quinta-feira, março 13, 2025

Brasileiros Revelam Tudo sobre a Venda de Íris: Polêmica Direta com o Governo!


Mais de 40 pontos de coleta de íris estão disponíveis em São Paulo.

Em São Paulo, você pode escanear sua íris em mais de 40 locais distribuídos pela cidade e, em troca, receber um valor equivalente a R$750 na forma de uma moeda virtual chamada WDL, além de um certificado que confirma sua condição de ser humano. Essa opção é oferecida pela startup Tools for Humanity, que já atua na capital paulista e em mais de 50 cidades ao redor do mundo, atraindo a atenção e levando centenas de brasileiros a seus pontos de coleta.

O crescimento do interesse nesse serviço gerou a necessidade de fiscalização, levando a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) a abrir um processo investigativo. Iniciado no final do ano passado e anunciado aos meios de comunicação recentemente, o foco é examinar a legalidade das operações da empresa. Segundo o órgão, dados biométricos, incluindo íris, digitais e características faciais, são considerados dados pessoais sensíveis, exigindo um tratamento rigoroso conforme a legislação vigente.

Questões Legais em Jogo

A ANPD declarou que sua investigação abrange diversos aspectos:

  • As circunstâncias das atividades de tratamento de dados.
  • Os fundamentos legais que sustentam tais operações.
  • A transparência no tratamento de dados pessoais.
  • A possibilidade de exercer direitos por parte dos titulares dos dados.
  • Avaliando as consequências do tratamento sobre os direitos à privacidade.
  • As práticas de proteção de dados pessoais, especialmente de crianças e adolescentes.

Estima-se que a Tools for Humanity já tenha coletado dados de cerca de 200 mil brasileiros. A legislação garante que o tratamento de dados sensíveis é cercado de regras rigorosas para proteger os indivíduos.

Experiências de Quem Participou

A startup, que tem sede em São Francisco e Munique, começou suas atividades no Brasil em novembro de 2024. O projeto, denominado World ID, busca remunerar indivíduos dispostos a escanear suas íris globalmente. O pagamento é realizado através do token WLD, cujo valor mensal médio é de R$750.

Em uma entrevista exclusiva à Forbes Brasil no final de 2024, Damien Kieran, Chief Privacy Officer da Tools for Humanity, mencionou que o Brasil é um lugar estratégico para a empresa, visando verificar um máximo de pessoas e permitir que elas acessem a economia global. “Neste contexto, o Brasil é imprescindível”, enfatizou.

Guilherme Barbosa, um entusiasta do mundo cripto, compartilhou sua experiência após acompanhar o projeto desde seu início. Ele vê grande potencial nas transações digitais que podem utilizar a íris como uma forma segura de autenticação, dispensando senhas e outros métodos. “Participar desse projeto é uma oportunidade de estar à frente em tecnologia. Fiz meu escaneamento no Shopping Vila Olímpia, em São Paulo”, revelou.

Outra participante, Telma Soares, de 50 anos e moradora de Osasco, decidiu experimentar a coleta na Lapa, na Zona Oeste de São Paulo, a convite de uma amiga que já havia participado. “Achei interessante fazer algo diferente e ainda ser recompensada com um valor atraente, mesmo sem entender muito sobre criptomoedas”, contou. Vários relatos nas redes sociais mostram pessoas optando por essa oportunidade, e o aplicativo criado para o serviço facilita a troca do token por dinheiro via PIX.

Desafios e Considerações Éticas

Questionado sobre a ética e a legalidade do processo de coleta, Damien Kieran destacou que a educação do público sobre a privacidade de dados e o funcionamento do serviço é um dos grandes desafios enfrentados. “Não buscamos simples coleta de dados biométricos; pretendemos fornecer às pessoas uma credencial anônima de humanidade, utilizando um código único derivado da íris que permanece protegido”, afirmou.

Contudo, essa abordagem já enfrentou críticas. Em março de 2024, a agência de proteção de dados da Espanha determinou o encerramento das coletas, argumentando que o serviço violava a Lei Geral de Proteção de Dados da União Europeia. Além disso, na Alemanha, a BayLDA determinou que a empresa parasse a coleta de dados e excluísse informações armazenadas em seus servidores.

Conforme declarado em um comunicado da ANPD nesta quarta-feira, o órgão está em processo de fiscalização quanto ao tratamento de dados biométricos no âmbito do projeto World ID. A análise busca assegurar que os direitos dos cidadãos sejam respeitados em todos os níveis.

Reflexões Finais

O projeto da Tools for Humanity levanta questões cruciais sobre privacidade, segurança e a ética da coleta de dados numa era em que a tecnologia avança rapidamente. À medida que iniciativas como essa se expandem, é vital que as empresas implementem práticas transparentes e responsáveis. Para você, quais seriam as implicações de usar suas informações biométricas para participar de novos mercados? Compartilhe suas opiniões e reflexões sobre o futuro da tecnologia e sua relação com a privacidade. Estamos todos juntos nessa jornada de inovação!

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