No dia 1º de agosto, entra em vigor o controverso “tarifaço” decretado pelos Estados Unidos, apresentando uma nova alíquota de 50% sobre exportações brasileiras. Esta medida, a mais severa imposta a qualquer nação, está gerando uma grande tensão diplomática, e o Brasil está correndo contra o tempo para negociar uma solução que evite a implementação imediata dessa tarifa.
A estratégia da Casa Branca visa renegociar acordos comerciais e, com isso, reduzir o déficit do comércio dos EUA com outras nações. Diversos países já conseguiram firmar pactos que resultaram em diminuição das tarifas americanas, frequentemente em troca de investimentos ou concessões em seus mercados internos.
Quais países já fecharam acordos com os EUA?
Dentre as nações que se destacaram, temos:
- União Europeia: Anunciou um pacto com os EUA reduzindo a tarifa de 30% para 15%, após prometer investir US$ 750 bilhões no setor de energia e US$ 600 bilhões nos EUA.
- Japão: Estendeu um acordo que reduz a tarifa de 25% para 15%, com a contrapartida de que o Japão investirá US$ 550 bilhões em solo americano e abrirá seu mercado para produtos agrícolas e automotivos dos EUA.
- Indonésia: Comprometeu-se a eliminar 99% das barreiras tarifárias contra produtos dos EUA, enquanto os americanos reduzirão tarifas de 32% para 19% sobre produtos indonésios.
- Filipinas: A nova tarifa foi fixada em 19%, com isenção total para exportações americanas.
- Vietnã: Viu sua tarifa diminuir de 46% para 20% e aceitou não taxar produtos americanos.
O primeiro acordo tarifário do segundo mandato de Trump foi com o Reino Unido, que estabeleceu uma tarifa de 10% sobre produtos britânicos, isentando componentes aeroespaciais. O Reino Unido, por sua vez, diminuiu sua tarifa média de 5,1% para aproximadamente 1,8%.
Além disso, Estados Unidos e China chegaram a uma trégua temporária, onde os EUA impõem uma tarifa-base de 30% sobre produtos chineses, enquanto a China aplica 10% sobre as exportações americanas. Outras nações, como Índia, Coreia do Sul e Argentina, continuam em tratativas. Trump declarou que a maioria dos acordos, se não todos, deverá ser finalizada até agosto.
O que acontece com o Brasil?
Infelizmente, o Brasil ainda não conseguiu um acordo com os EUA, e a nova tarifa de 50% sobre suas exportações está prestes a entrar em vigor. O governo brasileiro está tentando, ao menos, postergar a implementação dessa alíquota.
No dia 24 de julho, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, informou que estava em diálogo com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, na tentativa de impedir a aplicação imediata da tarifa. Uma das propostas da equipe brasileira é dobrar o volume do comércio bilateral em um período de cinco anos.
Entretanto, empresários brasileiros demonstram grande preocupação em relação a possíveis represálias, que poderiam incluir sobretarifas sobre produtos importados dos EUA.
Apesar dos esforços, Trump deixou claro, no dia 27 de julho, que não haveria mais negociações com os países que ainda não formalizaram acordos até o início de agosto.
Essa situação gera um clima de incerteza, e é fundamental que o Brasil encontre uma solução rápida para evitar as consequências dessa tarifa prejudicial. Quais seriam os potenciais impactos para a economia brasileira? A resposta a essa pergunta depende da habilidade do governo em articular negociações eficazes com os Estados Unidos, além de estratégias que possam ser implementadas para proteger o mercado nacional diante desse cenário desafiador.
Os próximos dias serão cruciais no processo de negociação com os EUA e a comunidade empresarial brasileira deve se mobilizar para garantir que seus interesses sejam defendidos. A união em torno de estratégias e diálogos será essencial para enfrentar esse desafio global com resiliência e pragmatismo. Afinal, o futuro econômico do Brasil pode estar em jogo nessas negociações.
