sexta-feira, maio 9, 2025

Como um Casal Transformou Investimentos em Renda Fixa em Uma Aventura pela América do Sul


Em dezembro de 2021, Mariana Przysiny e Bruno Lima tomaram uma decisão audaciosa: deixaram seus empregos para viver de investimentos. Com um plano sólido, baseado em rendimentos de renda fixa e um imóvel alugado, o casal embarcou em uma jornada de dois anos e meio pela América do Sul. Essa escolha, longe de ser impensada, foi resultado de quase cinco anos de planejamento financeiro, metas bem definidas e uma filosofia de vida centrada na liberdade com estabilidade.

Um Sonho Antigo Ganho Vida

A ideia de viajar e viver de investimentos começou em 2017, quando Bruno, historiador de formação, decidiu que faria um ano sabático antes de completar 35 anos. O trajeto idealizava cruzar as Américas e, em seguida, chegar à Europa. Nesse mesmo período, Mariana, professora de matemática, adquiriu um imóvel quitado, afastando-se da poupança tradicional e se aprofundando em maneiras mais eficientes de investir.

“Sempre tive um perfil conservador, por isso a renda fixa sempre foi meu foco. Para isso, recebi a orientação de um assessor financeiro, que foi fundamental para que eu pudesse entender os primeiros passos. Com o tempo, conquistei minha autonomia”, compartilha Mariana.

Renda Fixa: O Ponto de Partida

As viagens sempre fizeram parte da rotina do casal, especialmente durante as férias escolares. Contudo, foi durante a pandemia de 2020 que o projeto começou a se concretizar. Durante o isolamento, Mariana se dedicou a calcular os custos reais para o seu plano: identificaram que cerca de R$ 100 mil seriam suficientes para mantê-los viajando por dois anos e meio, adotando um estilo de vida simples e nômade com um motorhome adaptado.

A partir desse momento, a estratégia de investimento foi surgindo. Mariana começou a adquirir CDBs, LCIs e LCAs com vencimentos escalonados, assegurando assim uma liquidez mensal durante a viagem que teve início em 2021.

“Estimamos que gastaríamos em média R$ 3 mil por mês. Ao invés de depender apenas dos rendimentos, nosso plano era fazer resgates programados. Investi em vencimentos escalonados para garantir um fluxo de caixa constante nos meses de saída”, detalha ela.

Mariana e Bruno em um sítio arqueológico no Peru.
Mariana e Bruno em um sítio arqueológico no Peru. (Foto: Acervo Pessoal)

Além disso, o imóvel do casal foi alugado, o que se tornou uma fonte extra de renda durante a viagem. Essa combinação de estratégias permitiu que eles vivessem de renda fixa durante a maior parte da jornada, garantindo previsibilidade financeira mesmo sem um salário fixo.

Desafios e Novas Oportunidades

Nos primeiros meses na estrada, tudo funcionou conforme o planejado. Contudo, em 2022, Mariana viu uma oportunidade de expandir seus horizontes: começou a oferecer mentorias de educação financeira, com foco em atender mulheres. Essa nova fonte de renda não apenas sustentou a viagem, mas também permitiu que continuassem a reinvestir o capital conforme os vencimentos chegavam.

Em 2023, o casal decidiu passar por uma transição: vendeu o motorhome e adquiriu um carro, optando por hospedagens em apartamentos alugados por temporada. Essa mudança não só trouxe mais conforto às suas viagens, mas também resultou em um custo um pouco maior. No entanto, o equilíbrio entre os investimentos, o aluguel do imóvel e a renda das mentorias garantiu a continuidade do projeto.

Durante a viagem, passaram por cidades icônicas como Bogotá, Quito, Lima, Cusco e La Paz, geralmente se instalando em cada lugar por cerca de um mês. “Nosso propósito era realmente viver cada local, não apenas fotografar pontos turísticos”, conta Mariana.

Disciplina e Liberdade Caminhando Juntas

Atualmente, com cerca de 80% dos investimentos ainda alocados em renda fixa, Mariana mantém a disciplina que foi fundamental para sua liberdade. “Sempre fui muito estratégica com vencimentos e prazos. Esse controle é o que me possibilitou viver de renda fixa de forma tranquila e nômade”, diz ela.

Recentemente, Mariana se envolveu na criação de uma startup voltada para a educação financeira de professores. O projeto surgiu após ter sido selecionada entre os 20 participantes do programa TD Impacta, promovido pelo Tesouro Direto. Bruno, por sua vez, iniciou um mestrado e ambos foram aprovados em um concurso público em Santa Catarina, onde agora estão reestabelecendo suas vidas, ao menos por enquanto.

Mariana e Bruno na Serra de Nossa Senhora do Rosário de Las Lajas.
Mariana Przysiny e Bruno Lima no Santuário de Nossa Senhora del Rosario de Las Lajas. (Foto: Acervo Pessoal)

Os próximos destinos estão em mente: Estados Unidos, Canadá e Europa. “Adiar a viagem foi uma questão de segurança e logística, mas seguimos ajustando nossos investimentos. O objetivo é continuar a viajar”, afirma Mariana.

Enquanto isso, ela permanece dedicada a ajudar outras mulheres que, assim como ela, desejam transformar suas finanças. “Tenho clientes que, por meio da renda fixa, financiaram intercâmbios, adquiriram apartamentos ou até decidiram congelar óvulos. Meu ponto de vista sobre investimentos é que eles devem ser ferramentas para alcançar metas. Foi assim que conseguimos viver de renda fixa por mais de dois anos, sempre com clareza, controle e consistência.


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