Mais de 700 representantes de 100 países se reuniram em Braga, Portugal, para um momento histórico: a assinatura do Manifesto de Braga, um documento que posiciona a Cultura como um pilar fundamental na sociedade pós-2030. O evento contou com a presença de prefeitos e autarcas de diversas cidades globais, todos unindo forças para evidenciar a importância da Cultura nas estratégias de desenvolvimento a nível mundial.
A Cultura como Motor de Transformação
O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, destacou que essa declaração serve como uma bússola para o futuro. Segundo ele, “A Cultura tem um poder transformador sobre os nossos territórios. É um instrumento de promoção da inclusão e do diálogo intercultural.” Essa afirmação embasa a proposta central apresentada no Manifesto, enfatizando que a Cultura deve ser reconhecida e valorizada como uma esfera à parte, merecendo atenção e investimento específicos.

António Guterres, Secretário-geral da ONU, reforçou a importância das cidades criativas.
Rio ainda ressaltou que a mensagem do Manifesto deve ecoar até os governos nacionais e à ONU. Essa abordagem é respaldada pelas palavras de António Guterres, que também enfatizou a relevância do tema. “Esperamos que a Cultura seja reconhecida globalmente como um poderosíssimo instrumento de promoção da qualidade de vida, coesão social e territorial”, afirmou ele.
Incentivando a Voz da Juventude
Braga, que abriga cerca de 175 mil habitantes, foi a cidade escolhida para sediar a 16ª Conferência das Cidades Criativas da UNESCO, que abordou o tema “Trazer a juventude para a mesa para a próxima década”. Com uma população predominantemente jovem — quase 40% dos cidadãos têm menos de 30 anos — a cidade é um exemplo vivo de como a energia e a inovação da juventude podem impulsionar ações significativas.

Ricardo Rio enfatiza a必要idade da inclusão de jovens na formulação de políticas públicas.
O presidente da câmara destacou que envolver as novas gerações na formulação de políticas públicas é crucial para o sucesso de qualquer iniciativa. “Ter os jovens engajados não é apenas desejável, é necessário. A experiência positiva em Braga deve servir de modelo em outras partes do mundo”, declarou. O efeito dinâmico que a juventude traz para discussões e decisões é inegável e deve ser capitalizado.
A Importância da Rede de Cidades Criativas
A Conferência Anual da Rede de Cidades Criativas da UNESCO representa uma plataforma valiosa que, anualmente, reúne um dos 350 municípios reconhecidos pela agência da ONU. Este evento tem percorrido várias cidades do mundo, como Paris, Santa Fé, Lyon, Seul, Montreal e Bolonha, sempre promovendo diálogos que visam a valorização da Cultura nas cidades.
O fato de Braga ter sido escolhida como sede desta importante conferência não é mera coincidência, mas sim um reflexo do forte investimento local em Cultura e das políticas públicas voltadas para a juventude e a inovação. O compromisso em transformar a Cultura em um vetor de desenvolvimento está evidente em cada ação promovida pela administração municipal.
O Impacto Global das Cidades Criativas
A escolha de locais históricos e vibrantes para sediar essas conferências é uma estratégia que busca não apenas discutir ideias, mas também dar visibilidade a como a Cultura e as inovações nas cidades podem inspirar mudanças positivas no mundo. E, de fato, as cidades criativas estão na linha de frente desse movimento global.
- Inclusão Social: A Cultura promove espaços onde as diversas vozes da sociedade podem ser ouvidas, contribuindo para uma convivência mais harmônica.
- Coesão Territorial: As iniciativas culturais fortalecem a identidade local e fomentam o orgulho comunitário, engajando os cidadãos em projetos que beneficiam a todos.
Este trabalho conjunto de várias cidades que entendem a Cultura como um recurso estratégico para o desenvolvimento humano é um testemunho do poder das cidades criativas em moldar o futuro. Ao implementar práticas que valorizam a diversidade e a participação, essas cidades se tornam modelos a serem seguidos.
Um Convite à Participação
Por fim, a Conferência em Braga não se limitou a serem apenas debates: foi um convite à ação. A cada intervenção, à medida que os participantes discutiam como integrar a Cultura nas políticas públicas, surgiu um sentimento de esperança e renovação. A mensagem é clara: a Cultura não é um luxo, mas uma necessidade para o bem-estar e a coesão das sociedades.
Se você se sente motivado a fazer parte desse movimento, que tal compartilhar suas ideias sobre a importância da Cultura em sua comunidade? Como você vê a contribuição da juventude para a construção de um futuro melhor? O espaço está aberto para que todos possam se expressar e colaborar. O futuro da Cultura e das cidades criativas depende da participação de cada um de nós.
**Sara de Melo Rocha,** de Lisboa para a ONU News.