Críticas à Possível Nomeação de Marcello Streifinger na Segurança Pública de SP
O cenário da Segurança Pública em São Paulo está agitado com a possível escolha de Marcello Streifinger, coronel da reserva da PM, para suceder Guilherme Derrite à frente da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Essa ideia gerou descontentamento entre parlamentares e representantes de delegados da Polícia Civil, que temem a continuidade de uma gestão que, segundo eles, compromete as atribuições da categoria.
A Preocupação dos Policiais Civis
Os opositores à nomeação de Streifinger argumentam que sua experiência na Polícia Militar (PM), assim como a de Derrite, poderia perpetuar práticas que têm levado à desvalorização da Polícia Civil. A possibilidade de Derrite deixar o cargo este ano, em meio a movimentações eleitorais e discussões sobre a PEC da Segurança Pública, intensifica a tensão.
Reivindicações e queixas
Desde o início do governo de Tarcísio de Freitas, a relação com a Polícia Civil tem sido tensa. O governador priorizou um aumento salarial que beneficiou mais a PM, deixando a Polícia Civil insatisfeita. Delegados e investigadores têm reclamado das condições nas delegacias, citando:
- Equipamentos precários: Muitos policiais civis utilizam viaturas em péssimo estado de conservação, como é o caso das Chevrolet Blazers desgastadas.
- Desigualdade na valorização: Questionamentos sobre o porquê das viaturas da PM serem sempre em melhores condições.
O deputado federal Delegado Palumbo (MDB-SP) expressou sua indignação: "Por que as viaturas da PM são sempre melhores que as nossas?"
Mudanças Controversas
Outro ponto de frustração se manifestou na tentativa da SSP de permitir que a PM realizasse registros de ocorrência, uma atribuição exclusiva da Polícia Civil. Essa proposta, ao enfrentar forte resistência, acabou sendo retirada.
Na visão de André Pereira, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, a troca de Derrite por Streifinger não amenizaria a tensão. "Estamos em crise, diante da pressão incessante para tentar realizar as atribuições da Polícia Civil", comentou.
Alternativas ao cargo
O delegado Olim (PP), relator de alterações na Polícia Penal, ressaltou que, inicialmente, manteve diálogo com Streifinger. No entanto, acredita que a mudança de liderança não cairia bem entre os delegados. Ele sugere o nome de Osvaldo Nico Gonçalves, atual número 2 da SSP, como uma alternativa viável para o cargo.
Para Olim, "o Nico é de confiança do governador", o que poderia trazer um respiro na relação entre as diferentes esferas da segurança.
Histórico e Desafios de Marcello Streifinger
Marcello Streifinger, com 58 anos e 34 deles dedicados à PM, comandou importantes operações, como o terceiro batalhão da Tropa de Choque e o Centro de Operações da PM (Copom). Apesar de ser visto por seus pares como um profissional competente, sua passagem pela Secretaria da Administração Penitenciária não foi isenta de críticas.
Questões de abusos
Recentemente, a Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar possíveis abusos de autoridade por parte de Streifinger, que teria retido as armas pessoais de agentes penitenciários. A defesa desses profissionais alega que a decisão foi arbitrária e continua em trâmites judiciais.
Além disso, servidores da Administração Penitenciária acusam o secretário de falta de diálogo e de manter uma postura de perseguição, o que intensifica as críticas à sua gestão.
A Resposta da SSP
Em resposta às críticas, a SSP e a Secretaria de Comunicação sustentaram que a gestão atual está comprometida com a valorização das Forças de Segurança. Destacaram que houve um aumento salarial médio de 25,2% para policiais civis, superando a inflação, e a contratação de mais de 9.100 novos agentes, com uma parte significativa destinada à Polícia Civil. Além disso, mencionaram investimentos na modernização de viaturas e unidades.
As questões de reforma na segurança pública são complexas e envolvem diversos interesses. O cenário atual levanta importantes perguntas sobre o futuro da Segurança em São Paulo e a necessidade de uma gestão equilibrada que considere as particularidades de cada corporação.
O Caminho à Frente
À medida que novas nomeações se aproximam, a tensão entre as diferentes áreas da segurança pública continua a ser um tema central. O que está em jogo é a confiança entre as corporações e a eficácia no combate à criminalidade. Restará saber se a escolha de Streifinger realmente trará as mudanças necessárias ou se apenas perpetuará antigos problemas.
O papel da sociedade
A sociedade civil e as partes interessadas têm um papel crucial nesse processo, pois acompanhar e questionar as decisões que afetam a segurança pública é fundamental. O engajamento da população pode ajudar a manter a transparência e a responsabilidade nas tomadas de decisão.
Nesse cenário desafiador, é essencial fomentar um diálogo construtivo entre as corporações da polícia e o governo, buscando soluções que beneficiem a todos. Afinal, a segurança de cada cidadão está em jogo. Por isso, a escolha do novo secretário deve ser feita com cautela e clareza, visando sempre o bem-estar da sociedade.
Se você tem opiniões sobre o que está acontecendo na segurança pública em São Paulo ou tem histórias para compartilhar, sinta-se à vontade para comentar abaixo. Seu diálogo é importante para a construção de um futuro mais seguro e justo para todos.