. De acordo com o jornal EXTRA, aqueles que têm valores de até 150 salários mínimos terão prioridade no recebimento de seus direitos. Já os que possuem créditos superiores a esse valor serão incorporados à massa falida, o que significa que há pouca esperança de reembolso a curto prazo. O que esperar em um panorama como esse?
O Futuro da Serede e Tahto
A Serede, que emprega aproximadamente 5 mil trabalhadores com salários atrasados, e a Brasil Telecom Call Center (Tahto), com seus 5,8 mil colaboradores, também enfrentam dificuldades. A Oi já anunciou que planeja vender essas unidades. Essa incerteza sobre o futuro imediato traz ainda mais inquietação aos empregados.
Mudança de Direção: V.tal
Recentemente, a infraestrutura de fibra óptica da Oi foi adquirida por um fundo gerido pelo BTG Pactual e repassada à nova empresa V.tal. Com a transferência, a Serede perdeu seu maior cliente, gerando um efeito dominó no emprego dos trabalhadores. Com o fim do contrato em setembro, a V.tal abriu concorrência para o serviço de manutenção, levando muitos funcionários a repensar sua carreira.
Apesar do clima de instabilidade, a Serede não dispensou seus funcionários. Muitos optaram por novas oportunidades, enquanto outros foram realocados. Bruno Matias, operador multifuncional e funcionário da Serede há 11 anos, revela que o decreto de falência não o surpreendeu, mas o deixou angustiado.
“Para pagar a fatura do cartão deste mês, precisei recorrer a um empréstimo. Temos um grupo no Telegram e muitos colegas estão enfrentando situações difíceis, alguns com problemas de saúde na família”, conta Bruno, refletindo sobre a ansiedade coletivamente vivida.
O Testemunho de Milton Ibraim
Outro funcionário que se sente desamparado é Milton Ibraim, um consultor técnico que trabalha na empresa há 13 anos. Ele também passou pela experiência de ser redirecionado para novas funções dentro da Serede. “A empresa não fez dispensas, mas a mudança de trabalho foi abrupta e sem explicação. Agora, estamos na expectativa de receber o salário atrasado”, diz Ibraim, que é casado e pai de cinco filhos, dois deles com Transtorno do Espectro Autista.
Garantindo os Direitos dos Funcionários
A luta pela preservação dos direitos dos trabalhadores é uma prioridade para o Sinttel-RJ e outras entidades sindicais. Luis Antônio, em articulação com outros sindicatos, busca urgentemente uma reunião com os responsáveis pela gestão do processo judicial da Oi, com o objetivo de assegurar que todos os trabalhadores recebam as verbas rescisórias em sua totalidade, independentemente de seu salário.
“A expectativa é de que, mesmo em meio a essa crise, os direitos dos trabalhadores sejam respeitados. Estamos na luta para garantir que ninguém fique desamparado”, destaca Luis Antônio.
Mobilização e Proximidade com as Autoridades
Na quinta-feira, o Sinttel-RJ terá um encontro com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e com o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho. Essa articulação é fundamental para trazer um suporte adicional e sensibilizar as autoridades sobre a gravidade da situação.
Uma Esperança em Meio ao Caos
Ainda que a realidade seja sombria, existem vozes que se levantam esperando a mudança. Amilton Barros, diretor de negociações do Sinttel-RJ, enfatiza a importância de preservar os direitos dos trabalhadores: “Não podemos permitir que os trabalhadores paguem a conta dessa crise”.
Ao ser questionada, a V.tal informou que já depositou os valores devidos à Serede para garantir o pagamento das obrigações trabalhistas, mas a Serede não se manifestou sobre a situação até o fechamento deste artigo.
Considerações Finais
Diante desse cenário desafiador, a pergunta que fica é: como os trabalhadores da Oi e das empresas associadas conseguirão navegar por estas águas turbulentas? A falência da Oi não é apenas um evento corporativo, é uma onda que impacta diretamente a vida de muitas famílias e comunidades.
Se você é um dos afetados ou se preocupa com essa situação, compartilhe suas experiências e pense sobre como podemos colaborar para encontrar soluções. É hora de nos unirmos e lutarmos por nossos direitos!




