quarta-feira, julho 23, 2025

CSN Abandona Redução de Dívidas: O Que Isso Significa para o Futuro da Empresa?


CSN

CSN Reavaliza suas Estratégias Financeiras e de Investimento

Nesta quarta-feira, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) divulgou uma atualização significativa sobre suas projeções financeiras e sobre o futuro das suas operações nos próximos anos. Em um movimento que pegou muitos investidores de surpresa, a empresa decidiu abandonar sua meta anterior de redução de endividamento, uma promessa reiterada em reiteradas apresentações anteriores.

Mudanças Estrutural e Metas Ajustadas

Tradicionalmente conhecida por seu forte posicionamento em aço, cimento, mineração, energia e logística, a CSN agora projeta uma nova relação de dívida líquida sobre Ebitda, ajustando seu objetivo de 2,5 vezes até o final deste ano para um foco mais realista de estar “abaixo de três vezes” até 2025. Essa mudança foi comunicada através de um fato relevante ao mercado, refletindo um reconhecimento das dificuldades atuais.

Em uma conferência anterior, o diretor financeiro, Antonio Marco Campos Rabello, havia declarado que alcançar a meta de alavancagem de 2,5 vezes estava se mostrando “desafiador”, mesmo após a empresa ter recebido R$ 4,4 bilhões da japonesa Itochu, referente à venda de sua participação na CSN Mineração.

Redução na Projeção de Investimentos em Mineração

Além do ajuste na meta de endividamento, a CSN também reavaliou suas projeções de investimento. O que antes era um orçamento robusto de R$ 15,3 bilhões para o setor de mineração entre 2023 e 2028 foi reduzido para R$ 13,2 bilhões, referente ao período de 2025 a 2030. Esses recursos terão como foco a primeira fase do projeto de expansão de capacidade.

Por outro lado, a empresa aumentou sua previsão de investimentos no setor de cimento de R$ 5 bilhões para R$ 7,7 bilhões, destacando uma estratégia de “crescimento orgânico” que adicionará uma capacidade impressionante de 9 milhões de toneladas anuais. Essa decisão ocorre em um momento de reavaliação, especialmente após uma tentativa frustrada de aquisição da Intercement, que durou meses de negociações.

Expectativas para a Siderurgia

A expectativa para o setor de siderurgia permanece praticamente inalterada, com um orçamento de R$ 7,9 bilhões projetados entre 2023 e 2028, levemente elevado para R$ 8 bilhões até 2028. A CSN planeja utilizar esses recursos para modernizar seu parque industrial, uma estratégia com potencial para gerar até R$ 2,8 bilhões em Ebitda incremental até 2030.

Revisão de Investimentos Totais

A empresa também revisou suas previsões de investimento total. Ao invés de um intervalo de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões que se estendia até 2028, a nova estimativa fixa entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões para 2025 reflete um foco mais concentrado em alocações estratégicas. O orçamento para este ano foi ajustado de R$ 6 bilhões para R$ 5,3 bilhões, mostrando uma tentativa de contenção de gastos.

Produção de Minério de Ferro e Previsões Futuras

Quando se trata da produção de minério de ferro, a CSN projetou um volume de produção e compras de minério de ferro de terceiros entre 42 milhões e 43,5 milhões de toneladas para o próximo ano. As expectativas aumentam gradualmente, com projeções de 43,5 milhões a 47,5 milhões de toneladas para 2026 e 2027, e um objetivo ambicioso de 50 milhões a 55 milhões de toneladas até 2028. Essa trajetória visa alcançar uma produção robusta de 60 milhões a 65 milhões de toneladas até 2030, abrangendo operações próprias e aquisições externas.

O custo de produção de minério é previsto entre US$ 21,5 e US$ 23,00 por tonelada em 2025, um aumento em relação ao terceiro trimestre, onde o custo registrado foi de apenas US$ 19,20, o menor desde os últimos anos. Isso sugere uma tendência de pressão nos custos de produção, que poderá impactar as margens de lucro da empresa.

Desempenho no Setor de Cimento

No segmento de cimento, a CSN prevê vendas de 14 milhões de toneladas para o ano atual. Contudo, não foram fornecidas estimativas para os anos seguintes. Essa projeção é um indicativo do foco crescente da empresa em expandir sua participação de mercado nesse setor, especialmente após a recente reavaliação das estratégias de investimento.

Impacto da Ferrovia Transnordestina

A companhia também está atenta às oportunidades associadas à Ferrovia Transnordestina, que teve um novo trecho concluído recentemente. O governo federal estima que a CSN poderá gerar até US$ 3,8 bilhões em Ebitda com o início das operações, previsto para 2027. Essa expectativa é um aumento em relação à previsão anterior de geração de R$ 3,5 bilhões, reforçando a importância da infraestrutura ferroviária para sua rede de logística e distribuição.

Expectativa de Ebitda até 2028

Com a implementação de todos esses projetos e investimentos planejados, a CSN está otimista e projeta alcançar em 2028 um Ebitda “potencial e incremental” de impressionantes R$ 9,3 bilhões. Essa previsão é sustentada por uma análise de sensibilidade que sugere que o Ebitda consolidado pode variar entre R$ 19,6 bilhões e R$ 37,6 bilhões, dependendo das flutuações do preço do minério de ferro e da bobina quente.

Desempenho das Ações e Perspectivas Futuras

Às 11h20, as ações da CSN apresentavam uma leve queda de 0,51%, cotadas a R$ 11,64, enquanto o Ibovespa seguia uma tendêndia positiva de 0,14%. Essa ligeira oscilação no valor das ações é um reflexo das recentes mudanças e expectativas do mercado quanto à estratégia financeira da empresa.

Ao analisarmos o futuro da CSN, é evidente que a companhia está em uma fase de reavaliação, buscando otimizar suas operações e direcionar investimentos de forma mais efetiva. Os desafios são muitos, mas a empresa demonstra um comprometimento em adaptar suas estratégias para atender às demandas do mercado e maximizar seu potencial de crescimento.

Quais são suas opiniões sobre as novas estratégias da CSN? A empresa está fazendo os movimentos certos para se manter competitiva em um mercado tão dinâmico? Deixe seus comentários e compartilhe sua perspectiva!

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