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Os Desafios e Oportunidades do Mercado de Bioinsumos no Brasil
O cenário dos insumos biológicos, popularmente conhecidos como bioinsumos, no Brasil é repleto de oportunidades, mas também enfrenta diversos desafios. A demanda por práticas agrícolas mais sustentáveis cresce a cada dia, impulsionada pelos consumidores que desejam um mundo mais consciente e ecológico. No entanto, a transição para esses métodos ainda encontra barreiras culturais e econômicas entre os agricultores. Ivonei Dalla Corte, o diretor comercial da Sempre Agtech, uma empresa especializada no melhoramento genético de plantas e na criação de biotecnologias, destaca que “o agricultor precisa se adaptar para permanecer competitivo no mercado global.”
Desde sua fundação em 2008, a Sempre Agtech, a partir de Chapecó (SC), tem se destacado no setor. Contudo, a verdadeira transformação requer conhecimento e uma nova mentalidade sobre os bioinsumos. “Usar bioinsumos é apenas uma parte da equação; compreender o manejo regenerativo é crucial para maximizar os benefícios,” ressalta Dalla Corte.
O Crescimento e os Desafios do Setor
A Sempre Agtech está na vanguarda dessa evolução, prevendo que sua receita atinja R$ 60 milhões em 2025. A empresa, que atualmente aplica suas soluções em cerca de 1 milhão de hectares de lavouras, acredita que um sistema de produção eficiente deve ser a base para o uso de bioinsumos. “Sem uma integração correta, os resultados podem ser insatisfatórios,” acrescenta.
Para ter uma ideia do crescimento, a CropLife Brasil (CLB) estima que o mercado de bioinsumos movimentou entre US$ 13 bilhões e US$ 15 bilhões em 2023. As previsões indicam uma expansão desse setor para até US$ 45 bilhões até 2032, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 13% a 14% para o período de 2024 a 2032.
A Revolução Regenerativa e a Percepção de Custo
A agricultura regenerativa é frequentemente vista como a solução para práticas mais sustentáveis, porém, a adoção é limitada, em parte, pela percepção de que os bioinsumos representam um custo adicional para os agricultores. Dalla Corte aponta que “os produtores ainda não veem os bioinsumos como um investimento a longo prazo.” Essa resistência está ligada à falta de educação sobre como um manejo adequado pode não só reduzir custos, mas também melhorar a produtividade.
Por Que Isso Acontece?
- Decisões Baseadas na Tradição: Muitos agricultores ainda permanecem na zona de conforto da tradição, ignorando práticas que otimizam a eficiência.
- Situação Financeira: Em tempos de crise, insumos biológicos podem ser vistos como itens supérfluos, o que limita o potencial de produtividade futura.
- Falta de Clareza sobre Benefícios: A ênfase histórica na análise química do solo acaba ofuscando a importância de fatores biológicos e físicos, essenciais para uma produção de qualidade.
Superando Desafios: O Caminho para o Futuro
Comparando com o cenário internacional, a situação do Brasil se torna ainda mais clara. Por exemplo, nos Estados Unidos, a homogeneidade das lavouras facilita a adoção rápida de novas tecnologias. No Brasil, a diversidade climática e dos solos demanda uma abordagem mais segmentada e especializada. Isso, por um lado, traz mais complexidade, mas também abre oportunidades para inovações direcionadas.
De acordo com a Associação Nacional de Promoção e Inovação da Indústria de Biológicos (ANPII Bio), a expectativa é que o mercado de bioinsumos no Brasil cresça continuamente, especialmente após a implementação da nova Lei de Bioinsumos. Esta lei oferece um ambiente regulatório mais favorável, promovendo a produção e comercialização com menos burocracia e estimulando investimentos em inovação.
O Papel da Sempre Agtech e o Apoio ao Produtor
A Sempre Agtech não apenas observa a evolução do setor, mas também se engaja ativamente nesse processo. Com uma equipe de aproximadamente 100 profissionais em campo, a empresa oferece suporte técnico essencial para garantir que os agricultores obtenham o máximo proveito dos bioinsumos. Dalla Corte observa que “o uso adequado é fundamental, pois os bioinsumos são organismos vivos. Um pequeno erro pode comprometer os resultados.”
O futuro da Agricultura com a Nova Geração de Bioinsumos
Visando não apenas a eficiência, mas também a praticidade, a Sempre Agtech está investindo em pesquisas para otimizar a comercialização de metabólitos biológicos. “Este será um avanço significativo, pois, ao invés de apenas vender microrganismos, poderemos oferecer os metabólitos diretamente, acelerando os resultados para os agricultores,” explica Dalla Corte.
Esses novos produtos prometem proporcionar uma ação mais rápida e previsível, mudando a forma como os bioinsumos são utilizados. Nos próximos anos, a tecnologia deve evoluir para que os agricultores possam reduzir a dependência de insumos químicos tradicionais e, assim, abraçar um modelo de agricultura mais sustentável.
Expansão da Sempre Agtech e Presença Internacional
A Sempre Agtech tem uma presença marcante no Cerrado, a região mais produtiva do Brasil, mas suas ambições não param por aí. A empresa já está se expandindo para outras áreas agrícolas do país, além de atuar em mercados internacionais, como Argentina e Paraguai. A adaptação às condições únicas de cada mercado é fundamental para o sucesso da expansão.
Com projetos pontuais em países como Venezuela e algumas nações africanas, a estratégia da Sempre Agtech prioriza, no entanto, o fortalecimento da sua posição na América Latina antes de explorar novos continentes. “Estamos focando em construir uma presença robusta em nossos mercados mais próximos. A partir daí, daremos próximos passos,” finaliza Dalla Corte.
Assim, o futuro do mercado de bioinsumos no Brasil revela-se promissor, repleto de possibilidades para uma agricultura mais sustentável e eficiente. À medida que agricultores e empresas se adaptam a essa nova realidade, o compromisso com práticas agrícolas inovadoras e respeitosas ao meio ambiente será fundamental. Que tal refletir sobre a importância de sermos parte dessa transformação? Que novas ideias e práticas podemos levar para a nossa realidade agrícola?