Com a iminente chegada de líderes internacionais para a COP30 em Belém, um evento direcionado à moda e sustentabilidade em Santa Tereza, um dos bairros mais charmosos do Rio de Janeiro, ganhou destaque global.
O evento “Design pelo Planeta” destacou o Brasil como um protagonista essencial na construção de um futuro sustentável e regenerativo, unindo moda, design e um estilo de vida consciente.
Quando Ancestralidade Encontra Tecnologia
Realizado em parceria com o Escritório das Nações Unidas para Parcerias e a Fashion Innovation, o “Design pelo Planeta” se propôs a discutir como a moda e o design brasileiros estão enfrentando desafios globais, como as mudanças climáticas. Essa discussão se baseou em três pilares: criatividade local, patrimônio cultural e modelos circulares inovadores que promovem a convivência harmoniosa entre tradição e inovação tecnológica.
Um dos painéis contava com Oskar Metsavaht, empresário e ativista da marca Osklen, que trouxe à tona uma reflexão sobre o significado do luxo nos dias atuais. Para ele, o valor de uma marca vai além da estética; está intrinsecamente relacionado à sua origem, à ética na produção e à sustentabilidade em toda a cadeia de suprimentos.
“O novo luxo do século 21 não é sobre status ou brilho, mas sim sobre a beleza da história que acompanha a cadeia de suprimentos”, afirmou Metsavaht. Ele enfatizou que marcas que utilizam conhecimentos ancestrais e tecnologias modernas, enquanto preservam recursos naturais e garantem condições de trabalho justas, têm muito a agregar ao conceito contemporâneo de luxo.
Cooperação Internacional e Sustentabilidade
A proposta do evento ilustrou como a ancestralidade e o conhecimento tradicional podem coexistir com a tecnologia moderna. Essa fusão não apenas capacita transformações sustentáveis em níveis local e global, mas também reforça a importância das parcerias entre diferentes setores, como uma estratégia eficaz para acelerar ações climáticas e contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
- A importância de parcerias: A colaboração entre setores público e privado é fundamental para impulsionar a economia criativa e transformar realidades.
- Narrativas que impactam: Historicamente, a cultura e a arte são elementos que conectam as pessoas e criam valor em projetos de moda sustentáveis.
Os debates estimularam um olhar crítico sobre como as indústrias criativas podem ser catalisadoras de mudanças positivas. Essa consciência será levada para a COP30 e além, especialmente considerando o cenário desafiador da Amazônia e as comunidades que nela habitam.
Mudando a Perspectiva: Cristais e Água
Um dos destaques da programação foi a participação da marca Swarovski, reconhecida mundialmente por seus cristais. A empresa, que foi fundada em 1895 na Áustria, tem se aventurado em projetos que visam a sustentabilidade, especialmente na Amazônia. Por meio da Escola da Água Swarovski, a marca busca aumentar a conscientização sobre a importância da proteção dos recursos hídricos.
Carla Assumpção, gerente-geral da Swarovski para a América Latina, enfatizou como eventos como a COP30 são fundamentais não apenas para a discussão de políticas, mas também para fortalecer a consciência ambiental e traduzir compromissos globais em ações práticas. “A educação é um pilar essencial. Precisamos educar a sociedade para um olhar proativo e de longo prazo”, afirmou.
Além disso, Assumpção ressaltou a importância de reconhecer as comunidades que habitam a Amazônia. “Não adianta falar em proteção da floresta se ignoramos as comunidades que estão ao seu redor. São milhões de indivíduos com um conhecimento ancestral que deve ser preservado e valorizado”, refletiu.
Significado do Local
A localização do evento, em meio à exuberância da Mata Atlântica de Santa Teresa, não poderia ser mais significativa. Lucie Brigham, chefe do Escritório de Parcerias da ONU, sublinhou a beleza e a criatividade que o lugar oferece: “É um espaço que une arte e natureza, um cenário perfeito para conversas sobre a transformação que queremos ver no mundo”.
O “Design pelo Planeta” reafirmou o valor das colaborações intersetoriais, destacando que o verdadeiro impacto ocorre quando todos se juntam em prol de um objetivo comum. Essa é uma lição que será levada de forma contundente para a COP30, onde as questões enfrentadas demandam soluções criativas e integrativas.
É neste cenário de transformação que se lança um olhar esperançoso para o futuro da moda, do design e da sustentabilidade, criando um legado que vai além da estética, alinhando responsabilidade social e ambiental.
De fato, a cruzada por um futuro melhor se intensifica à medida que diálogos e ações concretas emergem desses encontros. Para cada designer, marca e iniciativa, a jornada para um mundo mais sustentável começa com as pequenas ações do dia a dia, que quando unidas, podem gerar grandes mudanças.
*Este artigo é uma colaboração da Rede de Moda e Estilo de Vida das Nações Unidas, refletindo os debates e aprendizados trazidos pelo “Design pelo Planeta” antes da COP30 em Belém.




