Biocombustíveis: O Futuro Sustentável do Brasil
Os biocombustíveis estão se firmando como protagonistas nas estratégias globais de descarbonização, e o Brasil, sem dúvida, é um dos líderes nesse cenário. Recentemente, durante o Global Agribusiness Festival (GAFFFF), especialistas se reuniram para discutir a ampliação do uso de etanol, diesel verde, biometano e combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), tanto no Brasil quanto no exterior.
O Impacto do Etanol na Economia Brasileira
Pedro Paranhos, CEO da Evolua Etanol, trouxe à tona os impressionantes resultados da safra 2024/25, que deve gerar um faturamento em torno de R$ 30 bilhões e um retorno de capital de 41%. Ele compartilhou que a empresa opera com cinco rotas logísticas estratégicas e visa expandir o uso do etanol, tanto nacionalmente quanto internacionalmente.
“Estamos no topo do mundo no que diz respeito ao percentual de mistura de etanol na gasolina. Se a paridade entre etanol e gasolina cair de 73% para 68%, podemos esperar uma demanda adicional de quase 5 bilhões de litros por safra”, explicou. Além disso, a expectativa é de que, na próxima década, o Brasil precise de 20 bilhões de litros a mais de etanol, especialmente para atender novos mercados como Japão e aviação.
Oportunidades e Desafios da Agroenergia
Erasmo Battistella, CEO da Be8, destacou como a indústria de biocombustíveis pode gerar empregos e aumentar a renda especialmente em regiões como Passo Fundo (RS), onde sua empresa desenvolve etanol a partir de trigo de menor qualidade proteica. Ele enfatizou a importância de transformar grãos que não são consumidos como alimentos em produtos energéticos e também para nutrição animal.
“Estamos unindo esforços em diferentes setores, como agricultura, construção e mineração, promovendo uma transição justa e sustentável”, afirmou Battistella. Ele também defendeu a valorização da produção nacional com a adição de valor aos produtos, em vez de simplesmente exportar commodities. No entanto, ele alertou sobre as questões tributárias que ainda elevam os custos e freiam o progresso.
Políticas Públicas e o Programa RenovaBio
Representando o governo federal, Rafaela Guerrante Siqueira, do Ministério de Minas e Energia, trouxe à tona os desafios e avanços do programa RenovaBio. Conforme ela, o Brasil é reconhecido internacionalmente por ter um dos menores custos de descarbonização do mundo.
Ela também falou sobre a regulamentação da estocagem de carbono e as iniciativas relacionadas ao diesel verde. “Estamos focados em aumentar a participação dos biocombustíveis, fundamentados em dados e testes técnicos. Já temos testes avançados para elevar a mistura do biodiesel e estamos discutindo a introdução do E30, que é gasolina com 30% de etanol”, explicou.
O Mercado de Carbono e os Desafios Regulatórios
Alejandro Padron, estrategista de commodities da XP Inc., ressaltou a eficácia do RenovaBio, mas alertou para o risco de judicializações que geram distorções no mercado. “É um programa muito bom, mas a falta de cumprimento das metas pode levar a assimetrias.”
Ele também mencionou que o crescimento do etanol de milho é uma tendência que precisa ser observada, pôs em dúvida a sustentabilidade desse crescimento: “A falta de alinhamento entre políticas e incentivos é uma preocupação.”
O Papel do Hidrogênio Verde
Flávio Castellari destacou a relevância do Brasil na transição energética global, especialmente através da cana-de-açúcar. Com Brasil e Índia juntos produzindo mais de 1 bilhão de toneladas de cana por ano, isso abre portas para rotas como SAF e hidrogênio verde, que apresentam um enorme potencial de exportação.
"Atualmente, apenas 1% da produção de hidrogênio no mundo é proveniente de fontes limpas, o que significa uma oportunidade significativa para o setor bioenergético brasileiro", afirmou Castellari, que acredita que agora é o momento de conectar a tecnologia de biocombustíveis a inovações produtivas e às demandas de países que precisam equilibrar a produção de alimentos e energia.
Avançando em Direção à Sustentabilidade
A perspectiva é clara: a indústria de biocombustíveis no Brasil possui um enorme potencial que deve ser explorado. Para isso, é essencial que os stakeholders se unam, superando desafios regulatórios e estruturais, e que o governo continue a fomentar políticas públicas que incentivem a pesquisa e a inovação.
Se você se interessa por biocombustíveis, queremos saber: como você acredita que o Brasil pode aproveitar melhor essa oportunidade? O que mais você gostaria de entender sobre esse tema fundamental para o futuro sustentável do nosso planeta? Compartilhe suas ideias e vamos juntos fomentar um diálogo construtivo!
Esse é um momento crucial para refletir sobre como podemos contribuir, cada um à sua maneira, para um futuro mais verde e energético. Que tal darmos o primeiro passo juntos?
