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Balanços à Vista: O Que os Setores Revelarão Nesta Temporada?

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Temporada de Balanços: Expectativas e Desafios no 2T25

A tão aguardada temporada de balanços referente ao segundo trimestre de 2025 começa nesta terça-feira (22) com a apresentação da Neoenergia (NEOE3). Este período deve revelar um panorama desigual entre os setores da economia nacional. Em meio a juros e câmbio elevados, além de uma inflação que não dá trégua, a análise do cenário econômico aponta para boas notícias para as exportadoras, enquanto os varejistas devem enfrentar dificuldades. Os bancos, por sua vez, estão em alerta com o aumento da inadimplência.

O Quadro Econômico

Embora o Ibovespa tenha registrado uma alta de 6,60% no segundo trimestre, o cenário macroeconômico é preocupante. Os juros permanecem em 15% ao ano, e a inflação continua pressionada, com o IPCA acumulando 2,99% só em 2025. O câmbio se mantém estável em torno de R$ 5,55, mas tensões internacionais, como as tarifas impostas pelo governo Trump, também vêm complicar ainda mais a situação.

Impactos Setoriais

  • Exportadoras: Podem se beneficiar da alta do dólar.
  • Varejistas: Sofrem com o crédito caro e a diminuição do poder aquisitivo das famílias.

Juntamente a isso, o cenário sugere que a fase de bons resultados de trimestres anteriores pode estar chegando ao fim, com os dados do 2T25 sinalizando essa transição.

Análise das Expectativas

O Que Esperar dos Balanços?

Malek Zein, analista da Eleven, ressalta que o crescimento econômico do Brasil tem sido sustentado essencialmente por crédito e gastos públicos nos últimos três anos. Isso resultou em resultados promissores para as empresas, mas esse ciclo pode estar próximo do fim.

Ele aponta: “Os balanços do 2T25 ainda devem refletir um contexto positivo, mas já prevemos uma deterioração para a próxima temporada. O último dado de IBC-BR indica uma desaceleração que já começou a se manifestar.”

Projeções de Resultados

  • Morgan Stanley: Espera um segundo trimestre fraco em dólar, com uma previsão de queda de 1% na receita e recuo de 11% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
  • Santander: Trabalha com estimativa de aumento de 9% na receita líquida e crescimento de 58% no lucro líquido.

Essas análises indicam que, apesar de um cenário resiliente até aqui, a desaceleração da economia já é perceptível.

A Inadimplência Como Um Sinal de Alerta

Crescimento das Receitas de Crédito

Com a Selic a 15%, o cenário se torna complexo para os bancos. Embora instituições como Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) vejam crescimento nas receitas de crédito, o risco de inadimplência aumenta com o desemprego e o superendividamento.

Através de relatórios, a XP projeta que a inadimplência dos bancos deve subir, refletindo as pressões de juros altos. O retorno sobre investimentos também pode ser afetado.

Efeitos para o Investimento

As empresas enfrentam um cenário onde os custos de financiamento estão em alta, restringindo suas capacidades de investimento. A alta nas taxas impacta diretamente a realização de novos projetos e amplia as despesas financeiras.

Patzlaff, especialista em investimentos, observa: “O mercado deve ver resultados diversos por setor. Exportadoras e bancos devem mostrar números estáveis devido ao câmbio favorável, mas varejistas e indústrias com endividamento sinalizam uma queda na demanda.”

Como o Câmbio Afeta Cada Setor?

Jhonatas Deodato, especialista em investimentos, aponta que o dólar alto traz benefícios para algumas exportadoras. Contudo, as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos podem prejudicar setores como mineração e siderurgia. A exposição ao mercado americano será uma preocupação significativa.

Setores Promissores

  • Empresas de alimentos, papel e celulose, como Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB11), ainda têm boas chances de apresentar resultados positivos.
  • Setores estratégicos como energia e saneamento devem continuar a entregar resultados, mesmo diante da instabilidade macroeconômica.

Impactos no Setor Varejista

Os setores de varejo, representados por nomes como Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3), estão sob pressão intensa. A combinação de juros altos, crédito caro e um consumo estagnado representa um desafio significativo.

No entanto, a Eleven vê oportunidades no setor da construção civil, prevendo resultados positivos impulsionados pelo crescimento do PIB e pela expansão do crédito habitacional.

Varejistas de Itens Essenciais

Setores que vendem produtos essenciais, como alimentos e farmácias, podem apresentar resultados mais consistentes. Em contraste, varejistas de bens duráveis, que dependem de crédito, poderão enfrentar dificuldades.

O Safra projeta uma desaceleração nos volumes para empresas adquirentes, como Stone (STOC31), um reflexo da queda no consumo.

Evolução do Mercado de Energia

As geradoras de energia, como Eletrobras (ELET3) e Cemig (CMIG4), devem experimentar um trimestre misto. Os preços voláteis no mercado exigem que as empresas se adaptem rapidamente a um cenário dinâmico.

  • Custos elevados de energia podem beneficiar as empresas que possuem saldo de energia não contratado, resultando em ganhos positivos.

Considerações Finais

Enquanto a temporada de balanços se aproxima, o cenário econômico se desenha como um misto de potencial e desafios. Com as diferenças entre os setores se expandindo, é crucial que investidores e analistas mantenham um olhar atento às nuances do mercado.

A expectativa para os próximos meses é de vigilância constante, antevendo uma poeira que pode começar a assentar sobre os sucessos anteriores de algumas empresas. Qual será o caminho para as que ainda prosperam? Vamos acompanhar!

Seu feedback e suas opiniões são sempre bem-vindos! Quais setores você acha que estão melhor posicionados para enfrentar essa fase?

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