A língua portuguesa é uma ponte valiosa para a colaboração entre o Brasil e os países lusófonos que buscam fortalecer iniciativas de paz. No âmbito das Nações Unidas, o embaixador brasileiro, Sérgio Danese, destaca a importância desse elo durante suas atividades em Nova Iorque. Ele reafirma o compromisso do Brasil em intensificar o envolvimento das nações de língua portuguesa nas ações apoiadas pela Comissão de Consolidação da Paz (PBC).
Colaboração para um futuro em paz
Danese explica que, ao compartilhar o mesmo idioma, as interações se tornam muito mais fluidas. Além disso, ressalta as semelhanças geográficas e culturais entre o Brasil e outros países lusófonos, como aqueles da África e Timor-Leste. Essa proximidade facilita o compartilhamento de soluções para desafios comuns, tornando o processo de ajuda ao desenvolvimento mais eficiente e acessível.
- Semelhanças que unem: O Brasil e as nações lusófonas enfrentam desafios de desenvolvimento semelhantes.
- Soluções compartilhadas: Trocar experiências poderá beneficiar todos os envolvidos, promovendo um desenvolvimento sustentável.
Este ano, o Brasil passou a liderança da PBC para a Alemanha, que agora comanda um órgão consultivo composto por 31 países. As estratégias da PBC buscam, especialmente, engajar jovens e mulheres em causas de paz e segurança.
Desde 2007, o Brasil tem liderado a Estratégia de Paz da PBC voltada para Guiné-Bissau. No último ano, o Brasil se destacou nas discussões para fortalecer a paz em São Tomé e Príncipe e está ativamente envolvido em questões relacionadas a Moçambique.
Promovendo ações impactantes
A PBC é vista como um complemento fundamental à capacidade da comunidade internacional na estabilização de regiões em conflito. Danese frisou que o cenário atual, marcado por cortes orçamentários, exige criatividade e eficiência na aplicação dos recursos disponíveis.
“Precisamos valorizar as ações que realmente fazem a diferença. Muitas vezes, os países já colaboram por conta própria, mas poderia haver maior sinergia na cooperação. Esse tipo de interação é viável com custos adicionais muito baixos e pode ter um impacto significativo”, destaca o embaixador.
Ele também observa que, apesar das dificuldades orçamentárias, há oportunidades para a continuidade das iniciativas voltadas à paz. Quando ocorrem ajustes fiscais, é crucial adaptar e otimizar a utilização dos recursos.

O embaixador do Brasil, Sérgio França Danese, presidente da Comissão de Consolidação da Paz, participa de reunião do Conselho de Segurança sobre a manutenção da paz internacional e da segurança dos países africanos.
Interlocução mais eficaz
O embaixador sugere a adoção de abordagens criativas para otimizar a cooperação internacional com menos recursos. Ele acredita que o fortalecimento das relações bilaterais e multilaterais pode resultar em mais benefícios sem custos adicionais significativos.
“É natural sentir apreensão diante de novas propostas. No entanto, a PBC possui um instrumento financeiro crucial que a ajuda a ser um corpo político, capaz de mobilizar apoio político em favor dos países em desenvolvimento. Isso envolve facilitar a comunicação desses países com bancos de desenvolvimento e organizações financeiras internacionais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento”, afirma Danese.
De acordo com a ONU, os membros da PBC destinaram cerca de US$ 800 milhões para o período entre 2020 e 2026, refletindo o comprometimento dos países na busca pela paz.
Financiadores e aliados estratégicos
Sobre o papel do Brasil na PBC e como lidar com o aumento dos pedidos de auxílio, Danese destaca a importância da mediação da ajuda ao desenvolvimento através de parcerias com instituições. Ele enfatiza que a colaboração ativa com a PBC aumenta a credibilidade dos países que buscam apoio.
- Alemanha: O maior contribuinte, com mais de US$ 43,5 milhões nos últimos anos.
- Holanda: Contribuições superiores a US$ 44 milhões.
- Estados Unidos: Alocaram US$ 2,5 milhões, sendo US$ 1,5 milhão no último ano.
- Portugal: Contribuiu com US$ 215.106 até 2024.
Dessa forma, os integrantes da PBC incluem membros da Assembleia Geral, do Conselho de Segurança e do Conselho Econômico e Social, além de contribuintes financeiros e países que apoiam as operações de paz com tropas.
Um futuro de transformação
A colaboração entre o Brasil e os países lusófonos no contexto da Comissão de Consolidação da Paz representa uma oportunidade de transformação significativa. Através da língua portuguesa, essas nações podem unir esforços em busca de soluções sustentáveis para os desafios do desenvolvimento e da paz. Essa interação não se limita apenas a palavras, mas ressoa na prática, com ações concretas que visam um futuro mais harmonioso.
As iniciativas propostas por Danese e pela PBC estão focadas na criação de um ambiente de diálogo e cooperação, que permita a troca de experiências e a valorização das particularidades de cada país. Ao iniciar ou reforçar parcerias, os países de língua portuguesa podem não apenas solucionar seus problemas locais, mas também contribuir para um cenário global mais pacífico e colaborativo.
É fundamental que, na busca por um futuro melhor, não apenas governos, mas a sociedade civil, as empresas e cidadãos se unam em esforços contínuos. Compartilhar conhecimentos, experiências e até mesmo recursos pode ser um diferencial significativo para alcançar a paz desejada.
O que você acha sobre essa abordagem colaborativa? Quais soluções você acredita que podem ser implementadas para promover a paz entre as nações lusófonas? Deixe seu comentário e compartilhe suas ideias sobre como construir um futuro mais harmonioso.