A Aliança Sombria: Irã e Crime Organizado
Sobrevivendo a Um Ataque
Recentemente, o político espanhol Alejo Vidal-Quadras, conhecido por sua luta contra o regime do Irã, revelou em uma conferência online que o país está se aliando a organizações criminosas. Esta revelação surge exatamente um ano após uma tentativa de assassinato contra ele, quando foi baleado em Madri em 9 de novembro de 2023. O que isso significa para a segurança da Europa e a estabilidade internacional?
A Conexão Irã-Crime Organizado
Vidal-Quadras, que tem 79 anos e foi membro do Parlamento Europeu, destacou que o regime iraniano tem laços preocupantes com a gangue Mocro Maffia, que opera principalmente nos Países Baixos. As atividades dessa gangue não são desconhecidas; atuam no tráfico de drogas e têm um histórico de violência que inclui assassinatos de opositores e cidadãos europeus. Em sua fala, ele reforçou que a Mocro Maffia tem colaborado com o governo iraniano na perseguição a dissidentes.
Quem é Alejo Vidal-Quadras?
- Histórico Político: Ex-membro do Parlamento Europeu e cofundador do partido Vox.
- Ativismo: Presidente do Comitê Internacional em Busca da Justiça (CIBJ), fundado para apoiar a oposição democrática ao regime iraniano.
O CIBJ é crucial nesse contexto, pois trabalha em colaboração com o Conselho Nacional de Resistência do Irã (NCRI), um dos principais grupos de oposição ao regime.
Novas Revelações do Departamento de Justiça dos EUA
No mesmo dia da conferência de Vidal-Quadras, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou documentos que acusam três homens de estarem envolvidos em uma conspiração de assassinato, supostamente orquestrada pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (CGRI) do Irã. Os alvos dessa rede incluem figuras proeminentes, como o ex-presidente Donald Trump e o ex-secretário de Estado John Bolton — uma indicação clara de que as ameaças não se restringem apenas a dissidentes, mas também a líderes ocidentais.
Durante sua fala, Vidal-Quadras compartilhou que, após a tentativa de assassinato que sofreu, sete pessoas de diferentes nacionalidades foram presas. O principal acusado, Mehrez Ayari, um francês de origem tunisiana, foi apanhado enquanto se preparava para atacar outro dissidente iraniano na Holanda. Essa situação demonstra a crescente ousadia e a complexidade das operações do regime iraniano fora de suas fronteiras.
O Impacto da Mocro Maffia
Conhecida por sua origem marroquina, a Mocro Maffia se tornou sinônimo de terror no cenário europeu. Entre seus crimes mais notorios estão os assassinatos do advogado Derk Wiersum em 2019 e do jornalista Peter de Vries em 2021, ambos em Amsterdam.
Ridouan Taghi: O Chefão
O líder da gangue, Ridouan Taghi, foi condenado à prisão perpétua em fevereiro de 2024. Sua captura representa uma vitória significativa para a polícia, mas a conexão entre essa organização e o regime iraniano levanta questões alarmantes sobre a segurança na Europa.
A Necessidade de uma Resposta Internacional
Diante dessa ameaça crescente, Vidal-Quadras pediu uma política mais rigorosa contra o regime do Irã, sugerindo que o CGRI seja classificado como uma organização terrorista pela União Europeia e pelo Reino Unido. Ele argumenta que essa abordagem não só aumentaria a pressão sobre o regime, mas também ajudaria a estabelecer um caminho em direção a um Irã mais estável e democrático.
Estratégias Efetivas
Para lidar com essa situação, algumas medidas sugeridas incluem:
- Designação do CGRI como terrorista: A ação ajudaria a legitimar sanções mais rigorosas.
- Sanções internacionais amplificadas: Aumentar o alcance das sanções pode desestabilizar a capacidade do regime de operar livremente.
O Olho do Furacão: Terrorismo e Impunidade
Matthew Levitt, especialista em contraterrorismo, ecoou as preocupações de Vidal-Quadras. Ele mencionou que o Irã está intensamente empenhado em se vingar da morte do general Qasem Soleimani, sugerindo um aumento na utilização de táticas de assassinato contra críticos do regime. Levitt destacou o uso de intermediários criminosos, evidenciando como o Irã contrata gangues da Europa Oriental para realizar suas operações, numa tentativa de desviar a responsabilidade.
A Ameaça Real
Com base em certas situações observadas, Levitt afirmou que o uso de táticas terroristas pelo regime iraniano não é apenas uma questão de má conduta, mas um assassinato deliberado. A necessidade de ação contundente nunca foi tão clara.
- Haja vista que o regime iraniano já foi responsável por mais de 450 atos terroristas globalmente, questiona-se a eficácia das investigações e as respostas adotadas pela comunidade internacional.
A Burocracia do Terror
Levitt também apresentou uma visão interessante sobre a complexidade interna do governo iraniano, sugerindo que, dentro de sua aparente segurança, podem existir grupos que não se comunicam adequadamente, levando a um vácuo de estratégia em suas operações terroristas.
Um Chamado à Ação
Os perigos que o Irã representa vão além das sua fronteiras, afetando diretamente a Europa e as relações internacionais. A decisão da Bélgica em libertar Assadollah Assadi, um diplomata iraniano envolvido em uma conspiração para atacar uma reunião do NCRI em 2018, foi criticada por Bob Blackman, parlamentar conservador do Reino Unido. Ele ressaltou que, se bem-sucedido, o ataque teria resultado em consequências catastróficas.
O evento que estava sendo atacado reuniu 28.000 pessoas, e a presença de figuras significativas, junto com a incessante agressão do regime iraniano, foi um ponto central das discussões.
Apaziguamento Não é a Resposta
Struan Stevenson, ex-parlamentar escocês, destacou que a política de apaziguamento tem falhado e incentivado os clérigos no poder. A abordagem do Ocidente em resposta às ações do Irã deve mudar, uma vez que as estratégias anteriores apenas reforçaram o regime.
- A história do regime iraniano, desde a Revolução de 1979 até os massacres de prisioneiros políticos, exige uma mudança radical na forma como o Ocidente se relaciona com o Irã.
Reflexões Finais
A situação envolvendo o Irã e sua relação com o crime organizado apresenta desafios significativos que não podem ser ignorados. Com políticas inadequadas que resultam no fortalecimento de um regime totalitário, a necessidade de uma abordagem mais eficaz e coerente é clara.
Essa reflexão traz à tona a importância de um debate aberto sobre o que deve ser feito para enfrentar essa ameaça crescente. O que você pensa sobre a colaboração entre governos e organizações criminosas? A comunidade internacional está pronta para adotar as medidas necessárias para garantir a segurança e a estabilidade em um cenário tão volátil? Compartilhe suas opiniões e ajude a espalhar a conscientização sobre esse tema que afeta a todos nós.