Matéria traduzida e adaptada do inglês e publicada pela matriz americana do Epoch Times.
A Recuperação dos Mercados de Criptomoedas
Após um mês de fortes oscilações, os mercados de criptomoedas estão mostrando sinais de recuperação. No decorrer desse período, mais de US$ 800 bilhões em valor de mercado foram eliminados, deixando muitos investidores apreensivos. O Bitcoin, a moeda digital mais conhecida e que representa aproximadamente 60% do mercado global, recuou para menos de US$ 84.000 — uma queda que não se via desde novembro. No entanto, uma luz no fim do túnel parece ter surgido: no dia 27 de fevereiro, os preços do Bitcoin voltaram a se recuperar, subindo quase 3% e ultrapassando novamente a marca de US$ 86.000.
Apesar dessa melhora recente, é importante destacar que o Bitcoin está prestes a encerrar o mês com uma desvalorização de cerca de 17%, que se soma a uma queda de 7% no acumulado do ano. Já o Ethereum, a segunda maior criptomoeda com cerca de 10% de participação no mercado, também enfrentou dificuldades, caindo para menos de US$ 2.400. Embora tenha registrado um leve aumento de 1% em 27 de fevereiro, a moeda ainda deve finalizar fevereiro com uma queda próxima de 27%, totalizando uma perda de 30% desde o início do ano.
O Impacto das Oscilações Recente
De acordo com dados da Coinmarketcap, as criptomoedas globais perderam cerca de US$ 800 bilhões em suas avaliações desde os picos de janeiro. Este cenário se intensificou após as eleições presidenciais dos EUA, quando tanto o Bitcoin quanto outras moedas digitais alcançaram recordes históricos, com muitos analistas se referindo a esse fenômeno como o “comércio Trump”. O crescimento acelerado estava ligado ao otimismo gerado pelas políticas favoráveis às criptomoedas do então presidente Donald Trump.
Respeitando sua agenda de 2024, Trump prometeu a criação de uma reserva nacional de Bitcoin e a transformação dos EUA na “capital global das criptomoedas”. A sua recente ordem executiva, emitida em 23 de janeiro, visa facilitar a implementação de uma reserva nacional de ativos digitais e incentivar o uso de criptomoedas na economia americana.
“A indústria de ativos digitais é essencial para a inovação e para o desenvolvimento econômico dos Estados Unidos, além de reafirmar a liderança internacional da nossa nação.”
Desafios e Perturbações no Mercado
Apesar do otimismo, o impulso para as criptomoedas parece ter se desacelerado no último mês, em parte devido a eventos disruptivos. A Bybit, uma das maiores exchanges de criptomoedas, foi alvo de um ataque hacker em 21 de fevereiro, resultando no roubo de mais de US$ 1,4 bilhão em ativos. Ben Zhou, o CEO, assegurou que a empresa é solvente e que as perdas seriam cobertas.
Noelle Acheson, uma analista de criptomoedas, questionou se o hack teve relação com a onda de vendas no mercado. Em sua análise, destacou a resiliência do setor. “Se alguma coisa, o incidente destacou a força do mercado. A Bybit conseguiu compensar as perdas, em grande parte devido à sua sólida reputação, que se fortaleceu ainda mais após a gestão desse incidente.”
Tensões na Argentina e suas Consequências
Outro fator que pode ter influenciado o mercado foi a situação política na Argentina. O presidente Javier Milei enfrentou pedidos de impeachment após promover a “libra”, uma criptomoeda inspirada em memes. A iniciativa gerou tanto interesse que o preço da moeda disparou para cerca de US$ 5, levando sua capitalização de mercado a impressionantes US$ 4,5 bilhões. Contudo, esse valor logo caiu drasticamente, arremessando o ativo para aproximadamente US$ 1, e fomentando um pedido de investigação sobre os acontecimentos.
Os Efeitos da Política Econômica
Além dos eventos pontuais, a política comercial de Trump também provocou preocupações no setor financeiro. Investidores e consumidores temem que os novos planos tarifários possam impulsionar a inflação. O índice Dow Jones, por exemplo, passou por seu pior dia do ano recentemente, sob o peso de dados que suscitaram receios em relação à inflação.
As projeções de inflação apresentadas pelo Índice de Sentimento do Consumidor da Universidade de Michigan para fevereiro mostraram um aumento das expectativas, passando de 3,3% em janeiro para 4,3% em fevereiro. As expectativas de inflação para cinco anos também subiram, indicando uma preocupação crescente.
- Expectativas de inflação de um ano: de 3,3% para 4,3%
- Expectativas de inflação de cinco anos: de 3,2% para 3,5%
Ademais, pesquisas mensais do S&P, que analisam o desempenho dos setores de serviços e manufatura, revelaram pressões de custo. Caso a inflação continue a ficar acima da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve, é provável que as autoridades monetárias mantenham as taxas de juros elevadas por um período mais prolongado, o que poderia impactar negativamente o sentimento do mercado.
Perspectivas Futuras e O Que Esperar
Com base na Ferramenta CME FedWatch, os investidores não preveem um corte na taxa de juros antes da reunião de política de setembro. Em resposta a essa incerteza, líderes do Federal Reserve, como o presidente da divisão de Richmond, Tomato Barkin, recomendam uma abordagem cautelosa para as políticas monetárias. Por outro lado, Raphael Bostic, presidente do Federal Reserve de Atlanta, sugere manter as taxas em um nível estrito, evitando estimular ou frear o crescimento devido à volatilidade das expectativas econômicas.
“Os comentários reforçam a realidade percebida pelos investidores: o Fed apertou a botão de pausa.”
Tom Essaye, analista do Sevens Report, comentou que isso indica que cortes nas taxas não estão no horizonte próximo e que um aumento nas taxas ainda é uma possibilidade se a inflação continuar a subir.
Atenção ao Desempenho Inflacionário
Wall Street está em alerta para a métrica de inflação preferida do Fed, especialmente à medida que encerra o mês. O índice de preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) poderá ter suas taxas alteradas conforme novos dados sejam disponibilizados. A previsão é que a inflação do PCE atinja 2,4% em janeiro, uma leve redução em comparação ao índice anterior, que era de 2,6%.
- Índice PCE: estimativa de 2,4% em janeiro, desce de 2,6%
- Inflação básica do PCE: expectativa de queda de 2,8% para 2,6%
A próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto ocorrerá entre 18 e 19 de março, colocando todos os olhos nas decisões que possam impactar o mercado financeiro e as criptomoedas.
Em um cenário tão volátil e dinâmico, a recuperação dos mercados de criptomoedas se torna uma questão de resiliência e adaptação. Os investidores devem estar atentos às tendências do mercado, assim como às influências políticas e econômicas que podem moldar o futuro das criptomoedas.
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