Minerva Foods: Novo Aumento de Capital e Suas Implicações
Recentemente, o frigorífico Minerva Foods, simbolizado pela ação BEEF3, anunciou um aumento significativo de capital de R$ 2 bilhões. Esse montante pode atingir até R$ 3 bilhões caso os bônus de subscrição de 2 para 1 sejam totalmente exercidos, com um preço estipulado de R$ 5,17 por ação.
A Reação do Mercado
Na última terça-feira, dia 8, as ações da Minerva passaram por um leve recuo, fechando em R$ 6,25, uma queda de 2,95%, embora essa movimentação tenha amenizado perdas mais acentuadas de 5% no início da jornada. O mercado, por sua vez, permanece atento às repercussões desta oferta de capital.
Avaliações do Itaú BBA
O Itaú BBA vê essa capitalização como uma estratégia crucial para mitigar riscos em um cenário de elevada alavancagem, oscilando em torno de 3,7 vezes o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) configurado no quarto trimestre de 2024. Dois fatores principais devem moldar a tese de investimento da empresa nos próximos meses:
- Operações com ativos adquiridos da Marfrig: O timing e a eficácia da implementação desses ativos, previstos para o final de 2023.
- Geração de fluxo de caixa livre: A capacidade de gerar caixa para os acionistas em meio à nova estrutura de capital.
Caso a injeção de capital obtenha aprovação, a previsão do Itaú é que a alavancagem da Minerva caia para cerca de 3,2 vezes, podendo chegar a 3,0 vezes se os investidores exercerem os bônus de subscrição no valor total estimado de R$ 1 bilhão.
O Olhar da XP Investimentos
Embora a XP Investimentos reconheça a mudança de ciclo no mercado de gado no Brasil, também expressa preocupações sobre a alavancagem e a complexidade na geração de caixa. Para a XP, a capitalização é positiva pois:
- Ajuda a resolver problemas de balanço.
- Remove incertezas, já que o mercado aguardava essa ação.
- Apresenta um preço de oferta atrativo.
Além disso, a XP percebe uma boa postura por parte dos controladores da Minerva, que se comprometeram a investir R$ 1 bilhão nesta emissão, sendo R$ 700 milhões da família controladora e R$ 300 milhões da SALIC. Isso pode incrementar a participação deles na empresa, dependendo do resultado final dakapitalização.
Impactos na Alavancagem
Os analistas da XP projetam que a alavancagem da Minerva será de 3,4 vezes Dívida Líquida/EBITDA ao final de 2025. Se a oferta levantar R$ 1 bilhão, espera-se um impacto positivo de 6% no lucro e uma redução de 0,2 vezes na alavancagem. Já para o cenário em que se capte R$ 3 bilhões, o lucro pode aumentar 15%, com uma redução de 0,7 vezes, sinalizando um movimento positivo para as ações.
Considerações da Genial Investimentos
Por outro lado, a Genial Investimentos destacou que a avaliação da oferta foi feita a R$ 5,17, o que representa um desconto de cerca de 20% em relação ao fechamento anterior. Este fator pode gerar uma pressão imediata sobre as ações da empresa.
Potencial de Diluição e Estrutura de Bônus
Com a possibilidade de captar R$ 2 bilhões, ou até R$ 3 bilhões, a operação pode representar cerca de 51% do valor de mercado atual da companhia, resultando em uma diluição considerável, que pode chegar a 65% para acionistas que não participarem da oferta. A Genial, que calcula uma alavancagem efetiva de 5,0 vezes Dívida Líquida/EBITDA, ressalta que a operação é defensiva, ajudando a melhorar a estrutura de capital da Minerva.
Os investidores que optarem por aderir à oferta receberão meio bônus de subscrição para cada ação adquirida, com validade de até três anos ao mesmo preço da emissão, o que pode potencialmente gerar mais diluição no futuro.
Análise do BTG Pactual
O BTG Pactual, por sua vez, acredita que essa capitalização, mesmo com a diluição evidente, poderá trazer benefícios ao lucro líquido da Minerva. O banco estima que a dívida líquida chegue a R$ 18 bilhões ao final de 2025, com despesas financeiras acumuladas. Contudo, se a capitalização for houve, o lucro líquido pode aumentar para R$ 610 milhões em 2026, elevando o lucro por ação em 13%.
Cenários Conservadores
Mesmo em cenários mais conservadores, como com aumentos de capital inferiores, o lucro por ação deverá apresentar um crescimento de 6% a 10%. O BTG acredita que esse aumento de capital fortalecerá o balanço patrimonial, reduzindo a alavancagem para 3,7 vezes ao final de 2025 e revertendo o patrimônio líquido negativo da empresa.
O Que Esperar a Partir de Agora
Com todas essas movimentações no horizonte, a pergunta que fica é: como isso influenciará o desempenho da Minerva no mercado? Os investidores deverão estar atentos às noticias sobre a aprovação da capitalização e suas implicações nos próximos meses.
As expectativas são de que, com um fluxo de caixa mais saudável, a Minerva possa conquistar uma visão mais favorável entre os investidores e, assim, aumentar o valor das ações, além de permitir que a companhia explore novas oportunidades de mercado.
As ações do frigorífico estão em um momento de transição e há grandes expectativas sobre como essa capitalização irá moldar o futuro da Minerva. Os analistas da BTG mantêm uma recomendação neutra, definindo um preço-alvo de R$ 9, enquanto outras instituições poderão ajustar suas recomendações conforme as próximas etapas desta operação de aumento de capital.
Para os investidores, essa é uma chance de reflexão: como você vê a perspectiva de crescimento da Minerva nessa nova fase? A otimização do balanço patrimonial pode revigorar a influência da empresa no setor, mas é fundamental acompanhar de perto os resultados dessa estratégia.




