quarta-feira, março 12, 2025

Bilhões em IA: O Que as Big Techs Estão Escondendo Atras do Brilho das Ações?


O Desafio de Investir nas Big Techs: Alta Inovação ou Bolha à Vista?

A decisão de investir em ações é complexa e envolve diversos fatores, desde o preço dos papéis até a reputação da gestão das empresas. No entanto, as gigantes da tecnologia dos Estados Unidos, as conhecidas big techs, têm adicionado uma camada extra de incerteza. Com investimentos maciços em inteligência artificial (IA), a questão que fica é: elas conseguirão garantir retornos satisfatórios no longo prazo, mesmo em meio a uma disrupção tecnológica tão acelerada?

Investimentos Bilionários em IA: O Que Está em Jogo?

Quando as big techs, como Amazon, Microsoft, Alphabet e Meta, revelaram seus balanços do quarto trimestre, ficou claro que a corrida pela inteligência artificial está em alta. As empresas anunciaram investimentos que podem chegar a US$ 320 bilhões até 2025. Para se ter uma ideia, este valor equivale a cerca de R$ 1,84 trilhão – mais do que a soma do valor de mercado de grandes empresas brasileiras como Petrobras, Vale e Itaú.

  • 2023: US$ 151 bilhões
  • 2024: US$ 246 bilhões
  • 2025: US$ 320 bilhões

Os investimentos crescem a passos largos e refletem a necessidade de desenvolver modelos avançados de linguagem e infraestrutura robusta para suportar o armazenamento e processamento de dados. Mas será que esses investimentos trarão os retornos desejados?

O Que Dizem os Especialistas?

Plínio Zanini, diretor de risco da Ciano Investimentos, aponta que o valuation das big techs sempre foi complicado devido à natureza incerta da tecnologia. “Estamos contando com um crescimento futuro baseado em inovações que ainda não podemos prever”, explica. Isso levanta a questão: estamos tratando de ações que realmente valem o risco?

A analista Maria Irene Jordão, da XP, também enfatiza que, apesar do aumento significativo dos investimentos, “o crescimento do Capex é justificável, já que essas empresas buscam dominar o setor”. Mas a pergunta persiste: e os múltiplos elevados? Como podemos interpretá-los em um cenário que envolve tanta incerteza?

Capital Intensivo e o Valor das Ações

O contraste entre empresas tradicionais de capital intensivo e as big techs é interessante. Normalmente, quanto maior o capital imobilizado em relação ao lucro, menores deveriam ser os múltiplos. No entanto, observamos que o preço sobre lucro (P/L) da Amazon, por exemplo, é de 42 vezes, enquanto o da Microsoft está em 33x e o da Meta em 30x. A Alphabet possui o menor P/L, com 23x.

“Um P/L alto sugere que o mercado prevê um crescimento substancial”, esclarece José Cassiolato, da RGW Investimentos. Contudo, o verdadeiro desafio está na capacidade dessas empresas de gerarem os lucros esperados a partir de suas pesadas injeções de capital.

Os Riscos de Projetar o Futuro

A análise das big techs não pode se limitar à observação dos altos múltiplos. As incertezas sobre os retornos dos investimentos são grandes, principalmente quando se trata de inovação. Rennan Guimarães, sócio da Gravus Capital, alerta: “O investimento em infraestrutura pode levar de três a cinco anos para começar a gerar retorno, e durante este período, as avaliações podem estar no escuro.”

  • O que acontece se a demanda por modelos de linguagem crescer drasticamente?
  • Como isso afetará a capacidade de computação das big techs?

O desafio é claro: as gigantes precisam não apenas manter, mas também expandir sua liderança em um espaço altamente competitivo e ainda indefinido.

A Nova Competição vinda da China

A inovação não vem apenas do Vale do Silício. A chegada da chinesa DeepSeek e os avanços do Alibaba em inteligência artificial trouxeram novos desafios para as big techs. Quando a DeepSeek apresentou seu assistente de IA, os valores das ações na Nasdaq caíram 3%. E com Alibaba prometendo resultados superiores aos de suas concorrentes americanas, a competição está se acirrando.

“Se o modelo da DeepSeek se provar eficaz, isso poderá colocar em cheque os investimentos bilionários das big techs”, adverte Guimarães. A tecnologia chinesa, com um enfoque mais “comoditizado”, pode reduzir custos e tornar as expectativas de lucros mais difíceis de alcançar.

O Que Esperar do Mercado de Tecnologia?

As expectativas em torno do setor de tecnologia podem ser contraditórias. Apesar de muitos riscos, os analistas que conversamos não consideram as big techs como ações extremamente caras. Para eles, ainda existem oportunidades de crescimento a longo prazo que podem se justificar, mesmo que a análise atual pareça desfavorável.

“É difícil afirmar que estão caras com a metodologia tradicional, mas elas vão precisar apresentar resultados sólidos para justificar os múltiplos atuais”, diz Zanini. A XP, por sua vez, mantém uma visão cautelosa, recomendando que os investidores sejam mais seletivos em suas exposições a ações tecnológicas no momento.

Reflexões Finais

O futuro das big techs está cercado de incertezas, mas também de oportunidades. A corrida por inovação requer coragem, mas o retorno desse investimento pode ser extremamente promissor. Se você está pensando em entrar nesse mercado, reflita: até que ponto você está disposto a arriscar? Quais investimentos estão alinhados com suas expectativas de crescimento?

Com um cenário tão dinâmico e evolutivo, é normal se sentir perdido. Mas justamente nessa incerteza reside a oportunidade de se destacar ou de encontrar áreas subvalorizadas no mercado. O que você acha? Está disposto a investir nessa nova era da tecnologia? Compartilhe suas opiniões e vamos discutir as possibilidades!

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