quinta-feira, novembro 13, 2025

COP30: A Hora da Verdade para as Empresas que Querem Transformar o Futuro!


A Urgência da Sustentabilidade: O Papel do Setor Privado nas Mudanças Climáticas

A mensagem do secretário-geral da ONU é clara e alarmante: a humanidade ultrapassou o limite de aquecimento global de 1,5°C. Contudo, ainda há tempo para reverter o curso das mudanças climáticas. A meta estabelecida pelo Acordo de Paris não é um desafio fácil, mas a transformação necessária requer rapidez e determinação para reduzir as temperaturas no planeta e mitigar seus impactos.

A Responsabilidade do Setor Empresarial

A recuperação do clima depende em grande parte de um setor: o empresarial. Para que isso ocorra, é fundamental que os governos estabeleçam regras claras e consistentes, além de incentivos que favoreçam fontes de energia limpa, ao invés de combustíveis fósseis.

A história não lembrará aqueles que fizeram promessas vazias, mas sim os que cumpriram compromissos. Desde quase uma década, muitas empresas têm se comprometido com os objetivos do Acordo de Paris. A próxima COP30, que ocorrerá em Belém do Pará, será uma oportunidade crucial para que o setor privado demonstre avanços significativos.

A Visão dos Líderes Empresariais

Um estudo recente da ONU, o “Global Compact CEO”, revela que a maioria dos líderes empresariais compreende a urgência da situação:

  • 88% afirmam que os argumentos econômicos a favor da sustentabilidade são mais fortes hoje do que há cinco anos.
  • 96% acreditam que a sustentabilidade deve ser parte integral da estratégia corporativa.
  • 99% planejam manter ou aumentar seus compromissos com questões ambientais e sociais.
  • 86% já consideram a sustentabilidade uma parte fundamental de suas operações.

Apesar dessa conscientização, apenas metade dos CEOs se sente segura para comunicar publicamente seus avanços, em grande parte devido ao clima político global incerto.

O Custo da Inação

O último ano foi o mais quente já registrado, demonstrando o custo da inação: desastres climáticos geraram perdas econômicas globais estimadas em US$ 391 bilhões em 2024. Eventos extremos têm impactado negativamente cadeias de suprimento, agricultura e o setor financeiro. A cada ano de atraso, os custos aumentam e as opções diminuem.

Oportunidades em Tempos de Crise

Contudo, as condições para acelerar o progresso nunca foram tão favoráveis.

  • Queda no custo das energias renováveis: Em 2024, os investimentos em energia limpa atingiram US$ 2 trilhões, quase o dobro do que foi aplicado em combustíveis fósseis.
  • Avanços tecnológicos: A inteligência artificial generativa já permite monitorar emissões, rastrear cadeias de suprimento e avaliar impactos em tempo real.

Além disso, consumidores estão cada vez mais desconectando suas escolhas de consumo de valores éticos, e investidores estão levando em consideração o risco climático em suas decisões. O cenário da economia sustentável mudou: agir agora cria valor, enquanto a procrastinação destrói.

Exemplos de Inovação Empresarial

Algumas empresas já estão mostrando o caminho que deve ser seguido:

  • Neoenergia: A empresa vem integrando a sustentabilidade em sua estratégia de longo prazo, apostando em energias renováveis e redes inteligentes. Essas iniciativas visam acelerar a eletrificação e reduzir emissões, promovendo um sistema energético mais limpo e inclusivo.

  • Ingka Group/Ikea: Nesta empresa, a sustentabilidade é o modelo de negócio. A transição para frotas de entrega eletrificadas, investimentos em energias renováveis e serviços circulares para prolongar a vida útil dos produtos tornam o consumo sustentável acessível a milhões.

Essas iniciativas não apenas reduziram despesas e aumentaram a lealdade dos clientes, mas também provaram que a responsabilidade climática e o lucro podem coexistir harmoniosamente.

A Necessidade de Alinhamento Global

Ainda assim, 92% dos líderes empresariais consideram fundamental a harmonização das políticas globais. O setor privado deve trabalhar em parceria com os governos, e não à margem deles, para alinhar padrões, mitigar riscos de investimento e criar um mercado estável para bens e serviços de baixo carbono.

Inovação e Educação: Chaves para o Futuro

A inovação também é vista como essencial por 96% dos CEOs, mas apenas um em cada quatro prioriza essa questão. É preciso mudar essa realidade. Tecnologias digitais, análises baseadas em inteligência artificial e tecnologias limpas em grande escala podem aumentar a eficiência e a transparência ao longo das cadeias de valor. No entanto, isso requer investimento adequado e acesso igualitário, especialmente para pequenas empresas e mercados em desenvolvimento.

A transição para uma economia de baixo carbono e resiliente também é uma questão humana. Quase todos os CEOs entrevistados apontam a transformação da força de trabalho como prioridade. Haverá uma necessidade crescente de competências novas, desde engenharia de energias renováveis até finanças sustentáveis e gestão de dados.

Investindo em Capacitação e Empréstimos

As empresas devem investir agora na formação e requalificação de suas equipes, assegurando que os benefícios da economia verde sejam compartilhados de forma ampla. Uma força de trabalho capacitada para lidar com as demandas climáticas não é apenas benéfica, mas essencial para a competitividade a longo prazo.

Belém servirá como um ponto de inflexão para o setor empresarial. Uma abordagem coordenada, que inclui regulamentações uniformes, investimentos em larga escala e transformação ágil da força de trabalho, pode gerar progresso global. Por outro lado, uma adoção fragmentada, onde cada empresa se preocupa apenas com seus interesses imediatos, perpetuará a instabilidade e a desigualdade.

A Chamada à Ação

O secretário-geral da ONU enfatiza: é possível respeitar o limite de 1,5°C, mas somente se o setor privado aplicar todo o seu potencial — capital, inovação e influência — com determinação. As ferramentas estão à disposição, e o argumento econômico a favor da ação sustentável é palpável. O público está atento e pronto para agir.

Na COP30, o que o mundo quer saber não é se as empresas reconhecem o desafio, mas sim se estão realmente entregando resultados. O tempo para hesitar chegou ao fim.

E você, o que pensa sobre o papel das empresas na luta contra as mudanças climáticas? Vamos discutir, compartilhar e agir juntos!

As opiniões expressas nos artigos da Fortune.com são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não refletem necessariamente as opiniões e crenças da Fortune.
2025 Fortune Media IP Limited

- Publicidade -spot_img

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -spot_img
Mais Recentes

Suspense na Câmara: Motta Postergou Votação do PL Antifacção! O Que Esperar da Sessão de Terça?

Adiamento da Votação da Lei Antifacção: O Que Esperar? O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, do Republicanos...
- Publicidade -spot_img

Quem leu, também se interessou

- Publicidade -spot_img