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Raízen Aumenta suas Fixaçõe de Preços em Tempos Desafiadores
A Raízen, uma das grandes referências na produção de açúcar mundial, tem dado passos importantes em momentos de turbulência do mercado. Recentemente, a empresa anunciou que já fixou o preço do adoçante na casa de 114 centavos de real por libra-peso para quase 50% da produção esperada na próxima safra (2025/26), o que traz uma perspectiva positiva para o ano seguinte, especialmente com a expectativa de uma melhora na produtividade do canavial em 2026/27, conforme relatou um de seus executivos na última sexta-feira (14).
Estratégias para Minimizar Riscos
Phillipe Casale, o responsável por Relações com Investidores da Raízen, destacou que estas fixações ajudarão a atenuar a vulnerabilidade da empresa frente à queda nos preços do açúcar no mercado internacional. “Isso vai reduzir a exposição aos preços de tela mais pressionados no curto prazo”, explicou, em referência às mínimas de cinco anos observadas na bolsa de Nova York.
O executivo também mencionou que a companhia assegurou preços benéficos para a quase totalidade do açúcar produzido na safra atual, mantendo-os a 111 centavos de real por libra-peso. Essa ação é crucial em um cenário onde muitos competidores enfrentam preços abaixo dos custos de produção.
Expectativas de Melhora na Produtividade do Canavial
Outra notícia alentadora é que a Raízen espera ganhos de produtividade na próxima safra, aproveitando áreas anteriormente afetadas por incêndios e condições climáticas adversas. “Estamos observando benefícios significativos, não apenas do clima, mas também de todo o trabalho realizado este ano nas áreas que sofreram no passado devido às queimadas e seca”, afirmou Casale durante uma teleconferência sobre os resultados financeiros.
Esse processo, segundo o executivo, não só beneficia a produtividade, mas também promete trazer mais eficiência ao custo de operação. E quando se fala em produtividade, embora não se confirme recordes, há uma “recuperação garantida” em andamento, destacando o potencial de crescimento da empresa.
Dificuldades e Desafios no Mercado
No entanto, nem tudo são flores. Nos primeiros seis meses da safra, a Raízen viu uma redução de 6,4% na moagem de cana, totalizando 59,6 milhões de toneladas. Este cenário desafiador, aliado a um processo de desinvestimentos e problemas climáticos significativos, aponta para um fechamento da moagem mais próximo do limite inferior esperado, entre 72 milhões e 75 milhões de toneladas, comparado aos 78,2 milhões da safra anterior.
A companhia reportou um prejuízo líquido de R$2,3 bilhões no segundo trimestre da safra 2025/26, um aumento significativo em relação ao resultado negativo de R$158,3 milhões do mesmo período do ano anterior. Este resultado adverso foi influenciado pela menor contribuição dos resultados operacionais e pelo aumento das despesas financeiras, impactadas por uma elevação no saldo de dívida.
Desinvestimentos em Andamento
Durante a teleconferência, os executivos da empresa ressaltaram que o programa de desinvestimentos, focado na melhoria da estrutura de capital, ainda está em andamento. “Ainda teremos mais desinvestimentos que contribuirão para a redução do montante da dívida líquida”, afirmou um dos executivos da Raízen.
Nelson Gomes, CEO da Raízen, destacou que a companhia encontra-se em um momento favorável para reduzir custos e otimizar sua estrutura de capital. Ele mencionou que a venda de ativos já rendeu R$5 bilhões até agora, com R$1 bilhão já disponível em caixa e outros R$4 bilhões a serem recebidos até o final do ano-safra. “Todos esses recursos serão destinados ao pagamento de dívidas”, enfatizou.
Reestruturação e Oportunidades Futuras
Gomes também lembrou que, através do processo de desinvestimentos, a Raízen conseguiu reduzir o número de suas unidades de 30 para 24, que serão as que operarão na próxima safra. Ele mencionou que a comunicação entre os acionistas, a Shell e a Cosan, tem sido constante para buscar melhorias na capitalização da empresa, embora não tenha revelado detalhes sobre os planos futuros.
Reflexões Finais
A trajetória da Raízen reflete as complexidades e desafios do setor sucroenergético, onde as flutuações de mercado e condições climáticas podem impactar profundamente os resultados financeiros. As recentes estratégias de fixação de preços e a esperança de uma produção mais robusta a partir do ano seguinte indicam que a empresa está se posicionando para navegar por esses tempos desafiadores.
Além disso, a resiliência demonstrada na busca por uma estrutura de capital mais sólida através de desinvestimentos oferece uma perspectiva de um futuro mais sustentável, ainda que exija tempo e estratégia cuidadosa. Você se identifica com os desafios enfrentados por empresas como a Raízen? Quais outros fatores você acha que deveriam ser considerados na análise do setor? Deixe suas reflexões e contribuições nos comentários!




