sábado, julho 5, 2025

Desafiando Tempestades: O Surpreendente Crescimento da Dívida em Mercados Emergentes!


A Revolução dos Títulos de Dívida em Mercados Emergentes

Nos primeiros seis meses deste ano, as vendas de títulos de dívida de mercados emergentes registraram um crescimento impressionante, mesmo diante de desafios como tensões comerciais, conflitos bélicos e a volatilidade dos preços do petróleo. Banqueiros consultados pela Reuters afirmaram que estamos a caminho de mais um ano de recordes, com os investidores começando a se afastar da dependência do dólar.

Um Cenário de Oportunidades

O cenário de emissão de novos títulos se mostra promissor, com um volume recorde previsto. Os países exportadores, afetados por preços baixos do petróleo, continuam buscando empréstimos para equilibrar seus orçamentos. Como destacou Alexis Taffin de Tilques, chefe global de mercados emergentes no BNP Paribas, “é surpreendente como os mercados se mantiveram ativos, mesmo nos momentos mais desafiadores”.

Stefan Weiler, líder em mercados de capital de dívida da CEEMEA no JPMorgan, informou que as vendas neste setor ultrapassaram a marca de US$ 190 bilhões no primeiro semestre, tornando-se um forte candidato a superar o recorde de US$ 285 bilhões do ano passado. Essa tendência reflete o crescente apetite dos investidores por ativos em mercados emergentes, particularmente em períodos de instabilidade, onde muitos costumam recuar para opções mais seguras.

A Fome por Novas Emissões

Weiler observou que os investidores estão prontos para aplicar seu capital em novos títulos, especialmente se os preços do petróleo apresentarem queda. O Golfo Pérsico, liderado pela Arábia Saudita, responde por mais de 40% da dívida emitida na região CEEMEA, com tanto empresas quanto governos aproveitando a diminuição das taxas de juros e a expectativa de que os rendimentos dos Treasuries permaneçam altos por algum tempo.

Khaled Darwish, do HSBC, reforçou essa perspectiva ao mencionar que o primeiro semestre de 2023 foi um marco em emissões para o Oriente Médio. Ele estimou que até agora, emissões na forma de títulos e sukuks (instrumentos financeiros islâmicos) totalizaram impressionantes US$ 106 bilhões, comparados aos US$ 139 bilhões do total do ano passado.

Impacto da Instabilidade Global

A instabilidade geopolítica também gerou um aumento na demanda por algumas emissões. Investidores que anteriormente se mostravam cautelosos quanto a empresas do setor de defesa tornaram-se mais receptivos a esses ativos, em resposta ao aumento dos gastos militares, especialmente nos países da OTAN, após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Um exemplo notável é a empresa tcheca de defesa CSG, que dobrou sua emissão em resposta à alta demanda, alcançando 1 bilhão de euros e 1 bilhão de dólares em títulos.

A Diversificação como Chave do Sucesso

Vivemos um momento em que a diversificação se torna vital para os investidores. Investir em renda fixa, segundo Taffin de Tilques, é uma alternativa mais segura em tempos de incerteza geopolítica, enquanto Weiler destacou a atração pelas margens superiores que a dívida de mercados emergentes pode oferecer.

A equipe de financiamento de dívidas do Citi revelou que as emissões globais em mercados emergentes cresceram 20% no primeiro semestre de 2025, com um aumento expressivo nas emissões corporativas. Muitas dessas emissões direcionadas para o refinanciamento também contaram com a presença de novos entrantes, como a gigante saudita da mineração Maaden, que emitiu um sukuk de US$ 1,25 bilhão, e a empresa angolana Azul Energy, que fez sua estreia com um título de US$ 1,2 bilhão.

Tendências em Foco

Além do crescimento nas emissões, outra tendência que chama a atenção é o aumento no uso de diferentes moedas. Governos e empresas estão se voltando para o euro e outras moedas, buscando reduzir a dependência do dólar. Essa diversificação pode trazer benefícios substanciais aos investidores, permitindo que eles explorem novas oportunidades nas finanças globais.

Vale destacar que um fenômeno notável é a redução em emissões de longo prazo. De acordo com Mourad, co-diretor de financiamento da CEEMEA do Citi, apenas duas transações de 30 anos ocorreram na região no primeiro semestre. Isso se deve ao acentuado aumento nas curvas de rendimento global, tornando as emissões de longo prazo mais caras.

“Com a crescente percepção de que as taxas de curto prazo são mais favoráveis, os volumes de transações de três anos têm aumentado, substituindo a oferta de longo prazo”, afirmou Mourad.

Um Olhar para o Futuro

Com a dinâmica atual dos mercados emergentes e a evolução dos títulos de dívida, os investidores têm diante de si um cenário desafiador, mas repleto de oportunidades. O aumento do interesse e a diversificação dos emissores são apenas alguns dos fatores que influenciam a atratividade deste segmento.

Por fim, é essencial que os investidores mantenham uma visão clara e estejam abertos a novas possibilidades, considerando as tendências que estão moldando o futuro dos mercados de dívida. Como você avalia o cenário atual e quais são suas expectativas para as emissões de títulos nos próximos meses? Sua opinião é valiosa, e adoraríamos ouvir suas reflexões sobre esse tema intrigante.

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