Encontro entre Biden e Xi: O Futuro das Relações EUA-China na APEC 2024
Um dos eventos mais aguardados do cenário político internacional está prestes a ocorrer. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se encontrará, nos bastidores da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), com o líder chinês, Xi Jinping, no Peru no dia 16 de novembro. Esse encontro acontece em um contexto de tensões e rivalidades, marcado pela complexidade das relações entre as duas potências.
Uma Oportunidade para o Diálogo
Durante uma coletiva de imprensa realizada no dia 13 de novembro, um alto funcionário do governo americano revelou que este encontro bilateral tem como principal objetivo discutir o estado das relações entre os EUA e a China, especialmente durante o mandato de Biden. Entre os temas abordados, é esperado que o presidente americano ressalte a importância dos “interesses compartilhados”, mesmo diante das “profundas diferenças e intensa concorrência” existentes entre as nações.
Questões Cruciais em Discussão
Entre os pontos que Biden planeja levantar, destaca-se a importância da paz e estabilidade no Estreito de Taiwan. Essa ilha, que se autoadministra como um país independente, é vista pela China como parte de seu território. Desde a década de 1970, os Estados Unidos adotam uma postura de ambiguidade estratégica em relação a Taiwan, evitando reconhecimento diplomático formal, mas mantendo relações econômicas e suporte militar.
Além de Taiwan, o funcionário também mencionou que a reunião abordará outras questões, como as ações expansivas do Partido Comunista Chinês (PCCh) no Mar do Sul da China, uma área rica em recursos que tem sido motivo de crescente tensão nas relações internacionais.
Direitos Humanos e Comércio: Temas Centrais
Um dos princípios que Biden tem enfatizado em suas conversas com Xi é o respeito aos direitos humanos. O governo americano espera que o presidente reforce essa mensagem durante a cúpula, ressaltando a importância da proteção dos direitos fundamentais em um mundo cada vez mais complexo.
Outra preocupação constante levantada por Biden refere-se às práticas comerciais desleais da China e à adoção de políticas econômicas que não seguem os princípios de mercado. Com a globalização e a interdependência econômica, esses pontos se tornaram tópicos essenciais para o diálogo entre as duas nações.
Comunicação Militar e Combate ao Narcotráfico
Outras áreas que podem ser discutidas incluem a manutenção das linhas de comunicação entre as forças armadas de ambos os países e esforços conjuntos no combate ao narcotráfico. A questão do fluxo ilícito de opioides e precursores químicos da China para os EUA é uma preocupação crescente, e a colaboração pode ser fundamental para combater esse problema.
Além disso, Biden e Xi também devem abordar as tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, e como elas podem impactar a segurança e a economia global.
A Última Oportunidade para Dialogar?
Vale lembrar que Biden e Xi tiveram um encontro anterior, também durante a cúpula da APEC, realizada em Woodside, Califórnia, no ano passado. Desde então, o governo Biden tem trabalhado incansavelmente para agendar uma nova reunião. A expectativa é que este encontro no Peru não apenas represente uma continuidade do diálogo, mas também marque um fechamento dos mandatos de Biden em relação a Xi.
Diálogos Abertos e Franqueza nas Relações
Um aspecto positivo apontado por indivíduos próximos ao governo é que Biden e Xi sempre conseguiram manter um diálogo franco e direto. Esse nível de abertura pode ser crucial em tempos de crescente polarização e desconfiança entre os dois países.
Desafios da Iniciativa Cinturão e Rota
Nos últimos anos, os EUA têm se esforçado para conter a influência crescente do PCCh no cenário mundial. Um dos instrumentos mais notáveis dessa estratégia é a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), através da qual a China busca expandir sua influência por meio de investimentos em infraestrutura em diversos países em desenvolvimento.
Dependência e Coação
Autoridades americanas alertaram que o BRI pode transformar essas nações em dependentes da China, levando a um cenário no qual elas poderiam ser coagidas a entregar o controle de recursos estratégicos e portos. Essa preocupação levanta questionamentos sobre a verdadeira natureza da ajuda chinesa e seu impacto nas economias locais.
Perspectivas Comerciais com o Peru
Antes da cúpula da APEC, espera-se que Xi Jinping assine um acordo comercial revisado com a presidente do Peru, Dina Boluarte. Este acordo, assim como o recente desenvolvimento do megaporto de Chancay, construído em parceria com a COSCO Shipping Ports, ilustra a crescente influência econômica da China na América Latina.
Investimento Privado dos EUA como Alternativa
Em resposta ao aumento da influência chinesa, o governo Biden tem se empenhado na expansão do investimento privado americano no exterior. A intenção é garantir que esses investimentos não apenas ofereçam uma alternativa viável às nações parceiras, mas também promovam a estabilidade fiscal a longo prazo.
Um Novo Capítulo nas Relações EUA-China?
O esperado encontro entre Biden e Xi traz à tona questões fundamentais que irão moldar o futuro das relações entre Estados Unidos e China. Com tantas variáveis envolvidas e um cenário internacional em constante mudança, o diálogo entre os dois líderes pode ser um passo crucial para evitar mal-entendidos e promover a cooperação.
Convidamos você, leitor, a refletir sobre o impacto dessa reunião na geopolítica global e as possíveis consequências para o futuro das relações entre estas potências. O que você acha que deve ser prioritário nas discussões? Compartilhe suas opiniões e fique à vontade para continuar essa conversa nas redes sociais.