quarta-feira, março 12, 2025

China Define Metas Ambiciosas para 2025 em Meio a Conflito Tarifário com os EUA: O Que Esperar do Crescimento do PIB?


Comunismo Chinês: As Novas Metas Econômicas e o Impacto da Guerra Tarifária

O governo comunista da China definiu suas metas econômicas para o próximo ano durante as reuniões políticas anuais chamadas de “Duas Sessões”. Esse evento acontece em um ambiente de crescente tensão comercial com os Estados Unidos, levantando questões sobre como essas metas realmente refletem a realidade econômica chinesa.

Desvendando as Metas Econômicas

O premiê Li Qiang, em seu relatório de trabalho apresentado ao Congresso Nacional do Povo, estipulou que a meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 é de cerca de 5%. Além disso, a taxa de desemprego urbana está projetada para ficar em torno de 5,5%, com a expectativa de criação de mais de 12 milhões de novos postos de trabalho. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) deve ver um aumento em torno de 2%.

Essas metas são mais do que meros números, carregando também um peso político significativo. Observadores enfatizam que, principalmente em um cenário de tarifas em alta, as promessas do governo podem ser vistas como uma forma de controlar a narrativa econômica da China, mesmo que a realidade esteja se distanciando cada vez mais desse ideal.

Tarifas e Retaliações: Um Jogo Perigoso

A tensão entre EUA e China se intensificou com a implementação de tarifas adicionais de 10% sobre produtos chineses. Este aumento se junta a outra taxa que já estava em vigor, elevando as tarifas sobre certos produtos para até 45%. Em resposta, a China anunciou que, a partir de uma data recente, aplicará tarifas extras de até 15% em bens dos Estados Unidos, além de restringir a exportação de 15 entidades norte-americanas.

O discurso da embaixada chinesa em Washington foi contundente: “Se é guerra que os EUA desejam, estamos prontos para lutar até o fim.” Essas palavras refletem uma decisão estratégica do regime de priorizar a estabilidade política sobre o crescimento econômico, mesmo que isso signifique sacrificar o bem-estar econômico de seus cidadãos.

O Impacto Psicológico e Econômico da Guerra Tarifária

Davy J. Wong, um economista sino-americano, observa que a retaliação chinesa, embora simbolicamente forte, pode não ter um efeito substancial a longo prazo. A guerra tarifária traz um impacto psicológico significativo para as "Duas Sessões", levando os delegados a um pessimismo crescente sobre as perspectivas de crescimento econômico da China.

Xu Zhen, um especialista no mercado de capitais, corrobora que a atual guerra tarifária afeta profundamente a indústria chinesa, que é amplamente dependente do mercado dos EUA. A capacidade de fabricar e exportar produtos está ameaçada, e essa preocupação é muito mais intensa do que durante a guerra comercial de 2018.

Expectativas de Crescimento do PIB

Sobre a meta de crescimento de 5%, Wong também levanta críticas. Ele argumenta que esses números são questionáveis, especialmente em face da guerra comercial, da fuga de capital estrangeiro, e da dificuldade crescente enfrentada por empresas chinesas. “Essa meta de 5% é mais uma ferramenta de propaganda política, desconectada da realidade econômica”, afirma.

Os três vetores que impulsionam a economia chinesa — exportações, investimentos e demanda interna — vêem sua balança alterada. Com a diminuição da demanda por exportações e um mercado interno em recessão, a pressão sobre as metas econômicas se intensifica. Wong sugere que será difícil até mesmo manter um crescimento de 4% neste ano.

A Realidade Difícil do Desemprego

Em relação à taxa de desemprego urbana de 5,5%, especialistas sugerem que essa pode não retratar a verdadeira situação do mercado de trabalho. Muitos jovens, por exemplo, optam por não buscar emprego, deixando essa taxa oficialmente baixa, enquanto, na prática, a taxa real de desemprego pode estar até 30% ou mais.

O pequeno empresário, Huang, relata que as tarifas crescentes impactam drasticamente suas operações. Com um custo de produção alto, a competitividade das empresas chinesas no mercado internacional está sendo severamente prejudicada, levando muitas indústrias a se relocarem para o Sudeste Asiático para escapar da pressão tarifária.

A Escala do Problema Economico

Se a guerra tarifária atingir novos patamares, isso poderá ter repercussões devastadoras tanto nos EUA quanto na China. Wong completa que, enquanto o PIB dos EUA pode ser afetado em até 1%, a economia chinesa, já em crise, pode enfrentar um colapso ainda mais severo.

Isso se reflete nas estatísticas de produção: a China produz mais de 20% de todos os produtos do mundo, e, ao mesmo tempo, o mercado consumidor dos EUA representa aproximadamente 30% do consumo global. Esse desacoplamento entre as duas superpotências pode alterar permanentemente as cadeias de suprimentos em todo o mundo.

Aumentando a Dívida Governamental

Li Qiang também apresentou dados sobre a dívida do governo, que deverá alcançar um déficit de aproximadamente 4% deste ano, um aumento em relação ao ano anterior. O total da dívida do governo deverá chegar a 11,86 trilhões de yuans (cerca de 1,66 trilhão de dólares), com um aumento considerável em relação ao ano passado.

Essas informações não são apenas números; elas indicam a crescente vulnerabilidade da economia estatal, o que representa mais um ponto de atenção para as mudanças econômicas iminentes.

Observações Finais

À medida que o governo chinês luta para manter suas promessas e suas metas econômicas, o cenário se torna cada vez mais incerto. As políticas econômicas, alimentadas por instabilidade externa e interna, levantam questões não apenas sobre o futuro da economia chinesa, mas também sobre as repercussões globais dessa crescente rivalidade.

Os desafios presentes exigirão não apenas uma resposta eficaz, mas também uma nova abordagem às práticas comerciais e às relações internacionais. A China está em uma encruzilhada, onde o que acontece em seus próximos passos pode moldar não apenas o seu futuro, mas também o do comércio global. O que você pensa sobre as direções que a economia chinesa está tomando? Compartilhe suas opiniões e fique ligado nas novidades sobre este tema intrigante.

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