Artigo traduzido e adaptado do inglês, com publicação pela matriz americana do Epoch Times.
Aumento das Doenças Infecciosas na China: O Que os Dados Não Estão Contando
Recentemente, as autoridades de saúde chinesas divulgaram informações sobre doenças infecciosas referentes ao mês de janeiro, em meio a uma crescente onda de infecções respiratórias. Profissionais da saúde levantaram preocupações sobre possíveis subnotificações dos surtos, chamando atenção para a falta de transparência dos dados apresentados.
Informações do Relatório Epidemiológico
Sob o título “Visão geral da situação epidêmica das doenças infecciosas notificáveis nacionais em janeiro de 2025”, o relatório da Administração Nacional de Controle e Prevenção de Doenças foi divulgado em 14 de fevereiro. Os números revelaram que aproximadamente 2.870.849 pessoas foram diagnosticadas com gripe em janeiro, resultando em nove mortes.
Além disso, foram registrados 33.218 casos de COVID-19, com quatro falecimentos. Contudo, o relatório não traz informações sobre infecções ou mortes atribuídas a cepas de gripe aviária, como H7N9 ou H5N1, limitando seus dados à China continental.
Aumento Preocupante de Infecções
Os números de janeiro mostram um aumento significativo em relação a dezembro de 2024, quando 1.509.750 pessoas contraíram gripe, com sete mortes. É importante notar que os dados de dezembro não incluíam casos de COVID-19 e reportaram zero infecções por gripe aviária. O que está ocorrendo com a saúde pública na China levanta novos questionamentos sobre a veracidade das informações fornecidas.
Desconfiança Geral com os Dados
Desde o início da pandemia em Wuhan, em dezembro de 2019, o regime chinês enfrenta críticas por supostamente esconder dados sobre a verdadeira extensão das infecções. A falta de transparência levou a OMS a afirmar, no início de 2023, que a China estava subestimando o número de mortes por COVID-19.
Durante o Ano Novo Chinês, em 29 de janeiro, muitos relatos, de residentes, médicos e denunciantes, apontaram um pico nas infecções respiratórias e mortes em todo o país. Essa situação é preocupante, principalmente porque a circulação intensa de pessoas durante as festividades pode facilitar a propagação de doenças.
Realidade em Hong Kong
As autoridades de saúde de Hong Kong reportaram 122 mortes por influenza nas quatro primeiras semanas de janeiro. Com uma população de mais de 7 milhões de habitantes, a região é uma metrópole próxima à cidade de Shenzhen, na China. Há um fluxo diário de mais de 800.000 passageiros entre essas duas regiões, o que aumenta o risco de propagação de infecções.
Dr. Jonathan Liu, professor e diretor de um centro de cura em Toronto, afirmou que os dados de Hong Kong são mais confiáveis devido a um nível de liberdade maior em relação à transparência das informações. Ele destacou a gravidade da situação, alertando que o número de mortes pela gripe em um único mês é alarmante.
Inconsistências nos Relatórios
Liu também questionou a veracidade dos dados apresentados pela China, considerando-os “não confiáveis”. Sean Lin, ex-microbiologista do Exército dos EUA, concordou, ressaltando que as informações de Hong Kong, que incluem dados sobre pacientes em estado grave e internações, oferecem uma visão mais clara da situação.
“Há apenas 2 milhões de pessoas infectadas na China continental e apenas 9 mortes relatadas? Esses números simplesmente não fazem sentido”, disse Lin, enfatizando a falta de clareza sobre como os dados foram coletados.
A Falta de Testes e Controle
Desde dezembro de 2022, o regime chinês suspendeu os testes de COVID-19 em hospitais, o que resulta em uma grande quantidade de diagnósticos não realizados. O acesso a kits de autoteste também é bastante restrito, o que levanta a suspeita sobre a precisão dos dados de infecções. Lin acredita que a subnotificação é rampante devido a essa falta de testes.
Um trabalhador anônimo em prevenção de epidemias relatou que os dados de Hong Kong são mais confiáveis do que os da China, que tende a esconder informações. A estratégia adotada pelo regime é antiga, visando ocultar a verdadeira extensão das crises de saúde desde a epidemia de SARS em 2003.
Dificuldades no Registro de Mortes
Um denunciante revelou que a contagem oficial de mortes por gripe A é feita da mesma forma que as mortes por COVID-19. Se um falecido tinha doenças pré-existentes, sua morte não é registrada como decorrente da gripe, o que intensifica a desconfiança sobre os dados fornecidos.
A Situação em Anhui e o Alerta à População
Em um alerta emitido em 3 de janeiro, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Anhui enfatizou que o surto de gripe estava em intensificação na província, sendo classificado como nível 4, um nível de alerta crescido em relação à semana anterior. As autoridades destacaram a necessidade de atenção e cuidados com a saúde.
A Epidemia e Suas Repercussões
Yang Lan, epidemiologista que preferiu usar um pseudônimo, afirmou que o aviso do CDC reflete uma realidade alarmante, muito próxima do nível 5, que indicaria um bloqueio total. Ela ressaltou que a situação é insustentável, especialmente após eventos que reuniram grandes multidões, como os Jogos Asiáticos de Inverno em Harbin.
As mortes estão aumentando em várias cidades, sendo Shenyang um dos locais mais afetados com 206 falecimentos em um único dia. Yang enfatizou a seriedade do surto de gripe em cidades como Xi’an, depois de um aumento significativo nas infecções durante o feriado do Ano Novo Chinês.
Recomendações de Segurança
Contudo, que ações devem ser tomadas? Aqui estão algumas recomendações para que a população se proteja:
- Evitar locais lotados sempre que possível;
- Usar máscaras N95 em situações de alto risco;
- Manter hábitos de higiene rigorosos, como lavar as mãos frequentemente.
Pandemia e Economia: Conexão Perigosa
Liu argumenta que o silêncio do governo se relaciona fortemente com questões econômicas. O regime chinês busca estabilizar o desenvolvimento econômico em um momento de fragilidade – um surto de grandes proporções poderia afastar investidores internacionais, agravando ainda mais a situação financeira do país.
“Desde a crise do SARS em 2003, é notável que a resposta do regime não mudou”, complementou ele.
Reflexão Final
Diante de tudo o que foi discutido, fica claro que a desinformação e a falta de transparência ainda são problemas graves no controle de epidemias na China. A situação requer vigilância não apenas da comunidade médica, mas de toda a sociedade. O que podemos fazer como indivíduos para proteger nossa saúde e a saúde de nossos próximos? Quais são as melhores práticas que podemos adotar em nossas rotinas diárias?
Fique atento a novos desdobramentos e considere compartilhar suas opiniões sobre este tema. Ao discutirmos, podemos encontrar maneiras mais efetivas de lidar com as crises de saúde que afetam a todos nós.
Com contribuições de Luo Ya.
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