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A Estratégia da China Contra Taiwan: Por que Está Falhando?

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A Intensificação da Tensão no Estreito de Taiwan: O Que Está em Jogo?

Em meados de outubro de 2024, a China realizou uma nova rodada de exercícios militares de grande escala no Estreito de Taiwan, simulando um bloqueio aos portos da ilha. Essa ação foi desencadeada por declarações do presidente taiwanês, Lai Ching-te, durante o Dia Nacional de Taiwan, em que afirmou que "a China não tem o direito de representar Taiwan", destacando que a democraticidade e a liberdade estão florescendo na ilha. Embora Lai não tenha sugerido uma busca por independência ou uma mudança no status internacional de Taiwan, Beijing aqui viu uma oportunidade para aumentar sua pressão.

A Revolução dos Exercícios Militares

Nos últimos dois anos, os exercícios militares chineses ao redor de Taiwan passaram de eventos esporádicos para quase rotineiros. A escalada começou após a visita da ex-presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, em agosto de 2022, e continuou com a escalação após Lai assumir a presidência em maio de 2024. Entretanto, essas manobras não devem ser vistas apenas como respostas a eventos específicos; são parte central da campanha maior da China, caracterizada por operações de “zona cinza” contra Taiwan. Essas táticas envolvem atividades coercitivas que não chegam ao uso direto da força, incluindo:

  • Imposição de tarifas e embargos sobre exportações taiwanesas.
  • Tentativas de aumentar a isolamento internacional de Taiwan.
  • Campanhas de desinformação e ciberataques para desestabilizar a população e o governo.

O objetivo final da China é forçar Taiwan a aceitar a unificação. A ideia é que a pressão crescente torne insuportável a resistência dos taiwaneses, levando à capitulação sem que um tiro tenha que ser disparado. No entanto, as coisas não estão se desenrolando como esperado.

Uma Reação Inversa: Taiwan se Fortalece

É perceptível que as operações da China estão tendo o efeito oposto. A ideia de que a Taiwan busca a independência, a justificativa de Beijing para sua campanha, na verdade não reflete o sentimento popular. A maioria dos taiwaneses prefere manter o status quo, ciente de que a busca por independência poderia alienar parceiros internacionais e provocar uma reação militar da China. Em vez de se rendendo, a população taiwanesa está se unindo em resistência às ameaças externas.

Fatores que Fortalecem a Resiliência de Taiwan

  1. Percepção de Ameaça: As agressões chinesas estão aumentando a convicção de que Beijing é hostil, com muitos taiwaneses prevendo um futuro sombrio parecido com a repressão em Hong Kong.

  2. Apoio Popular: Menos de 7% dos taiwaneses desejam a unificação com a China, um número que havia sido mais do que o dobro apenas seis anos atrás.

  3. Exemplo da Ucrânia: O exemplo de resistência da Ucrânia contra a Rússia inspirou Taiwan a se preparar melhor para enfrentar qualquer desafio militar.

A Estratégia de China: Uma Mistura de Indução e Ameaça

Historicamente, a estratégia da China para unificar-se a Taiwan sempre envolveu uma combinação de inducões e ameaças, quase como um "pedido de casamento à força". Durante os anos Ma Ying-jeou (2008-2016), Beijing tentou mostrar os benefícios de um relacionamento mais próximo, mas desde a ascensão de Tsai Ing-wen, em 2016, a abordagem tornou-se mais agressiva.

Desde 2020, a presença militar da China no espaço aéreo e nas águas ao redor de Taiwan aumentou dramaticamente, com o Exército de Libertação do Povo realizando exercícios próximos à ilha com uma frequência nunca vista antes. Além disso, decisões como a reimposição de tarifas sobre 134 produtos taiwaneses e a pressão sobre empresas taiwanesas a se posicionarem publicamente a favor da China refletem uma nova fase de coercitividade econômica.

Confrontando os Desafios: A Resiliência de Taiwan

Taiwan, por sua vez, não está cruzando os braços. O governo taiwanês está tomando medidas para aumentar sua defesa e diversificar sua economia, reduzindo a dependência da China. As seguintes ações destacam esse esforço:

  • Aumento do Orçamento de Defesa: Em um período de três anos, Taiwan aumentou significativamente seus investimentos em defesa.

  • Conscrição Militar: A duração do serviço militar obrigatório foi ampliada de três meses para um ano, acompanhada de reformulação na formação militar.

  • Produção Nacional: O investimento em drones, mísseis e outros sistemas militares autônomos também está crescendo, com a intenção de produzir internamente.

Além disso, as empresas taiwanesas estão se afastando da dependência econômica da China, com a participação dos investimentos na China caindo de 43% em 2016 para apenas 11% em 2023. Isso mostra que, diante da pressão, a resiliência de Taiwan só aumenta.

O Papel dos EUA na Dinâmica do Estreito

Os Estados Unidos têm um papel crucial na manutenção da paz e estabilidade na região. Para contrabalançar a crescente agressividade da China, algumas estratégias podem ser adotadas:

  • Aumento da Ajuda Militar: Os EUA devem incrementar a ajuda militar a Taiwan.

  • Exercícios Regionais: Realizar exercícios conjuntos na região que possam mostrar à China que o apoio a Taiwan é real e comprometido.

  • Ampliação das Sanções: Comunicar a Beijing que sua coerção contra Taiwan terá um custo mais amplo, incluindo restrições comerciais e tecnológicas.

Essas ações ajudariam a complicar os planos de Shenzhen para uma eventual invasão e poderiam levar a um reexame de suas estratégias.

Uma Reflexão Necessária

Diante de todas essas pressões e tensões, a situação em Taiwan é complexa e multifacetada. A resistência taiwanesa não é apenas uma questão de militarização, mas também um sinal de como a população se une em torno de um futuro democrático. O que está em jogo não é só a política, mas o futuro de uma sociedade que busca ser livre e autônoma.

E você, o que pensa sobre a atual situação entre Taiwan e China? Compartilhe suas ideias e reflexões nos comentários! Vamos juntos refletir sobre a importância da democracia e da autodeterminação em um mundo cada vez mais desafiador.

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