quinta-feira, julho 31, 2025

Como a Política Climática Pode Impulsionar o Seu Negócio: Oportunidades que Você Não Pode Ignorar!


A batalha pela energia limpa nos EUA: estratégias e desafios

No dia 4 de julho, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou a lei One Big Beautiful Bill Act, que, entre outras mudanças, cortou cerca de $500 bilhões dos créditos tributários para energia limpa. Esses créditos estavam no coração da Lei de Redução da Inflação de 2022 (IRA), que não só visava reduzir emissões, mas também atraiu mais de $800 bilhões em investimentos privados em energia limpa e manufatura. Embora a opinião pública tenha apoiado amplamente esses subsídios, especialmente em distritos republicanos que se beneficiaram deles, isso não foi suficiente para impedir os cortes promovidos pela administração Trump na transição verde.

Apesar da redução drástica, a estratégia por trás das políticas climáticas da IRA continua a ser eficaz. A legislação surgiu de uma coalizão climática sem precedentes nos EUA, envolvendo grupos ambientais, cientistas, progressistas e um número crescente de grandes indústrias. Fabricantes de automóveis, empresas de utilidades e indústrias pesadas, que historicamente se opuseram a políticas climáticas, se uniram para pedir apoio público à descarbonização. Essas indústrias, que podem ser consideradas “sujas” no momento, têm potencial para se tornarem mais sustentáveis com os investimentos corretos nos próximos anos.

A união faz a força

Um dos fatores críticos para o sucesso da IRA foi a conquista do apoio das indústrias “descarbonizáveis”. Mesmo com a reversão de alguns dos avanços alcançados, a pressão do setor industrial foi crucial para bloquear novos impostos sobre energias renováveis e veículos elétricos, além de preservar uma parte significativa dos subsídios verdes, como aqueles voltados para a energia geotérmica, usinas nucleares e fabricação limpa.

Comparando com outros países que aumentaram seus investimentos em energia limpa, como Austrália, Canadá, França, Alemanha, Noruega e Reino Unido, os Estados Unidos se destacam como uma exceção, visto que nenhum deles cortou gastos de maneira semelhante, apesar da diminuição do apoio político nacional às políticas climáticas. Esses países reconhecem a importância dos subsídios verdes para ajudar suas indústrias a competir com as líderes chinesas, além de atender às metas de emissão de carbono.

Investimentos globais em energia limpa

Entre 2019 e 2024, globalmente, foram investidos $8 trilhões em energia limpa, mais que o dobro do montante das duas décadas anteriores. Subsídios como os da IRA foram fundamentais para estimular esse crescimento. Com a diminuição de incentivos acessíveis nos EUA, as lições devem ser aprendidas, visando criar políticas mais resilientes e incorporar mais indústrias em uma coalizão climática crescente.

Antigamente, evitar mudanças climáticas parecia uma meta distante, com muitos especialistas prevendo um aumento global da temperatura de cerca de 4 graus Celsius até 2100. Enquanto isso, muitos dos objetivos de redução de emissões continuam fora de alcance. No entanto, com uma estratégia comprovada, as perspectivas para a descarbonização começam a parecer mais viáveis.

O divide industrial nos EUA

Um dos principais obstáculos para a ação climática nunca foi a falta de apoio popular ou questões econômicas a longo prazo, mas sim o impacto sobre diferentes setores da economia. Embora a descarbonização traga benefícios gerais, diversas indústrias que dependem de combustíveis fósseis se encontram em posição de poder e resistem a mudanças. Mesmo que a economia como um todo se beneficie das políticas climáticas, muitas empresas temem custos significativos e riscos à sua sobrevivência.

Historicamente, indústrias intensivas em carbono, como a automobilística, a mineração de carvão e a manufatura, se uniram contra tratados climáticos internacionais, utilizando um lobby poderoso. Com isso, foi instaurada uma era de desconfiança em relação à ciência climática e resistência a medidas que visassem reduzir emissões. No entanto, essa dinâmica começou a mudar em meados da década de 2010, quando a China investiu fortemente em tecnologias limpas e se tornou pioneira nesse setor. Com isso, os custos de tecnologias limpas diminuíram, e as empresas chinesas ganharam vantagem competitiva no cenário global.

O novo contrato social

A convergência de interesses que levou à criação dos subsídios da IRA aconteceu em um contexto de crescente pressão econômica e política. Durante sua campanha presidencial em 2020, Joe Biden inclinou sua plataforma para políticas climáticas mais agressivas, buscando apoio de eleitores e setores industriais em estados do Meio-Oeste, onde a manufatura é crucial. A promessa de um investimento de $2 trilhões em descarbonização foi apresentada como um meio de revitalizar economias locais e posicionar os EUA como líderes globais em tecnologias limpas.

Embora o pacote final de despesas climáticas tenha ficado abaixo da promessa inicial de Biden, a nova coalizão verde foi significativa, envolvendo uma ampla gama de empresas, de fabricantes de utilidades a montadoras.

Contudo, o poder do setor petrolífero e a resistência de alguns senadores ainda apresentaram desafios. O suporte de republicanos moderados foi essencial para proteger alguns incentivos, mas a defesa das políticas climáticas pela nova coalizão não foi suficiente para evitar cortes consideráveis nos créditos tributários.

A luta contínua pela energia limpa

As políticas similares aos subsídios da IRA se expandiram globalmente, com iniciativas como o European Green Deal, o plano Powering Australia e as investigações do fundo climático canadense. Essas ações não apenas incluem gastos em energia limpa, mas também restrições de emissões e aumentos nos preços do carbono, marcando um avanço significativo nas políticas climáticas desde a Conferência da Terra de 1992.

No entanto, o recente retrocesso dos subsídios nos EUA ressalta os limites dessa nova coalizão. O foco em soluções emergentes precisa ser balanceado com o apoio a tecnologias já estabelecidas, como energia solar e eólica, que podem oferecer benefícios rápidos e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

Aprendendo com os erros

Os defensores do clima e suas alianças industriais precisam extrair ensinamentos da redução da IRA. A sobrevivência de algumas disposições significativas é um passo positivo, mas a expansão dos créditos tributários para consumo, que serão encurtados no futuro, mostra que ajustes são necessários. Implementar processos mais rápidos para aprovações e liberalizar requisitos burocráticos pode proporcionar as condições ideais para um aproveitamento mais eficaz dos subsídios.

A era de inovação: O crescimento acelerado da infraestrutura de dados e inteligência artificial aumenta a demanda por energia, tornando urgente a expansão de fontes como solar e eólica. Os subsídios para energias renováveis são ferramentas valiosas que podem assegurar os benefícios econômicos e ambientais da energia limpa.

Um futuro sustentável

A estratégia que gerou a IRA e políticas similares ainda possui um enorme potencial para avançar as políticas climáticas. Os retrocessos podem ser desanimadores, mas eles também são um convite à reflexão sobre como consolidar e ampliar a coalizão verde nos EUA. Promover um ambiente de investimento acessível e focado na inovação pode transformar a ação climática em uma oportunidade econômica.

A jornada para um futuro energeticamente sustentável é desafiadora, mas, com a colaboração de indústrias e atores políticos, é possível vislumbrar um cenário em que a descarbonização não apenas se torna uma obrigação ambiental, mas um motor de crescimento e competitividade no cenário global. Qual é a sua opinião sobre essas mudanças? Como você acredita que a sociedade pode fortalecer essa transição? Compartilhe conosco suas reflexões!

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