Conflito e Perseguição: Praticantes de Falun Gong na Argentina
Recentemente, um episódio alarmante ocorreu em Buenos Aires, envolvendo praticantes argentinos de Falun Gong, uma disciplina espiritual chinesa. No dia 26 de janeiro, durante as comemorações do Ano Novo Chinês, cerca de 40 indivíduos de origem chinesa atacaram de forma coordenada e violenta esses praticantes. Relatos indicam que muitos dos agressores estão associados à embaixada do regime chinês na Argentina.
O Ataque Coordenado
O festival em questão atraiu uma multidão, onde os praticantes de Falun Gong pretendiam compartilhar seus exercícios e distribuir materiais informativos sobre a perseguição que enfrentam há mais de 25 anos na China. Testemunhas afirmam que a situação se agravou quando um indivíduo chinês, vestido de branco e usando um boné preto, passou pela multidão em comunicação via walkie-talkie, apontando para os praticantes. Este ato parece ter sido o sinal para que um grupo organizado se dirigisse a eles e os atacasse.
Imagens do incidente mostram Ignacio Chirinos, um dos praticantes, sendo imobilizado no chão enquanto tentavam arrancar uma faixa de sua mão que dizia: “O mundo precisa de Verdade, Compaixão e Tolerância”, valores fundamentais da prática espiritual. O clima de hostilidade se intensificou, com os agressores mostrando desprezo e rindo enquanto o tumulto acontecia.
Contexto e Mobilização
Meilin Kleman, uma praticante que também foi atacada, comentou que ficou claro que a embaixada chinesa havia implementado uma estratégia rigorosa para evitar a presença dos praticantes no evento. Mesmo muitos deles não usando as tradicionais camisetas amarelas, que costumam ser vistas em manifestações, foram facilmente reconhecidos por suas atividades passadas. “Nós estávamos lá com nossas famílias, mas eles estavam claramente preparados para nos expulsar”, relatou Meilin, revelando a expectativa da agressão.
Os ataques não apenas visavam silenciar a presença do Falun Gong, mas também intimidar os participantes do festival, conforme testemunhas relataram que os agressores se divertiam enquanto o ataque prosseguia.
A Resposta da Polícia
Em meio ao caos, surgem preocupações sobre a efetividade e a imparcialidade da resposta policial. Documentos revelaram que a polícia local teria sido instruída a não intervir, permitindo que os ataques seguissem sem resistência. Meilin descreveu um momento em que foi cercada por oito homens enquanto tentava distribuir panfletos. A agressão resultou em danos aos seus pertences e ferimentos físicos.
Curiosamente, em vez de prender os agressores, a polícia optou por deter os praticantes, o que despertou a indignação de muitos. Levaram Meilin e outras praticantes para a delegacia, enquanto ignoravam a violência desmedida sofrida por eles. Romina García, que estava com seu filho, também relatou ter sido tratada de forma desumana, sendo mantida por horas em uma situação de estresse e sujeição.
Reação da Comunidade
A associação do Falun Dafa na Argentina emitiu um comunicado expressando sua preocupação com a segurança e os direitos de seus praticantes. Na nota, pediram ao governo argentino e ao presidente Javier Milei que garantissem a liberdade de expressão e o direito à prática religiosa, independente da pressão de potências estrangeiras.
“O governo argentino deve proteger seus cidadãos contra a opressão de regimes externos”, afirmaram, destacando a necessidade de um ambiente seguro para a prática espiritual no país.
Um Histórico de Conflitos
Infelizmente, esse não é um caso isolado. Em 2018, durante a cúpula do G20 em Buenos Aires, praticantes de Falun Gong que tentavam protestar contra a repressão do regime chinês também enfrentaram resistência. A polícia, naquele momento, se opôs a seus direitos de manifestação, agindo sob instruções que pareciam vir diretamente do governo chinês.
A Libertação dos Direitos Humanos
Para além do que aconteceu na Argentina, as agressões contra praticantes de Falun Gong aconteceram em várias partes do mundo. Durante a cúpula do G20 em 2024, no Brasil, os praticantes também foram hostilizados por grupos organizados, mas a intervenção da Polícia Militar garantiu sua proteção e o direito de se manifestar pacificamente.
Nos Estados Unidos, ataques e intimidações contra praticantes também têm sido registrados, mostrando uma crescente tendência de repressão internacional que busca silenciar vozes dissidentes.
A Perseguição ao Falun Gong
Falun Gong, ou Falun Dafa, é uma prática espiritual chinesa que enfatiza os princípios da verdade, compaixão e tolerância. Desde sua divulgação nos anos 90, cresceu rapidamente, atraindo milhões de adeptos. No entanto, em 1999, o regime chinês iniciou uma pressão brutal contra a prática, levando à prisão, tortura e outros abusos graves.
Nos últimos anos, a perseguição do Falun Gong não se limitou à China; suas manifestações também são sentidas em países ao redor do mundo, conforme as autoridades chinesas tentam reprimir os praticantes independentemente de suas localizações.
Reflexões Finais
O que ocorreu em Buenos Aires destaca não apenas a falta de respeito aos direitos humanos, mas também a vulnerabilidade das comunidades religiosas diante de regimes autoritários. O apelo à proteção e respeito pela liberdade religiosa em terras argentinas é um chamado para que todos os cidadãos e governantes reflitam sobre a importância de garantir um espaço livre de opressão.
Esses eventos não devem ser esquecidos ou ignorados. Ao contrário, servem como um lembrete da batalha contínua pela liberdade e dignidade. Portanto, cabe a nós como sociedade fazer com que esses direitos sejam respeitados e defendidos. O que você pensa sobre a situação dos praticantes de Falun Gong na Argentina e em outras partes do mundo? Compartilhe sua visão e ajude a amplificar essa conversa.