quarta-feira, março 12, 2025

Bancas de Jornais em Hong Kong Sob Ameaças: A Luta pela Liberdade de Imprensa e o Caso do Epoch Times


### Ameaças às Bancas de Jornais em Hong Kong: A Luta por Liberdade de Expressão

*Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.*

Recentemente, diversas bancas de jornais em Hong Kong passaram a receber cartas de intimidação devido à venda do jornal Epoch Times. As cartas alertam os vendedores sobre possíveis denúncias por supostamente “comprometerem a segurança nacional”.

#### O Conteúdo das Cartas de Intimidação

Em uma análise das cartas recebidas, o Epoch Times encontrou ameaças de que as autoridades de segurança nacional poderiam ser acionadas em razão da comercialização de jornais em chinês da própria publicação, assim como de outro veículo independente, o Vision Times.

A correspondência, que faz referência à lei de segurança nacional aprovada em 2020 e a um regulamento adicional implementado no ano passado, alega que essas leis estão sendo utilizadas pelo Partido Comunista Chinês (PCCh) com o intuito de restringir as liberdades civis na região administrativa especial. O teor da mensagem é claro: os comerciantes correm riscos legais ao venderem o Epoch Times, dado que, segundo os remetentes, estão “ajudando, incitando e conspirando com forças estrangeiras”.

A carta também se refere aos jornais como veículos que estariam “difundindo ideologias anticomunistas” e atacando a liderança do país. Alega-se que publicações do Epoch Times servem para veicular informações errôneas sobre o governo e o partido.

#### O Contexto do Epoch Times

Fundado em 2000 por praticantes do Falun Gong, o Epoch Times se destacou em suas reportagens sobre as violações dos direitos humanos na China, especialmente em relação à repressão enfrentada pelo próprio Falun Gong. Essa prática espiritual, que envolvia meditação e princípios de verdade, compaixão e tolerância, enfrentou uma perseguição severa a partir de 1999, quando o regime percebeu que o número de praticantes superava o de membros do Partido Comunista.

A ação do regime contra o Falun Gong é severa, resultando em trabalhos forçados, longas penas de prisão e até a coleta forçada de órgãos. Essas violências têm atraído a atenção da comunidade internacional e são frequentemente abordadas pelo Epoch Times em suas publicações.

#### Estratégias de Intimidação

As cartas, que possuem três páginas, não apresentam informações de retorno e são assinadas por um grupo que se autodenomina como responsável por atacar o Falun Gong. Até o momento, pouco se sabe sobre a origem desse grupo e suas reais intenções, o que eleva o grau de preocupação entre os vendedores de jornais.

Diante deste cenário, Lu Jie, responsável pela distribuição do Epoch Times em Hong Kong, destacou que o jornal opera de acordo com a legislação local, já que possui uma licença de distribuição válida emitida pelo governo. Ela também ressaltou que aqueles que têm assediado as bancas não têm vínculo com as autoridades oficiais, o que levanta questões sobre a legitimidade dessas ameaças.

#### A Reação da Comunidade e das Autoridades

Em 15 de fevereiro, a equipe do Epoch Times comunicou o incidente à polícia local, apelando para que as autoridades tomassem medidas contra tais práticas intimidatórias e reforçassem a presença policial nas bancas de jornais.

Lu Jie afirmou: “Hong Kong é uma sociedade que se pauta pelo estado de direito. As atitudes de intimidar e caluniar não têm espaço aqui.” Segundo ela, a equipe continuará a monitorar a situação e buscará responsabilizar os autores dessas ameaças.

Uma comerciante que recebeu a carta de intimidação deixou claro que suas atividades são legítimas e que não teme as ameaças recebidas, refletindo um espírito de resistência entre alguns vendedores.

#### Outros Meios de Comunicação sob Pressão

Não apenas o Epoch Times, mas diversos meios de comunicação em Hong Kong têm relatado que estão enfrentando ameaças e intimidações semelhantes. O site Hong Kong Free Press, por exemplo, anunciou em 13 de fevereiro que foi alvo de assédio contínuo, revelando uma série de reclamações fraudulentas direcionadas à sua equipe.

A associação de jornalistas da cidade também denunciou um “ataque sistemático e organizado” contra profissionais da área. De acordo com seus registros, dezenas de jornalistas e seus familiares têm recebido pressão tanto online quanto offline, incluindo ameaças em redes sociais e mensagens enviadas a seus locais de trabalho e residências.

Denúncias anônimas, frequentemente vindas de indivíduos que se autodenominam “patriotas”, têm sido encaminhadas a familiares de jornalistas, exigindo que estes cortem laços com os profissionais da comunicação, sob a ameaça de comprometimento da segurança nacional.

### A Luta pela Liberdade de Imprensa

O Epoch Times não é estranho a tentativas de sabotagem. Em 2019, sua gráfica em Hong Kong foi invadida por indivíduos mascarados que provocaram danos significativos, e no ano seguinte, novos ataques agressivos resultaram na destruição de equipamentos essenciais para a operação do jornal.

A presidente da Associação de Jornalistas de Hong Kong, Selina Cheng, se comprometeu a levantar essas preocupações junto aos representantes dos vendedores de jornais, buscando verificar se houve alguma ação tomada para proteger esses profissionais. Ela enfatizou a importância de uma postura clara das autoridades locais contra essas intimidações:

“Se as autoridades não se posicionarem contra esse tipo de ação, isso continuará a criar um clima de medo que não é benéfico para a imagem da cidade.”

#### Reflexões Finais

O que estamos testemunhando em Hong Kong é mais do que uma simples disputa por liberdade de imprensa. É uma batalha pela essência do debate público e pela proteção dos direitos fundamentais de expressão. Ao nos depararmos com intimidações e repressões, a questão que surge é: onde deve ficar o limite entre segurança e liberdade?

Qual é a nossa responsabilidade como sociedade? O que podemos fazer para testemunhar e apoiar a liberdade de expressão? Fique à vontade para compartilhar suas opiniões sobre este tema crítico, pois a voz de cada um de nós é fundamental para a construção de um futuro onde a livre expressão possa florescer sem medo.

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