Apagões em Cuba: Desafios e Consequências para a População
Na quarta-feira, dia 18, a população cubana enfrentará uma nova fase crítica: aproximadamente 43% de seu território estará sujeito a apagões durante os horários de pico. Este preocupante cenário é resultado da escassez de combustível e das frequentes falhas nas usinas termoelétricas, conforme revelou a empresa estatal Unión Eléctrica (UNE).
A Escalada dos Apagões
Este percentual de 43% é alarmante e marca um recorde negativo nos últimos seis meses, além de ser um dos maiores índices registrados neste ano. Para se ter uma ideia, os únicos períodos com números semelhantes ocorreram no primeiro trimestre, quando os apagões atingiram 44% em 15 de março e 45% em 12 de fevereiro. Números que refletem uma crise energética profunda.
Situação das Usinas Termoelétricas
Atualmente, a UNE está enfrentando grandes dificuldades com a operação das usinas termoelétricas do país. Seis dessas unidades estão fora de operação, e alarmantes 59 usinas de geração distribuída — que utilizam motores elétricos — também estão inativas por falta de combustíveis como diesel e óleo. Essa situação tem criado um cenário de estresse no sistema elétrico, que já opera em condições críticas.
- Capacidade de Geração: A UNE projeta uma capacidade máxima de geração de 1.939 megawatts (MW), enquanto a demanda esperada pode atingir impressionantes 3.250 MW.
- Déficit Energético: O resultado desse descompasso será um déficit de 1.320 MW, o que significa que, durante os horários de pico — especialmente durante a tarde e a noite —, o impacto real com desconexões da rede poderá chegar a até 1.390 MW.
Um Sistema Energético Defasado
O estado do sistema elétrico em Cuba é bastante preocupante. Muitas das usinas termoelétricas estão em condições precárias, resultado de mais de 40 anos de operação sem as devidas manutenções e atualizações. Falta de investimento tem sido uma constante, contribuindo para essa situação delicada.
Nos últimos anos, o governo cubano buscou soluções alternativas, como alugar usinas flutuantes. Embora esta tenha sido uma alternativa rápida para aumentar a capacidade de geração, essa abordagem tem um custo elevado e não é uma solução sustentável. Essas usinas flutuantes são, além de tudo, mais poluentes e não resolvem as raízes do problema enfrentado pelo sistema energético nacional.
Impactos Sociais e Econômicos
Os constantes apagões têm causado um efeito dominó na economia cubana, que já enfrentou uma retração de 1,9% em 2023. O descontentamento da população cresce a cada dia, visto que as frequentes interrupções de energia afetam diretamente a qualidade de vida e a rotina das pessoas.
- Cenário Econômico: Com uma economia que vive sob a tensão de uma crise que já dura quatro anos, os apagões exacerbaram a insatisfação social. Comércios, indústrias e famílias são os mais impactados, levando a um aumento nas tensões sociais.
- Reações da População: Os apagões têm sido um catalisador para protestos em massa. Em julho de 2021, Cuba vivenciou algumas das manifestações mais significativas em décadas, e novas manifestações ocorreram em março de 2023 em diferentes regiões, refletindo a insatisfação acumulada da população.
O Clamor por Mudanças
A insatisfação popular expressa nas ruas é um reflexo do que muitos cubanos sentem: a necessidade de uma mudança não apenas na gestão do sistema elétrico, mas também de um sistema político e econômico que permita um desenvolvimento sustentável e um futuro promissor para o país.
O Que Esperar no Futuro?
Diante dessa realidade, muitos se perguntam: qual será o futuro do sistema de energia em Cuba? O que os governantes farão para mitigar essa crise? É evidente que medidas rápidas são necessárias, mas será que uma abordagem verdadeiramente efetiva está nos planos?
Reflexões Finais
É imperativo que se busque um planejamento estratégico para revitalizar o setor elétrico do país, com investimentos em novos projetos e a modernização das usinas existentes. A população cubana merece um fornecimento de energia estável e eficiente, que garanta não apenas o funcionamento do dia a dia, mas que também promova um ambiente propício para o crescimento econômico e social.
Em meio a tantas incertezas, a esperança deve prevalecer. Seguir em frente requer um compromisso coletivo, tanto por parte do governo quanto da sociedade civil, para juntos buscarem soluções que não apenas resolvam a crise atual, mas que também construam um futuro mais brilhante. O debate e a participação cidadã são essenciais nesse processo, e sua voz é mais importante do que nunca.
Se você também se preocupa com a situação em Cuba, compartilhe sua opinião e vamos juntos buscar um entendimento do que pode ser feito para melhorar essa realidade. O futuro de Cuba depende da ação e do envolvimento de todos nós.