sexta-feira, maio 9, 2025

Conflito de Gigantes: A Disputa Incrível entre Danone e Lifeway Foods Que Você Precisa Conhecer!


A Tensa Batalha de Julie Smolyansky pela Lifeway Foods

Julie Smolyansky, CEO da Lifeway Foods
Julie Smolyansky é CEO da Lifeway Foods desde a morte de seu pai em 2002.

Em setembro do ano passado, o coração de Julie Smolyansky, a CEO da Lifeway Foods, disparou ao ler um e-mail alarmante às 4 da manhã. A mensagem, enviada pela gigante francesa Danone, pedia uma reunião em apenas três horas. Na chamada, executivos da Danone revelaram planos de adquirir uma participação majoritária na Lifeway, uma notícia que pegou Julie de surpresa.

“Não houve sequer a cortesia de um ‘vamos conversar’, apenas um ultimato”, comentou Smolyansky, que desde 2002 lidera a empresa familiar, que atua na produção de kefir. Junto com sua mãe e seu irmão, ela controla quase 45% das ações da Lifeway e não está disposta a se deixar intimidar. “Não tenho medo de lutar por isso”, afirmou.

O Conflito com a Danone

Esta ligação foi uma culminação de longos anos de tensão entre a Lifeway e a Danone. A empresa de laticínios é acusada por Smolyansky de adotar práticas hostis, como bloquear a expansão internacional da marca e dificultar o acesso a ingredientes a preços competitivos. Além disso, ela alega que a Danone usou sua posição no conselho da Lifeway para obter informações estratégicas, especialmente após a compra da Wallaby Yogurt em 2017.

A Danone, por sua vez, nega as acusações, alegando que a Lifeway utilizava regularmente seu direito de restringir informações ao representante dela no conselho. A gigante de laticínios argumenta que o investimento de US$ 6,5 milhões realizado em 1999 deu à Lifeway a responsabilidade de defender os direitos de todos os seus acionistas. "A Lifeway é uma empresa de capital aberto, não uma propriedade familiar", declarou um porta-voz da Danone.

Uma Proposta Controversa

Após a conversa tensa, a Danone fez uma oferta de aquisição total por US$ 25 por ação, um prêmio de 19% sobre o preço atual da ação. O conselho da Lifeway, sob a liderança de Julie, recusou a proposta. Dois meses depois, a Danone elevou sua oferta para US$ 27 por ação, totalizando US$ 390 milhões. Novamente, a proposta foi rejeitada. Smolyansky e seu conselho alegaram que os valores não refletiam o verdadeiro valor da Lifeway.

Ben Klieve, um analista da Lake Street Capital Markets, corroborou a visão do conselho ao afirmar que a Lifeway possui muito mais potencial. “Uma venda em leilão competitivo provavelmente resultaria em ofertas muito mais altas”, disse Klieve. Atualmente, as ações da Lifeway estão na casa dos US$ 24.

A Defesa Contra Aquisições Hostis

Para proteger a companhia, o conselho da Lifeway aprovou uma medida de defesa chamada "pílula venenosa". Este mecanismo permite que ações adicionais sejam compradas a um preço reduzido caso um acionista aumente sua participação acima de 20%. Consequentemente, isso dilui a capacidade da Danone de adquirir a companhia. Por ser a maior acionista individual com 23% das ações, a Danone também está impedida de influenciar as vendas das ações da família Smolyansky.

Divisão Familiar e Conflitos Internos

Atualmente, os membros da família controlam juntos cerca de 45% das ações: Julie possui 18%, Edward, seu irmão, cerca de 21%, e a mãe, Ludmila, 6%. O conflito familiar se intensificou, especialmente após a demissão de Edward, que, juntamente com sua mãe, tem tentado substituir Julie como CEO.

Batalhas judiciais têm se tornado comuns na família. Após Edward ter sido demitido em 2022, ele e Ludmila declararam publicamente apoio à venda da Lifeway. “Só queremos resolver isso sem mais danos”, afirmou Edward, um sentimento que contrasta fortemente com a determinação de Julie em resistir.

Controvérsia Judicial

Em um movimento recente, a Danone entrou com um processo alegando que a Lifeway violou um acordo de acionistas ao emitir novas ações para Julie. A Lifeway, por sua vez, processou a Danone, negando a violação e acusando a gigante de laticínios de agir de má-fé. Essa batalha judicial expõe as fraquezas de ambas as partes, enquanto o desenrolar do conflito se torna cada vez mais complicado.

O Que Está em Jogo?

A Lifeway Foods se mostraria um prêmio valioso para a Danone, dado seu sucesso recente. Com 95% de participação no mercado de kefir nos EUA e vendas anuais chegando a US$ 186 milhões, a empresa tem registrado crescimento contínuo, com margens de lucro que superaram 6,5%. Também é importante ressaltar que não há dívidas no balanço da Lifeway, uma raridade em um setor onde a concorrência é acirrada.

O Legado dos Smolyansky

A história da família Smolyansky é uma representação rica do sonho americano. Eles emigraram da Ucrânia nos anos 1970, e, com trabalho duro, transformaram a Lifeway em um nome respeitado no setor de laticínios. Julie, que começou a trabalhar na empresa desde jovem, tornou-se CEO aos 27 anos, após a morte inesperada de seu pai. Desde então, ela se empenha em manter o legado da família vivo.

Além das dificuldades enfrentadas na gestão, Julie enfrenta desafios adicionais, como a divisão familiar e a pressão crescente de acionistas. “Eu venho de uma linhagem de sobreviventes e é minha obrigação proteger essa herança”, afirma Julie, revelando a profundidade de sua determinação.

Uma Visão para o Futuro

O futuro da Lifeway Foods permanece incerto, mas Julie Smolyansky não demonstra sinais de fraqueza. O potencial da empresa e suas raízes familiares se entrelaçam em um enredo que se desdobra de maneira dramática. O cenário competitivo no mercado de laticínios está mudando rapidamente, e as decisões que estão sendo tomadas hoje moldarão o amanhã da Lifeway.

Diante de todos os desafios, Julie e sua visão para a Lifeway podem ser exatamente o que a marca precisa para continuar a crescer e inovar. A batalha pela Lifeway vai além de finanças; trata-se de preservar um legado e defender os princípios que construíram a empresa.

E você, o que acha do futuro da Lifeway Foods? Vamos acompanhar de perto essa história fascinante, que mistura negócios, família e a luta pela sobrevivência no competitivo mundo das multinacionais.

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