Joanna Martins: Conectando a Amazônia ao Brasil Através da Gastronomia
A Missão de Uma Filha e Chef
A paraense Joanna Martins possui uma missão clara: unir a Amazônia e o Brasil por meio da gastronomia. Filha do renomado chef Paulo Martins, ela cresceu imersa em um ambiente que valorizava os sabores e ingredientes da região. Apesar de ter iniciado sua carreira na publicidade, a força do legado familiar a chamou de volta. “Decidi deixar a resistência de lado e abraçar meu propósito”, afirma Joanna.
Transformação Alimentar na Manioca
Hoje, Joanna está à frente da Manioca, uma foodtech que atua com impacto socioambiental. A ideia é transformar ingredientes tradicionais em produtos inovadores e acessíveis, como o shoyu amazônico feito de tucupi preto. Esse trabalho não apenas gera renda para pequenos produtores, mas também contribui para a manutenção da floresta.
O sonho de Joanna é claro: “Queremos que os ingredientes amazônicos sejam tão comuns nas casas brasileiras quanto o azeite ou o molho de tomate”.
Instituto Paulo Martins: Honrando um Legado
Além da Manioca, Joanna comanda o Instituto Paulo Martins, em homenagem ao seu pai. O instituto se dedica à educação, pesquisa e promoção da cultura alimentar amazônica. Desde os anos 90, seu pai foi embaixador da gastronomia paraense, introduzindo os sabores da Amazônia a chefs renomados, como o espanhol Ferran Adriá.
Recentemente, Joanna teve a honra de liderar o retorno do Festival Ver-o-Peso da Cozinha Paraense, um dos maiores eventos gastronômicos do Norte, que havia sido interrompido pela pandemia. A 15ª edição traz chefs renomados e promove um intercâmbio rico entre a culinária local e nacional.
Gastronomia, Sustentabilidade e COP30
O festival ocorre em um momento crucial, às vésperas da COP30 em Belém, e espera atrair cerca de 150 mil pessoas. A mensagem é clara: é possível unir alta gastronomia a práticas sustentáveis. Joanna destaca: “Temos muito a ensinar ao mundo, mas para isso, os líderes precisam estar dispostos a nos conhecer e nos ouvir”.
Desafios e Oportunidades
Em entrevista à Forbes, Joanna analisa os desafios de desenvolver um mercado para produtos amazônicos. Ela enfatiza que, por mais triste que seja, o mundo está mais receptivo aos sabores da Amazônia do que muitos brasileiros.
A Culinária Amazônica: Riquezas e Influências
Durante a entrevista, Joanna compartilha suas impressões sobre a rica culinária amazônica. Para ela, o que mais encanta é a diversidade de sabores que conseguem conquistar paladares de diferentes culturas. A mistura de influências resulta em uma gastronomia única que deve ser celebrada.
Crescendo Sob a Influência de Paulo Martins
Crescer com Paulo Martins como pai foi uma experiência enriquecedora. Joanna conta que desde pequena participou de grandes eventos gastronômicos. Após tentar seguir um caminho diferente, ela percebeu que poderia atuar de forma singular na missão de conectar a Amazônia ao Brasil.
Evolução da Culinária Brasileira
Desde os tempos de seu pai, Joanna nota uma evolução na percepção da cozinha brasileira. “Antes, a gente tinha um olhar eurocêntrico. Hoje, conseguimos reconhecer a riqueza das nossas cozinhas regionais”. Apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito.
Educando e Transformando
Joanna acredita que a promoção e divulgação dos ingredientes amazônicos devem continuar e até se expandir. O papel dela se divide em duas áreas principais: a indústria alimentar, com a Manioca, e a educação, através do Instituto Paulo Martins.
Alinhando tradição e inovação, Joanna promove a transformação dos alimentos de maneira a respeitar a cultura local, ao mesmo tempo que os adapta ao mercado nacional.
A Importância do Festival
O retorno do Festival Ver-o-Peso não é só uma celebração de sabores. É também uma forma de promover o intercâmbio de experiências entre chefs locais e nacionais, ajudando os profissionais a explorarem a riqueza dos ingredientes amazônicos.
Mensagens a Serem Compartilhadas na COP30
O Festival também oferece uma oportunidade de compartilhar mensagens importantes na COP30. Joanna destaca: “A gastronomia paraense pode mostrar que é possível ter uma culinária deliciosa e sustentável, que respeita tanto quem consome quanto quem produz”.
Lições para o Mundo
A experiência da Amazônia em produzir alimentos de maneira sustentável pode ensinar muito aos líderes que participarão da conferência. Joanna ressalta que o modelo de produção local pode ser adaptado para diversas realidades e que é fundamental que haja diálogo e aprendizado mútuo.
A Amazônia e Seu Futuro
Joanna deseja que as pessoas compreendam que consumir produtos amazônicos de forma responsável pode levar ao desenvolvimento da região. A valorização cultural, a geração de empregos e a preservação da floresta são intrínsecas a essa causa. “Na Amazônia, o alimento é saúde e cultura, e não podemos separar isso”, afirma.
Quebra de Desafios
Joanna cita os inúmeros desafios que impedem que os ingredientes amazônicos cheguem à mesa de todos os brasileiros, como a logística e a falta de incentivo. Contudo, ela acredita que a maior dificuldade é desenvolver um mercado que valorize os produtos locais.
A Manioca em Ação
A Manioca, ao valorizar a cultura e fornecer empregos, contribui para a preservação da floresta. O processo criativo por trás dos produtos envolve a adaptação de receitas tradicionais às demandas do mercado moderno, sempre respeitando a essência amazônica.
O Potencial de Produtos Amazônicos
Ainda que não tenha um produto que tenha estourado em popularidade, Joanna vê potencial em várias criações, como o tucupi amarelo e o shoyu amazônico. Ela acredita que, com o tempo, os produtos da Manioca poderão se estabelecer na culinária brasileira assim como outros condimentos populares.
O Papel do Instituto Paulo Martins Hoje
Atualmente, o Instituto Paulo Martins foca em educação. Joanna busca capacitar jovens e adultos, mostrando a importância da gastronomia amazônica e formando cozinheiros e profissionais que possam promover esses saberes.
Abreviando Fronteiras Culturais
Joanna e o Instituto ajudam a levar a gastronomia amazônica para a Europa, onde a recepção tem sido positiva. “O mundo está mais aberto aos sabores amazônicos do que a maioria dos brasileiros”, observa.
Considerações Finais
A gastronomia da Amazônia nos ensina sobre a relação entre comida, cultura e meio ambiente. Joanna Martins é uma figura central nesse movimento, utilizando seu amor pela culinária para inspirar mudanças e promover a riqueza da Amazônia. O futuro se apresenta promissor, e o caminho a seguir envolve união, respeito e inovação.
Ao refletir sobre a jornada de Joanna, podemos nos perguntar: como podemos, individualmente, contribuir para a valorização da nossa cultura local e a preservação do nosso meio ambiente?