Desempenho das Ações na Temporada de Balanços do Terceiro Trimestre

O outubro trouxe à tona os resultados financeiros do terceiro trimestre das empresas listadas na bolsa brasileira. Entre os dias 22 de outubro e 14 de novembro, os resultados das companhias referentes ao período de julho a setembro foram divulgados. Esse momento trouxe à luz um misto de surpresas para investidores, com algumas ações decepcionando, enquanto outras se destacaram como boas opções para quem deseja investir.

Resultados Gerais e Tendências no Mercado

A temporada de balanços do terceiro trimestre foi, de maneira geral, favorável para o cenário das finanças brasileiras. Um estudo realizado pela Levante Investimentos revelou que 80% das empresas analisadas registraram aumento no lucro líquido em comparação ao mesmo período do ano passado, e 75% apresentaram resultados superiores em relação ao trimestre anterior.

Esse bom desempenho foi influenciado por fatores como a alta do dólar, que beneficiou especialmente as empresas exportadoras, como as do setor de celulose e frigoríficos. As instituições financeiras também se mostraram resilientes e surpreenderam com resultados positivos, com destaques que já foram analisados em detalhes por nossos especialistas na Suno Notícias.

A seguir, vamos aos destaques das empresas que brilharam e aquelas que ficaram aquém das expectativas durante esse trimestre.

Ações Para Investir: Destaques Positivos

1. Suzano (SUZB3)

A Suzano (SUZB3) se destacou entre as boas notícias financeiras. De acordo com Pedro Nogueira, gestor de fundos da Skopos Investimentos, e Pietro Tortoreli, analista de ações, a empresa conseguiu reverter um prejuízo significativo do ano passado. Neste trimestre, a companhia apresentou um lucro líquido de R$ 3,237 bilhões.

Os especialistas destacam que a Suzano foi capaz de aumentar volumes de venda e se beneficiar de um câmbio favorável, o que resultou em um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) superior, mesmo em um cenário desafiador devido à queda nos preços da celulose e condições de mercado na China. O grande trunfo foi a forte geração de caixa e a melhora na alavancagem da empresa.

2. Gerdau (GGBR4)

Outra ação em ascensão foi a da Gerdau (GGBR4), que reportou um lucro líquido ajustado de R$ 1,432 bilhão, embora tenha registrado um declínio de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior. A aceitação do mercado foi boa, especialmente devido à redução significativa nos custos de produção, que alcançaram os menores níveis desde 2021. Segundo os especialistas, a otimização das operações e o corte de custos foram fundamentais para os resultados positivos.

3. Itaú Unibanco (ITUB4)

No setor financeiro, o Itaú Unibanco (ITUB4) se destacou ao divulgar um lucro recorrente de R$ 10,675 bilhões, superando em 18,1% o que foi registrado no ano anterior. A habilidade do Itaú em manter sua rentabilidade em níveis elevados é um fator que atrai a atenção dos investidores. Com a previsão de distribuição de proventos em torno de 11%, a instituição se consolida como uma excelente opção de investimento.

Ações que Decepcionaram: Destaques Negativos

1. CSN (CSNA3)

Infelizmente, nem todos os resultados foram positivos. A CSN (CSNA3) foi uma das que decepcionaram, apresentando um prejuízo líquido de R$ 751 milhões, em contraste com um lucro de R$ 91 milhões do mesmo período do ano passado. As dificuldades enfrentadas incluem a variação negativa dos preços do minério de ferro no mercado chinês, além de um fluxo de caixa livre negativo, o que acentua a vulnerabilidade da companhia.

2. Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil (BBAS3) também não trouxe boas notícias, apresentando um lucro líquido ajustado de R$ 9,5 bilhões, o que representa um aumento de 8,3% em relação ao período anterior. Entretanto, a qualidade desse resultado foi questionada, principalmente devido ao aumento da inadimplência, que subiu de 3,0% para 3,3%. A revisão negativa do guidance da instituição também traz incertezas sobre o futuro.

3. Hapvida (HAPV3)

Por último, a Hapvida (HAPV3) teve um desempenho aquém do esperado, com lucro ajustado de R$ 324,5 milhões, um crescimento de 24,3% na comparação anual. No entanto, a empresa teve um prejuízo sem ajustes de R$ 71,3 milhões, e as provisões para contingências, resultado do aumento das discussões jurídicas, contribuíram negativamente para sua avaliação no mercado. Os analistas apontam que esse cenário levou a uma performance desfavorável de suas ações.

Reflexões Finais

Neste último trimestre, os investidores puderam observar movimentos variados no mercado. Enquanto algumas ações se destacaram de forma brilhante, revelando potenciais de crescimento e estabilidade, outras geraram cautela, trazendo questionamentos sobre seus desempenhos futuros.

É fundamental acompanharmos as próximas divulgações e atualizações sobre essas companhias, pois o ambiente financeiro é dinâmico e sujeito a alterações que podem impactar diretamente nossos investimentos. Vale a pena considerar os fatores que influenciam cada setor e como as empresas se posicionam diante dos desafios econômicos.

Convidamos você a compartilhar sua opinião: quais ações você considera que têm potencial de crescimento? E quais delas você acha que poderia ter um desempenho melhor no futuro? O diálogo é essencial, e sua visão pode enriquecer ainda mais esta discussão.