domingo, outubro 26, 2025

Como a Indústria do Tabaco Está Apostando Bilhões na Sua Transformação: Descubra as Novas Oportunidades!


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Indústria do cigarro investe em produtos com tabaco aquecido

“A Argentina tem tudo para se tornar a nova Itália, considerando sua capacidade industrial, o potencial do campo e a qualidade de seu capital humano.” Esta afirmação é de Marco Hannappel, presidente da Philip Morris International (PMI) para a América Latina e Canadá, durante sua visita ao país sul-americano. Ele enfatiza a transformação notável da indústria tabagista italiana, um modelo que poderia ser espelhado na Argentina, onde a PMI intensificou sua estratégia de produtos livres de fumaça.

Aposta em um Futuro Sem Fumaça

Há anos, a PMI se dedica a pesquisas e desenvolvimentos que visam oferecer alternativas mais seguras para os fumantes adultos, investindo mais de US$ 14 bilhões em inovações sem fumaça. Em 2014, a empresa lançou o IQOS, um dispositivo que aquece o tabaco em vez de queimá-lo. Isso resulta em um aerossol que contém nicotina, mas não gera a fumaça prejudicial da combustão. Atualmente, a PMI possui uma gama de produtos em 95 países, com mais de 38 milhões de usuários, os quais representam mais de 40% das suas receitas líquidas. A expectativa é que, até 2025, a empresa esteja presente em 100 mercados.

Exemplo Italiano

A Itália, assim como a Grécia, se tornou um símbolo na transformação da indústria rumo a um futuro sem fumaça. Como destacou Hannappel, “o setor tabagista atual representa apenas 0,5% do PIB italiano, graças ao investimento e ao desenvolvimento contínuo da empresa”.

Em Crespellano, Bolonha, a PMI inaugurou uma fábrica em 2014, parte de um investimento que variou entre 1 e 1,5 bilhão de euros. Este complexo teve um impacto econômico significativo, estimado em cerca de 10 bilhões de euros, e a PMI ainda firmou parcerias com sindicatos e entidades do setor na Itália, com um investimento superando 2 bilhões de euros.

O Potencial Argentino

A fábrica da Philip Morris em Bolonha é uma das mais relevantes no cenário global. Hannappel acredita que esse modelo pode ser replicado na Argentina, que ocupa a oitava posição mundial em produção e a sétima em exportação de tabaco. O país, que também está inserido na dinâmica produtiva do Brasil, já é um importante exportador, enviando em 2024 cerca de 455,2 toneladas de tabaco para 113 países, incluindo a Argentina.

As atividades agrícolas estão concentradas em sete províncias do norte (Jujuy, Salta, Misiones, Tucumán, Chaco, Corrientes e Catamarca). Já o setor industrial se localiza majoritariamente na província de Buenos Aires. Essa rede de produção gera mais de 1 milhão de empregos diretos e indiretos, contabilizando mais de 150 mil pequenas e médias empresas.

  • **Impostos sobre cigarros**: cerca de 80% do preço final do produto corresponde a tributos, assim como o setor é obrigado a passar por cinco impostos diferentes.
  • **Exportações**: o segmento ainda exporta em torno de US$ 300 milhões anualmente.

Além disso, nos 95 países onde o IQOS é comercializado, 89 deles utilizam tabaco argentino em seus produtos.

Desafios e Oportunidades

Atualmente, a Argentina conta com aproximadamente 7 milhões de fumantes adultos, seja de cigarros ou de tabaco para enrolar. Em março de 2023, o Ministério da Saúde, sob a gestão de Alberto Fernández, instituiu uma proibição para produtos de tabaco aquecido, abrangendo tanto os dispositivos eletrônicos quanto os consumíveis associados. A PMI, por sua vez, acredita que essa decisão deve ser reavaliada, já que a empresa possui produtos respaldados pela ciência que poderiam beneficiar a saúde pública.

Exemplos internacionais mostram a tendência de regulamentação favorável. Nos Estados Unidos, a FDA autorizou a comercialização do IQOS em abril de 2019, seguido por decisões sobre solicitações de produtos de tabaco com risco modificado (MRTP). No Reino Unido, aferiu-se que os produtos de tabaco aquecido apresentam menores níveis de substâncias químicas nocivas em comparação aos cigarros tradicionais.

Regulamentação na América Latina

As regulamentações variam entre os países vizinhos. No Paraguai, a Lei Nº 5538 estabelece normas sanitárias contra o tabagismo, enquanto no Chile, a nova legislação integra produtos de tabaco aquecido e eletrônicos à regulação existente. No México e na Colômbia, o IQOS já encontra mercado.

A Philip Morris Argentina tem uma força de trabalho de mais de 2.000 colaboradores e opera duas instalações importantes: uma para processamento em Salta e outra de fabricação de cigarros em Merlo, na província de Buenos Aires. A empresa está preparada para transformar sua planta em uma linha de produtos aquecidos, com um investimento potencial que “pode exceder os US$ 500 milhões”, caso a proibição atual seja revogada.

Para Hannappel, “estamos prontos para investir na Argentina. É uma chance singular que transcende o governo atual e depende essencialmente da regulamentação. Não pedimos isenção, mas que estes produtos sejam tributados e regulamentados da mesma forma que os cigarros.” Ele acredita firmemente que a Argentina possui recursos suficientes para se posicionar como a nova Itália no cenário tabagista.

No Brasil, o IQOS e outras alternativas eletrônicas não têm regulamentação e sua venda, importação e publicidade são proibidas pela Anvisa desde 2009.

Reflexões Finais

Com o investimento no setor de tabaco e a evolução em busca de produtos menos nocivos, a Argentina tem a chance de se transformar em um polo importante nesse segmento. Contudo, a regulamentação e as políticas públicas desempenham um papel crucial na realização desse potencial. A discussão sobre a regulamentação de produtos de tabaco deve ser mais abrangente, levando em conta não apenas a saúde pública, mas também o impacto econômico e social. O país está em um momento decisivo e suas decisões podem moldar o futuro da indústria tabagista.

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