Brasil e China Fortalecem Laços Agrícolas: Uma Nova Era para as Exportações

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Recentemente, o Brasil selou um compromisso significativo com a China, visando expandir suas exportações no setor agrícola. No dia 13 de junho, protocolos foram assinados para viabilizar a exportação de grãos secos de destilaria (DDGs), uma forma de farelo de milho gerada na produção de etanol. Além disso, o acordo também abrange um aumento nas exportações de produtos avícolas, como carne de pato e peru, e até mesmo miúdos de frango.
Um Novo Horizonte nas Exportações
A movimentação do Brasil para exportar DDG desafia a liderança tradicional dos Estados Unidos neste segmento. Com as disputas comerciais em alta entre China e EUA, o Brasil vislumbra uma oportunidade ímpar de entrar nesse mercado. O farelo de milho, amplamente utilizado na alimentação animal, promete abrir novas portas para os produtores brasileiros.
No contexto deste acordo, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) do Brasil destaca que a China também está agora receptiva à importação de carne de pato, carne de peru, miúdos de frango e farelo de amendoim.
Conquista Histórica
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, celebrou o feito como uma conquista histórica na relação comercial entre Brasil e China, afirmando que é resultado da confiança mútua e de um laço fortalecido entre os países. Com isso, o Brasil se posiciona como um player essencial no mercado global, conseguindo abrir múltiplos canais de exportação simultaneamente.
Dados do governo brasileiro mostram que, em 2024, o fluxo de importações da China incluiu:
- Miúdos de frango: cerca de US$ 155 milhões
- Carne de peru: aproximadamente US$ 50 milhões
- Carne de pato: US$ 1,4 milhão
- DDG e DDGS: mais de US$ 66 milhões
- Farelo de amendoim: US$ 18 milhões
Esses números não apenas evidenciam o potencial do mercado chinês, mas também ressaltam a importância das relações comerciais entre as duas nações.
Etanol de Milho: O Futuro
Prioritariamente, o Brasil e a China vêm trabalhando desde 2022 em um acordo sanitário para permitir a exportação de DDG. Esse avanço acontece em um momento de "amplas mudanças geopolíticas", proporcionando um terreno fértil para a finalização do acordo.
Guilherme Nolasco, presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), ressalta que essa abertura pode posicionar o Brasil como uma alternativa valiosa para a China na busca por insumos de nutrição animal. Assim, se estabelece um relacionamento mais próximo entre os mercados brasileiro e chinês.
- Novas usinas: Mais de 10 novas usinas estão em construção, projetando iniciar atividades de produção de etanol de milho e DDG nos próximos dois a três anos.
- Produção em ascensão: A expectativa é que a produção de DDG no Brasil atinja até 5 milhões de toneladas na safra 2025/26, com o etanol de milho ocupando mais de 20% do total produzido no país.
Impacto das Carnes
Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), declara que a abertura das exportações de carne de aves para a China pode resultar em mais de R$ 1 bilhão em receitas cambiais para o Brasil. O país já é o principal fornecedor de soja para a China, e agora, expande essa relação com a inclusão de proteínas animais.
Cooperação e Expansão
Um memorando adicional foi assinado para promover a comunicação e a colaboração bilaterais na área de medidas sanitárias e fitossanitárias. Este passo demonstra um compromisso ainda maior entre Brasil e China, visando fortalecer a segurança alimentar e sanitária.
A relação entre esses dois gigantes do agronegócio é fundamental para o futuro das exportações brasileiras. Com a China já estabelecida como um destino vital para a carne de frango, a abertura de novos mercados para produtos como DDG representa uma evolução significativa.
Reflexões Finais
O cenário atual é promissor, com a possibilidade de, em um futuro não muito distante, o Brasil consolidar-se não apenas como um exportador de carnes, mas também como uma referência no fornecimento de insumos para a nutrição animal. O fortalecimento das relações com a China poderá criar novas oportunidades, não apenas para os empresários do setor, mas para toda a economia brasileira.
E você, o que pensa sobre essas novas possibilidades para o Brasil no mercado global? Compartilhe suas opiniões e participe deste debate relevante sobre o futuro da agricultura e das exportações.