Proibição de Power Banks na China: O Que Você Precisa Saber

A partir de 28 de junho, a Administração de Aviação Civil da China implementou uma nova regra que proíbe passageiros de embarcarem com power banks que apresentam marcações indecifráveis, que foram recolhidos ou que não possuem a Certificação Compulsória da China (CCC) em voos domésticos. Essa medida surge em meio a crescentes preocupações com a segurança desses dispositivos, especialmente após uma série de incidentes envolvendo superaquecimento e incêndios.

O Problema dos Power Banks

Estudos recentes revelaram que pelo menos 15 ocorrências de superaquecimento ou incêndio relacionados a power banks ocorreram na China só em 2025. Isso levanta questões sérias sobre a segurança desses produtos, que são amplamente utilizados por pessoas que buscam uma fonte extra de energia para seus dispositivos móveis.

Um agente de segurança do Aeroporto Internacional de Guangzhou Baiyun destacou a gravidade da situação ao afirmar que os power banks de lítio têm se tornado um risco real para a segurança dos voos nos últimos anos. Ele explicou que, anteriormente, a proibição era aplicada apenas a dispositivos sem identificação clara de capacidade, mas agora até marcas reconhecidas estão enfrentando restrições:

“Aumentar a carga das inspeções de segurança é crucial, considerando a quantidade de power banks em circulação e o perigo que eles representam.”

Riscos Potenciais

Os riscos associados a um power bank mal fabricado são alarmantes. Em caso de curto-circuito, a temperatura do dispositivo pode ultrapassar os 400 graus Celsius em poucos segundos, o que representa uma ameaça real não apenas para o dispositivo, mas também para os passageiros e objetos ao redor. Para colocar isso em perspectiva, a capacidade de queima de um power bank pode ser muito superior à de um isqueiro, e ele pode iniciar um incêndio em questão de segundos.

Regras para Voos Domésticos e Internacionais

Embora essa regra se aplique apenas a voos domésticos na China, especialistas alertam que passageiros em viagens internacionais que incluam uma conexão na China devem estar cientes das novas restrições. O professor de assuntos internacionais, Sun Kuo-hsiang, destacou que, se um trecho de um voo internacional passa pela China, as novas diretrizes também são aplicáveis.

As diretrizes atuais para power banks em voos internacionais incluem:

• Transporte apenas na bagagem de mão
• Capacidade não superior a 100 watts-hora (alguns podem chegar a 160 watts-hora, mas demandam aprovação)

Um Contexto Global Crescente

Essa proibição não surge isoladamente. Ela se alinha a uma série de recalls internacionais de produtos de marcas conhecidas, como Anker e Romoss, em resposta a riscos à segurança. A Anker, por exemplo, recolheu 1,15 milhão de power banks nos Estados Unidos devido ao perigo de superaquecimento e risco de incêndio.

O Recall e suas Implicações

• Anker: 1,15 milhão de unidades recolhidas devido ao risco de superaquecimento, que pode resultar em incêndios ou queimaduras.
• Romoss: Cerca de 490 mil power banks recolhidos por semelhanças de riscos, reforçando a tendência de insegurança.

Essas ações ilustram a necessidade urgente de uma supervisão mais rigorosa sobre a fabricação e a distribuição de power banks, especialmente considerando que muitos consumidores, especialmente em países em desenvolvimento, optam por essas opções mais baratas, mas potencialmente perigosas.

O Que Está em Jogo?

Na perspectiva de segurança nacional, o diretor de pesquisa do Instituto de Defesa e Pesquisa em Segurança de Taiwan, Shen Ming-Shih, chamou a atenção para a possibilidade de a má qualidade de produtos fabricados na China estarem exacerbando a situação. Muitos power banks podem ser falsificados ou de qualidade inferior, apresentando riscos significativos ao serem utilizados em aviões ou embarcações.

Shen observou que esses produtos não só representam um perigo em termos de incêndio, mas que consumidores em países em desenvolvimento podem não ter a capacidade de buscar compensação adequada em caso de incidentes, devido à falta de padrões regulatórios rigorosos.

Considerações Finais

À medida que as autoridades chinesas intensificam a fiscalização sobre os power banks, é vital que consumidores estejam cientes dos riscos associados e das novas regras implementadas. Essa situação ressalta a necessidade de maior transparência e controle de qualidade na fabricação desses dispositivos.

A discussão em torno dos power banks nos leva a refletir sobre a segurança de produtos que usamos diariamente. Ao mesmo tempo, a situação destaca a importância de estarmos atentos à qualidade e à segurança dos produtos que escolhemos, não importando a origem.

E você, já teve alguma experiência preocupante com um power bank? Quais medidas você acha que deveriam ser tomadas para garantir a segurança nesse mercado? Dê sua opinião nos comentários!