
A Revolução da Inteligência Artificial nas Empresas Brasileiras
Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) se tornou uma prioridade estratégica não apenas em gigantes da tecnologia, mas também em empresas brasileiras de diversos setores. Este tema foi amplamente debatido no mais recente episódio do ForbesCast, conduzido pela repórter Caroline Detilia. No programa, participaram Davi Dias, sócio da EY e líder de IA da consultoria; Cristiane Gomes, diretora de tecnologia da Motiva; e Leonardo Delia, CFO da Louis Dreyfus Company (LDC). Juntos, eles compartilharam suas inovações, aprendizados e desafios na adoção dessa tecnologia transformadora.
O Marco do ChatGPT e a Democratização da IA
Desde o lançamento do ChatGPT em novembro de 2022, a IA passou por uma rápida democratização e adoção em larga escala. Davi Dias destacou a importância desse marco, afirmando que “mais do que a tecnologia em si, o ChatGPT representou um grande passo na democratização da IA”. Em suas observações, ele relata que, após um intenso período de experimentação em 2023, as organizações começaram a escalar o uso de IA em 2024, avançando para um foco em responsible AI — um conceito que abrange governança, ética e segurança. Para ele, “não se trata apenas de normas internas; é essencial que isso esteja refletido nos próprios algoritmos da IA”.
Casos Práticos de Adoção na Motiva e LDC
A adoção de IA na Motiva, anteriormente chamada CCR, começou antes do “boom” causado pelos modelos generativos. Cristiane Gomes destacou que a premissa básica deve sempre ser a aplicação no negócio: “Antes de falarmos sobre tecnologia, precisamos focar no negócio”, explicou. Com um investimento superior a R$ 500 milhões, a Motiva implementou IA em áreas como jurídico, compras e manutenção preditiva, ressaltando a importância do apoio da liderança e do planejamento: “Precisamos ser ágeis para corrigir o rumo. Caso um projeto não funcione, não devemos nos apegar a ele”.
Por sua vez, a LDC também enfrentou a transformação digital com um olhar pragmático. “Iniciamos com um certo nível de ansiedade, mas depois foi crucial trazer foco para as nossas ações”, revelou Leonardo Delia. A empresa buscou apoio externo para identificar as áreas em que a IA poderia realmente gerar valor, e atualmente, setores como conciliação financeira e crédito agrícola são os mais beneficiados. “Estamos reinventando a produtividade”, afirmou Delia, destacando ainda a necessidade de governança em corporações globais como a LDC: “Sem uma estrutura adequada, é impossível ter o controle necessário sobre a IA”.
O Desafio da Escassez de Talentos em IA
Um desafio comum mencionado pelos executivos é a escassez de profissionais qualificados. Cristiane Gomes foi direta: “Não há tecnologia que funcione sem pessoas por trás”. Para atrair talentos, a Motiva tem investido em iniciativas como apresentações em universidades e programas de capacitação interna, com apoio de instituições como o MIT e a Microsoft. Davi Dias também ressaltou a urgência de formar profissionais em larga escala: “Mais funções serão criadas do que extintas, mas a questão é a rapidez com que isso está ocorrendo”.
Perspectivas Futuras e Reflexões
O cenário atual da inteligência artificial nas empresas brasileiras é repleto de oportunidades e desafios. Com a crescente adoção da tecnologia, a necessidade de ética e governança torna-se ainda mais premente. A conversa no ForbesCast trouxe à tona não apenas os avanços, mas também a importância de um planejamento cuidadoso, o papel da liderança e a valorização das pessoas envolvidas nesse processo.
Essa discussão é fundamental para que as organizações possam navegar nesse novo mundo digital de forma responsável e eficaz. O futuro da IA nas empresas dependerá da qualidade das decisões tomadas hoje e da capacidade de adaptação às novas demandas do mercado. E você, o que pensa sobre os impactos da inteligência artificial em sua vida ou no seu trabalho? Compartilhe suas reflexões!
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