segunda-feira, junho 23, 2025

Como o Segundo Mandato de Trump Pode Colocar a Economia Chinesa em Perigo: A Guerra Comercial e Seus Impactos


A Economia Chinesa em Tempos Turbulentos: Impactos do Novo Mandato de Trump

A economia da China enfrenta um momento repleto de desafios, muito mais complicados do que os que se apresentavam em 2016. Com a possibilidade de um segundo mandato de Donald Trump, questões complexas podem ser levadas a novos limites, gerando preocupações para o futuro econômico do país asiático.

As Reações ao Retorno de Trump

Assim que a notícia sobre a reeleição de Trump se espalhou, os mercados financeiros reagiram rapidamente. As ações dispararam, o dólar se valorizou e, por outro lado, o yuan começou a enfraquecer. É evidente que o Partido Comunista Chinês (PCCh) deve estar se sentindo inquieto com essa reviravolta. Durante seu primeiro mandato, Trump instaurou uma guerra comercial que teve impactos severos sobre o crescimento da China, tornando a moeda chinesa mais fraca e acentuando a dívida existente.

No entanto, a China, à época, conseguiu sobreviver à essa primeira onda, mantendo uma economia ainda robusta. O panorama atual, contudo, é bem diferente.

Desafios Estruturais: Uma Economia em Declínio

Após os quatro anos de tarifas impostas por Trump e, posteriormente, por Biden, além dos lockdowns severos por conta da COVID-19, o quadro econômico chinês se deteriorou. O emprego jovem, por exemplo, beirou alarmantes 19% em agosto, quase alcançando o recorde de 21,3% registrado anteriormente.

O setor imobiliário, crucial para a economia, não tem se mostrado favorável, com os preços das novas moradias em queda. Ainda, a dívida dos governos locais já alcançou impressionantes US$ 8,4 trilhões, e as projeções do FMI para a dívida total do governo chinês vivem no patamar dos US$ 20,7 trilhões. Para se ter uma ideia do quão preocupante isso é, a dívida corporativa está em torno de 350 trilhões de yuans, equivalendo a cerca de US$ 48,76 trilhões, enquanto o PIB da China gira em torno de US$ 18,2 trilhões. Isso significa que a dívida total é mais de três vezes maior do que o tamanho da economia.

A Resposta de Xi Jinping

Diante deste cenário, o líder Xi Jinping lançou um plano de estímulo econômico focado em revitalizar o mercado imobiliário, endereçar a dívida dos governos locais e cortar as taxas de juros. Suas estratégias incluem:

  • Redução das taxas de hipoteca
  • Injeção de liquidez para estimular os empréstimos
  • Um programa de US$ 1,4 trilhão para aliviar as dívidas das administrações locais

Embora essas iniciativas tenham trazido algum alívio, não geraram um aumento significativo nos gastos dos consumidores. Os gastos das famílias ainda representam menos de 40% do PIB, cerca de 20 pontos percentuais abaixo da média global. Isso revela a dificuldade que Xi Jinping encontra em transformar a economia da China de um modelo orientado para exportação para um modelo que priorize consumo e serviços.

A Retomada do Antigo Modelo?

Nos últimos tempos, Xi viu-se obrigado a confiar novamente nas rotinas de fabricação e exportação para sustentar a economia após a crise da COVID-19. No entanto, essa abordagem tem se mostrado cada vez mais ineficaz. O yuan, por exemplo, se mostra 10% mais fraco do que quando a guerra comercial foi iniciada, o que limita as ações do PCCh em desvalorizar sua moeda ainda mais para estimular as exportações.

O Que Esperar?

Os especialistas quase que unânimes reconhecem que os problemas econômicos que a China enfrenta são estruturais, entre eles:

  • Envelhecimento da população
  • Dívidas significativas nos setores imobiliário e governamental
  • Desinvestimento e queda nos investimentos

Esses fatores enraizados levam muitos analistas a prever que a China não conseguirá alcançar sua meta de crescimento de 5% nos próximos anos.

Tarifas e Consequências Econômicas

Durante seu primeiro mandato, Trump já havia imposto tarifas que chegaram a 25% sobre produtos chineses. Agora, surgem promessas de tarifas que podem chegar a 60%. Isso seria um duro golpe para o setor de exportação da China.

O Banco Central da China se veria na necessidade de desvalorizar o yuan em cerca de 18% para lidar com essas novas tarifas, que poderiam provocar uma taxa de câmbio de 8,5 yuans para um dólar. Tal movimento poderia devastar ainda mais a moeda e, potencialmente, dizimar a indústria de transformação do país, sufocando as exportações e levando a um aumento no desemprego.

O Impacto sobre as Empresas

É importante destacar que quase metade das exportações chinesas são oriundas de empresas com investimento estrangeiro, que poderiam ser incentivadas a se realocar para os Estados Unidos ou outras nações aliadas como Índia, Tailândia, Indonésia e Vietnã. Essa migração não apenas afetaria as exportações, mas também diminuiria o investimento direto estrangeiro na China, que já vem apresentando quedas significativas.

Diante disso, a diminuição de investimentos se tornou evidente: um recuo de 28,1% nos primeiros cinco meses do atual ano, em comparação ao mesmo período de 2023.

A Falta de Apoio Econômico Externo

Outro ponto que favoreceu o PCCh no contexto da primeira guerra comercial foi o estímulo econômico dos EUA durante a pandemia. Grande parte dos recursos, que foram injetados na economia americana, resultaram em compras de produtos chineses. Contudo, nesse momento, a China não contará com esse amortecedor financeiro.

Com um Trump mais fortalecido, que promete adotar uma postura agressiva em relação à China e contando com um Congresso que lhe dá suporte, Xi Jinping se encontra em uma posição desfavorável. A opinião pública americana, que expressa uma desaprovação recorde de 81% em relação à China, também mostra maior disposição para apoiar uma nova guerra comercial.

O Que Pode Acontecer?

Com a economia chinesa já debilitada, existem perspectivas de que uma nova guerra comercial possa impactar significativamente Pequim. As decisões tomadas nos próximos meses serão cruciais para determinar a direção que as relações comerciais entre os Estados Unidos e a China tomarão.

A luta da China para se adaptar a novos paradigmas econômicos e a constante pressão externa coloca o PCCh em um cenário de incerteza. Como o futuro econômico da China se desenvolverá sob a administração de Trump, se ele for reeleito, é uma questão que permanece em aberto.

Agora, cabe a nós acompanhar de perto essa situação, refletindo sobre as implicações que essas mudanças podem trazer não apenas para a China, mas para todo o cenário econômico global. O que você pensa a respeito? A nova abordagem de Trump pode realmente impactar a economia chinesa de maneira tão profunda? Compartilhe seus pensamentos!

- Publicidade -spot_img

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -spot_img
Mais Recentes

Impacto Explosivo: Petróleo em Alta e Wall Street em Queda Após Tensão com Irã!

A Alta dos Contratos Futuros de Petróleo: Um Olhar sobre o Impacto dos Recentes Ataques ao Irã Neste domingo...
- Publicidade -spot_img

Quem leu, também se interessou

- Publicidade -spot_img