sexta-feira, novembro 14, 2025

Como as Tarifas de Trump e a Chegada das Chinesas Estão Revolucionando o Varejo Brasileiro


O Impacto das Mudanças Globais no Varejo Brasileiro: Entrevista com Mariano Gomide

As transformações globais estão moldando o cenário do varejo brasileiro, influenciando estratégias e operações de empresas locais. Recentemente, o Brasil enfrentou desafios significativos, como a entrada de gigantes internacionais, especialmente do setor chinês, e as tarifas impostas pelo governo americano que afetaram a economia global.

Para discutir essas questões, conversamos com Mariano Gomide, cofundador e co-CEO da VTEX, uma plataforma inovadora de comércio eletrônico. Em uma entrevista exclusiva, Gomide compartilhou suas reflexões sobre como essas mudanças estão impactando o varejo no Brasil, destacando tanto os desafios quanto as oportunidades que surgem no caminho.

Os Efeitos das Tarifas Norte-Americanas

InfoMoney: Mariano, como as tarifas impostas recentemente pelos Estados Unidos afetaram o varejo brasileiro, especialmente a VTEX?

Mariano Gomide: Primeiro, precisamos distinguir entre dois efeitos principais. O efeito mais evidente, que chamei de “efeito halt”, é a pausa no lançamento de produtos e em investimentos em marketing. Marcas renomadas, como Samsung e Electrolux, hesitaram em lançar novos produtos devido à incerteza sobre os preços. Essa incerteza gera um atraso que pode custar muito ao varejo.

Por outro lado, em relação à importação e exportação entre Brasil e EUA, nossos clientes não sentiram grandes impactos. O comércio cross-border entre nós e os Estados Unidos é, na verdade, bastante limitado. O foco das transações se concentra no mercado local.

Desafios do Varejo Americano

InfoMoney: E quanto aos seus clientes nos Estados Unidos? Eles estão enfrentando dificuldades?

Mariano Gomide: Sim, alguns estão realmente sofrendo com essa situação. O aumento das tarifas tornou a importação mais cara e, consequentemente, elevou o custo de capital. Empresas no varejo americano operam com margens de lucro baixas, em torno de 5% a 6%, excluindo gigantes como Walmart e Amazon. Com a elevação das taxas de juros, de 0,25% para 4,5%, isso impactou drasticamente suas finanças. Além disso, a inflação dos preços assusta os consumidores, especialmente questões como o aumento do custo da carne.

Não vejo as tarifas como danos permanentes. Os mercados vão se ajustar naturalmente. Trechos do passado, como as tarifas da soja, mostram que a dinâmica pode mudar rapidamente, com a China comprando aquilo que ia para os EUA.

A Reação do Mercado Brasileiro

InfoMoney: Você mencionou a competição com as gigantes asiáticas. Como as empresas brasileiras podem se preparar para isso?

Mariano Gomide: Para navegar nesse novo cenário, as empresas precisam focar em reduzir riscos. Em vez de se acomodar, devem reforçar suas estruturas de custo e capital, tornando-se competitivas em um mercado global. A entrada de marcas como Shein e Shopee pode ter sido chocante, mas resultou em melhorias na operação de varejistas brasileiros, como Magazine Luiza e Casas Bahia, que perceberam a necessidade urgente de modernização.

A Abertura do Mercado como Oportunidade

A competição estrangeira não deve ser vista como uma ameaça, mas como uma chance para as empresas brasileiras se aprimorarem e se internacionalizarem. O Brasil, com suas marcas e produtos competitivos, tem potencial para conquistar mercados exteriores, como demonstram exemplos de sucessos internacionais, como a Larroudé, que já conquista o mercado americano.

O Papel da Globalização e da Instabilidade Política

InfoMoney: E quanto às mudanças políticas globais? Como isso impacta a visão da VTEX sobre a globalização?

Mariano Gomide: Estamos vendo um movimento em direção ao tribalismo e ao isolacionismo, diferente da utopia da globalização que muitos desejavam. Essa instabilidade política pode ser perigosa, mas é algo que, como empresários, devemos aceitar e usar a nosso favor. A forma mais eficaz de responder a esses desafios é operar como se estivéssemos sempre em crise, colocando as empresas em posição de navegar pelas tempestades.

Empresas que se antecipam à competição, como a VTEX, mostram-se mais preparadas para o futuro. Nossa margem aumentou, e a eficácia operacional se tornou uma prioridade. Essa mentalidade proativa é crucial!

Preparando-se para o Futuro

Diante de tudo isso, o que podemos esperar do futuro do varejo? A chave está na adaptabilidade e na busca constante por inovação. Vendedores e marcas que abraçarem as mudanças e estiverem dispostos a competir em nível global terão melhores chances de sucesso.

O mercado está se transformando rapidamente e a concorrência apenas o torna mais dinâmico. Portanto, as empresas devem desmistificar o medo da competição externa e focar na eficiência e na inovação.

Reflexão Final

Pensando a longo prazo, a mentalidade de abrir o mercado e competir com empresas de outros países pode, paradoxalmente, fortalecer o setor no Brasil. Como diz Mariano, “o mundo macro muda muito rápido, mas a eficiência operacional é a chave.”

Se você é um empresário ou apenas interessado no varejo, o seu papel neste cenário é crucial. Pense em como pode se adaptar e inovar para não apenas sobreviver, mas prosperar.


Essa abordagem ao conteúdo revela as ideias centrais discutidas por Mariano Gomide, proporcionando insights valiosos sobre os desafios e oportunidades no varejo brasileiro frente a um tratado global em constante mudança. Compartilhe sua opinião e experiências sobre este tema nos comentários!

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